05. night revelations

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A noite no Voilà Violeta tinha terminado com um gosto de liberdade para Fátima, algo que ela não experimentava há muito tempo. A música, as risadas e o olhar atento de Diana haviam preenchido um vazio que parecia consumir seu coração. Mas, ao chegar em casa, quando as luzes da festa já se apagavam, ela se deu conta de que ainda precisava enfrentar a solidão de sua própria vida.

Fátima retirou os sapatos altos, aliviada ao sentir o chão frio sob seus pés, e dirigiu-se lentamente ao quarto. A imagem de Diana, sorrindo e iluminada pelas luzes baixas do restaurante, estava gravada em sua mente. Aquela sensação de pertencimento, de conexão genuína, mexia com ela mais do que gostaria de admitir.

Depois de vestir o pijama e tirar a maquiagem, Fátima olhou para o celular e viu uma mensagem de Diana, enviada apenas alguns minutos antes.

Diana: "Chegou bem? Foi maravilhoso ter você lá."

Um sorriso escapou de seus lábios. Essa simplicidade, essa atenção nos pequenos detalhes… Era algo que faltava em sua vida havia tanto tempo que ela quase esquecera como era. Digitou uma resposta rápida:

Fátima: "Sim, cheguei bem. E eu que agradeço por tudo. Boa noite, Diana."

Enquanto colocava o celular de lado, ainda com o sorriso tímido nos lábios, Fátima percebeu que, pela primeira vez em muito tempo, não se sentia completamente sozinha.

Na manhã seguinte, ela acordou com a luz do sol entrando pela janela e, por um momento, deixou-se envolver pela calma da manhã. No entanto, a lembrança de Robson ainda pairava, como uma sombra insistente. O relacionamento tóxico que havia vivido a deixara com feridas profundas, que agora pareciam ainda mais visíveis à medida que redescobria quem era fora daquela relação.

Decidiu que precisava de ar fresco. Vestiu uma roupa confortável, calçou um par de tênis e desceu até o jardim do condomínio. Sentou-se em um banco de frente para as árvores e respirou fundo, tentando encontrar uma paz que tantas vezes lhe escapava. De repente, seu celular vibrou. Era uma ligação de Diana.

— Fátima! — a voz de Diana soava animada do outro lado da linha. — Estava pensando… que tal um café? Tem uma cafeteria maravilhosa a algumas quadras daqui. Você anima?

A princípio, Fátima hesitou. Sentia-se um pouco vulnerável, como se tivesse que se proteger após a intensidade da noite anterior. No entanto, algo na voz de Diana a fazia querer dizer sim.

— Claro — respondeu, finalmente. — Um café seria ótimo.

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A cafeteria era aconchegante, com um aroma delicioso de grãos frescos. Diana já estava lá, sentada em uma mesa próxima à janela, sorrindo ao ver Fátima entrar. Ela usava uma blusa azul-clara e jeans, e o sorriso acolhedor que Fátima já começava a reconhecer.

— Que bom que você veio! — disse Diana, se levantando para abraçá-la.

O abraço foi rápido, mas ainda assim intenso. Diana tinha um jeito de tornar tudo natural, de fazer Fátima se sentir à vontade sem precisar esconder suas dores.

— A noite ontem foi incrível — comentou Fátima, quando já estavam sentadas, e um garçom veio anotar os pedidos.

— Foi mesmo. E você… você estava maravilhosa — disse Diana, com um brilho sincero nos olhos. — Fiquei feliz por ver você se soltando e se divertindo.

Fátima sorriu, um pouco sem graça, mas sentindo-se acolhida. Durante a conversa, ela percebeu o quanto Diana e Hugo pareciam um casal em perfeita sintonia. A maneira como se olhavam e se tocavam mostrava uma intimidade construída com o tempo. Porém, Diana mantinha sua atenção em Fátima de um jeito que a fazia se sentir completamente incluída ali.

sweet destiny - diama.Onde histórias criam vida. Descubra agora