02. intertwined

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"Nos olhos certos você sempre será arte."

...

- Você desmaiou. - disse com a voz suave. - Eu estava passando e te vi deitada aqui.

Eu olhei para o chão vendo que a chuva já havia me deixado encharcada.

- Meu nome é Diana! - ela sorriu - Eu não sei o que aconteceu, mas eu acho que posso te ajudar. Mas primeiro precisamos sair dessa chuva!

Eu concordei balançando a cabeça, Diana se levantou e me ajudou a ficar em pé. Seu toque era firme, mas confortante. Enquanto caminhamos lado a lado para fora da praça, minha mente começou a clarear. O que eu estava fazendo? Quem era essa mulher? Porque eu me sentia segura com ela sem ao menos conhecê-la?

- Obrigada... - murmurei.

Ela me olhou de uma forma que me fez estremecer por dentro, seu olhar era reconfortante, calmo, intenso, e sorriu de lado.

- Você quer me contar o que aconteceu? - perguntou com gentileza, enquanto caminhávamos.

Por um momento eu pensei em não dizer. Afinal eu nem conhecia aquela mulher, mas tudo nela me fazia confiar em si mesma.

- Meu marido... - comecei, sentindo um nó em minha garganta se formando. - Ele.. Ele me traiu, na minha frente, ele sempre me tratou mal, porém eu estava acostumada com o seu jeito escroto, hoje eu me liberei dessa prisão... Mas - minhas palavras falharam quando as lágrimas começaram a rolar. - Eu estou desesperada, eu não sei o que fazer agora.

Diana parou em minha frente agora, e me olhava atentamente.

- Você fez o mais difícil, que era conseguir se libertar dessa prisão que não te fazia nem! - disse ela de forma direta. - Você vai conseguir se reerguer, tudo vai ser diferente.

Aquelas palavras me atingiram de forma inesperada. Fiquei ali parada com Diana debaixo da chuva, sentindo que pela primeira vez em tempos eu não estava sozinha. Ela não ousou perguntar mais nada, apenas ficou ali junto comigo.

Num instante os braços da loira ao meu lado me envolvem, é um gesto estranho, simples, mas que para mim havia muito significado. O meu silêncio dizia mais que minhas palavras. Eu me senti segura perto daquela mulher que eu nunca havia visto. O abraço de Diana é caloroso, firme.

Ambas não dizem nada, não havia necessidade alguma de dizerem algo naquele momento. Aquele abraço já falava por si mesmo, aos poucos as emoções que Fátima segurava começaram a transbordar. Ao envés dela limpar suas lágrimas, a morena se aconchega mais aos braços da loira. Diana apesar de não conhecer aquela mulher vulnerável agora, aperta mais o abraço como se quisesse proteger Fátima de algo que nem ela sabia mesmo o que era.

Por um momento é como se o tempo tivesse parado, na imensidão daquele abraço. Fátima finalmente abre os olhos mas continua ali.

- Vamos para um lugar mais seco? - Diana pergunta, pelo simples fato de ainda estar chovendo e ambas estarem ensopadas.

- Vamos... - basta um sussurro, para desvincular do abraço.

A loira segura fortemente os ombros de Fátima enquanto caminham para outro lugar.
Uma nova sensação parecia transcender dentro do coração de Fátima. Eu sentia uma conexão diferente entre nós, mesmo sem saber o que o futuro nos reserva eu sentia que Diana estaria ao meu lado. A chuva ainda caia mais ao lado de Diana, tudo parecia mais calma, esperançoso, como se aquela dor que eu sentia fosse embora.
Eu ainda estava processando tudo o que tinha acontecido, desde o desastre no restaurante até o momento em que desmaiei na praça. Agora, caminhando ao lado dela, eu sentia uma estranha mistura de vulnerabilidade e conforto. Diana me guiava com firmeza, como se soubesse exatamente o que eu precisava naquele momento.

Chegamos ao carro dela, um sedã preto estacionado perto da praça. Ela rapidamente destravou as portas e me ajudou a entrar no banco do passageiro. Ela entrou e se acomodou no banco do motorista, sacudindo a cabeça para tirar a água dos cabelos loiros, agora escuros e encharcados. Diana olhou para mim, e seus olhos azuis, mesmo sob a fraca luz da rua, mantinham aquela intensidade que eu já começava a reconhecer. O silêncio entre nós era estável, mas não desconfortável. Era como se ela estivesse esperando que eu estivesse pronta para falar.

- Você está melhor? - ela perguntou suavemente.

Eu suspirei, sentindo o calor que começava a circular no interior do carro.

- Um pouco - respondi, ainda meio perdida. - Foi um dia... Perturbador.

Ela assentiu, como se entendesse sem precisar de mais explicações.

- Eu sei que não nos conhecemos, e eu não quero invadir seu espaço, mas... se você precisar de um lugar para ficar ou de alguém para conversar, estou aqui - disse, com sua voz baixa.

Eu olhei para ela, tentando absorver a oferta. A generosidade de uma estranha me pegava de surpresa, mas havia algo nela, na maneira como ela me olhava, que me fazia sentir segura.

- Obrigada - respondi, minha voz ainda permanecia fraca. - Eu realmente não sei o que fazer agora.

Diana me observava atentamente, e por um momento seus olhos me prenderam. O silêncio que se seguiu não era apenas a ausência de palavras, mas sim algo mais intenso, algo que se formava entre nós.

Ela estendeu a mão, hesitante no início, e a colocou suavemente sobre a minha, que descansava no banco entre nós. Seu toque era quente, reconfortante. Eu não puxei a mão. Pelo contrário, aquele simples gesto me ancorou, eu me senti acolhida.

- Você não precisa tomar nenhuma decisão agora - ela disse. - Uma coisa de cada vez, tudo no seu tempo.

...

O que acharam? Vocês tem alguma ideia p fic? Espero que gostem!! Bjs da prii 💋






sweet destiny - diama.Onde histórias criam vida. Descubra agora