07. sentimiento indescifrable

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Desde o dia em que Diana e Fátima haviam se encontrado, tudo parecia diferente. Diana não conseguia colocar o dedo no que exatamente havia mudado, mas a sensação era tão real quanto o calor que subia pelas suas bochechas sempre que se lembrava do sorriso de Fátima. Era como se Fátima tivesse plantado uma semente em sua vida, uma semente que crescia sem que Diana percebesse – mas cujas raízes se aprofundavam mais a cada dia.

Ela se sentia especial ao lado de Fátima, como se tivesse encontrado uma paz que nunca soubera existir. Nos momentos em que pensava nela, sentia um leve torpor, um calor que preenchia o vazio que ela guardava em si mesma, algo que não sabia descrever. A verdade era que nunca havia sentido isso antes e, talvez por isso, essa conexão com Fátima a deixava tão vulnerável e confusa. Mas era uma confusão que trazia um conforto que ela nunca tinha experimentado.

Diana passou a reparar mais em cada detalhe dos momentos que dividiam: o tom suave da voz de Fátima, as risadas que soavam como música, o jeito único como ela ouvia cada palavra sua. O mundo ao redor parecia sempre um pouco mais calmo quando estavam juntas, e os problemas que antes pareciam enormes, agora se dissolviam em um emaranhado de emoções boas e leves.

Ela sabia que Fátima era importante, mas não sabia até onde isso a levaria. Havia algo nela que transmitia uma paz indescritível, um sentido profundo de pertencimento que Diana nunca havia sentido com ninguém. As noites, antes silenciosas e solitárias, agora eram preenchidas por uma saudade inexplicável, um desejo de que o próximo encontro chegasse logo. Fátima, de alguma forma, havia se tornado parte essencial de seus pensamentos e, cada vez mais, de sua própria vida.

E, mesmo sem entender ao certo o que aquilo significava, Diana sabia que não queria abrir mão dessa nova sensação.

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Diana estava em casa, organizando o jantar e pensando na rotina da semana. A atmosfera era tranquila, o cheiro do arroz cozinhando invadia a cozinha enquanto a televisão exibia um dos seus programas favoritos de culinária. Ela estava sozinha, mas gostava daquela paz momentânea. No entanto, sua mente não conseguia se livrar da preocupação com Bruna. A filha deveria ter voltado da escola há algum tempo, e a ansiedade começou a crescer.

Quando finalmente a porta se abriu, Diana se virou, um sorriso no rosto, mas a expressão de Bruna não condizia com a expectativa de alegria. A filha entrou, os olhos marejados e o rosto pálido, e Diana imediatamente sentiu um aperto no coração.

— Bruna, querida! O que aconteceu? — Diana se aproximou, o tom de voz suave, quase um sussurro.

Bruna se deixou cair no sofá, cobrindo o rosto com as mãos e deixando as lágrimas escorrerem. O coração de Diana se despedaçou ao ver a fragilidade da filha.

— Mãe, eu vi o Thomas com outra garota! — A voz de Bruna tremia, e a dor em suas palavras ecoou pela sala.

Diana sentou-se ao lado dela, envolveu-a em um abraço apertado, tentando transmitir segurança e amor.

— Oh, querida… Sinto muito. Isso deve ser muito difícil para você. Ele é um garoto bonito, mas você merece alguém que te valorize de verdade.

Bruna soluçou, enterrando o rosto no ombro da mãe.

— Eu pensei que ele me amava… Eu realmente o amava, mamãe.

O clima na sala pesou ainda mais, e Diana estava prestes a responder, quando a porta se abriu novamente. Hugo, o pai de Bruna, entrou com um ar despreocupado, mas logo notou o clima tenso e a expressão abatida da filha.

— O que está acontecendo, Bruna? — perguntou, seu tom carinhoso misturado à preocupação. Ele se aproximou, colocando uma mão no ombro dela. — Você está bem?

sweet destiny - diama.Onde histórias criam vida. Descubra agora