Mistérios do planeta.

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Pra mostrar que não estou de brincadeira (lê-se: sou irresponsável e desorganizada) esse capítulo tá enorme! Mais de duas mil palavras, nada planejadas. Peço desculpas mas espero que gostem! 🥲






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Madruguei junto do sol essa noite. Assisti o seu nascer do lado de fora de casa, estirado num tapete na grama, tentando colocar algum exercício de respiração em prática enquanto fingia meditar.

A ansiedade era tanta que não conseguia focar nem em um, nem em outro, decidindo por aceitar o fracasso, abraçar o frenesi de emoções e esperar um pouco até essa loucura passar, assistindo o sol nascer. Foi uma ótima ideia.

Minha relação com o sol é uma só: dependência. É dele que tiro energia, vitalidade, força e querer. Sabe aquelas pessoas que se deprimem sazonalmente pela falta do sol? Eu. Admiro a grandeza no sol na mesma intensidade que anseio ser exatamente como ele, e tudo que ele representa. É um querer meio louco, né? Mas só eu entendo o que sinto, principalmente quando o assunto é ele, o astro rei. Enfim.

Fiz várias orações essa manhã também. Em casa, no carro, no banho, na estrada, no restaurante e onde mais pisei. Acendi duas velas pelo Alkemius e saldei a força dos que me guardam, a quem devo tudo e principalmente o sucesso das minhas franquias, que possibilitou essa aqui acontecer.

Antes do café, lá pelas oito, fui correr na praia. Não quis me afastar muito da região Itapuana não, então fiquei por ali mesmo e caminhei na areia antes de mergulhar nas águas geladas daquele marzão. Fui muito bem recepcionado pela deusa que mora nas ondas, que me abraçou e envolveu meu corpo num bálsamo lindo de sentimentos que acalentou aquele coração zoneado, me deixando também em um estado puro de gratidão e harmonia.

Lhe ofertei uma rosa branca, branquinha pra agradecer a recepção mais do que calorosa e tudo que até ali Ela tinha me dado e depois de mais alguns minutos hipnotizado pela força das ondas e todo seu encanto, fui pra casa.

Encontrei com a Maristela no portão de casa me esperando, toda empacotada em seu pijama de estampa animal felpudo, e antes de mais nada roubei um beijo que serviu de acalento para ambos.

— Tá nervosa, chef?

— Morrendo, nu. Quase não consigo dormir, devo ter rodado no colchão a madrugada inteirinha, né? — perguntou meio apreensiva, meio cansada. Dei mais um beijo nela enquanto guiava nossos corpos pra dentro, mais precisamente pra sala, agarrado nas costas dela.

— Foi, quase não me deixou espaço. Mas eu tô acostumado, linda. — com uma mordida final em seu pescoço eu me afastei, mas só pra ir até a cozinha arrumar um café da manhã decente pra minha morena.

— Quarta vez que a gente faz isso e não fica mais fácil. Será que na décima filial a gente vai parar de sentir isso? Essa agonia toda? — sentou-se numa das banquetas dispostas na ilha da cozinha e apoiou o rosto nas mãos, me assistindo preparar uma chaleira de chá e uma garrafa de café. — Tinha esquecido o quanto cê fica gostoso cozinhando sem camisa, uai.

Ainda desnudo pela caminhada matinal e completamente suado, salgado e molhado, eu me virei para encontrar a Maristela me encarando como se eu fosse um pedaço de carne. Eu dei risada do sorriso malandro que ela tinha no rosto, mas depois de duas outras investidas os nossos quereres se alinharam e ela caminhou até mim. Desliguei as chamas acessas do fogão e acomodei ela na bancada, me encaixando entre suas pernas. depositando beijos por toda as regiões que conseguia alcançar.

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