O beijo

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A sala estava mergulhada em um silêncio constrangedor. Apenas o som suave de uma música que Catnap havia colocado de fundo tentava preencher o vazio entre os dois, a tensão entre eles parecia crescer cada vez mais, os olhares trocados e os pequenos toques acidentais diziam muito, mas nenhum deles sabia como lidar com o que estava se formando.

Dogday estava sentado no sofá, fingindo interesse em algo no celular, mas seu coração batia rápido demais para prestar atenção em qualquer coisa. Catnap, por outro lado, estava do outro lado da sala, fingindo procurar algo na estante. Mas ambos sabiam que estavam apenas adiando o inevitável.

Catnap, com um suspiro baixo, largou o que estava fazendo e se aproximou de Dogday, sentando-se ao seu lado. A proximidade fez o coração de Dogday acelerar ainda mais, e ele pôde sentir o leve calor que emanava de Catnap. Seus ombros quase se tocavam, mas ainda havia uma barreira invisível entre eles, algo não dito que pairava no ar.

— Por que você está tão distante? Eu te fiz algo? — disse Catnap, sua voz baixa, mas firme. Ele olhou de lado para Dogday, esperando uma resposta.

Dogday tentou encontrar as palavras certas, mas sua mente estava uma bagunça. Desde que começaram a passar mais tempo juntos, ele sentia algo diferente. Algo que o deixava nervoso, mas também ansioso por mais. E o fato de estar tão perto de Catnap, sozinho, só aumentava essa sensação.

— Não é isso... — respondeu Dogday, finalmente. — Eu só... não sei como agir perto de você, às vezes.

Catnap virou o corpo levemente, encarando Dogday de forma mais direta. Seus olhos encontraram os de Dogday, e o silêncio que se seguiu foi ainda mais intenso do que antes. Havia algo naquele olhar que parecia penetrar fundo, como se Catnap estivesse tentando ler seus pensamentos, entender o que Dogday realmente sentia.

— Talvez... você só esteja pensando demais — disse Catnap, sua voz suave, mas com um toque de provocação. Ele se aproximou um pouco mais, deixando o espaço entre eles praticamente inexistente.

Dogday sentiu seu coração disparar, e antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, Catnap ergueu uma das mãos e a colocou suavemente na nuca de Dogday, puxando-o levemente para mais perto. Os olhos de Dogday se arregalaram por um breve segundo, mas ele não se afastou. Pelo contrário, seu corpo parecia se inclinar automaticamente em direção ao de Catnap.

E então, sem mais palavras, Catnap o beijou.

Foi um beijo suave no começo, quase hesitante, como se ambos estivessem testando os limites. Os lábios de Catnap eram quentes e macios, e Dogday, depois do choque inicial, começou a retribuir o beijo. Seu coração batia tão rápido que ele achou que poderia explodir a qualquer momento, mas isso não importava. Naquele momento, nada mais importava.

O beijo se aprofundou gradualmente, e as mãos de Dogday subiram até o ombro de Catnap, segurando-o com mais firmeza. A tensão que havia se acumulado entre eles por tanto tempo finalmente explodiu em uma onda de emoções, e cada toque, cada movimento, parecia quebrar mais um pedaço da barreira invisível que os separava.

Quando finalmente se afastaram, ambos estavam ofegantes. Dogday olhou para Catnap, seu rosto corando intensamente. Ele não sabia o que dizer, mas a vergonha começou a surgir. E agora? O que isso significava?

Catnap, por outro lado, parecia mais calmo, embora seus olhos brilhassem com algo que Dogday não conseguia decifrar completamente.

— Eu te disse que você pensa demais — disse Catnap, com um sorriso de canto, enquanto passava a mão pelos cabelos bagunçados de Dogday. — Às vezes, você só tem que... sentir.

Dogday, ainda sem palavras, sorriu nervosamente e assentiu.
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Desculpa pelo capítulo curto

Entre o Silêncio e o Caos (Catnap x Dogday)Onde histórias criam vida. Descubra agora