Fogo

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P.O.V. Eric.

Logo o lugar estava pegando fogo, as chamas se alastravam com rapidez. A minha primeira providência, minha prioridade era tirar Bella daquele lugar o que não foi fácil porque os humanos presentes estavam completamente em pânico, o ar estava quente á ponto de queimar minhas narinas e a fumaça dificultava minha visão. Mas, eu ainda tenho a minha audição. Procurei por entre os sons, os gritos, o choro e o crepitar das chamas para enfim encontrar a mãe do meu bebê.

Corri o mais depressa que consegui e a agarrei o que a fez gritar, mas não a soltei e continuei correndo o mais rápido que pude para o lado de fora da casa e assim que estávamos longe o suficiente eu a coloquei deitada no chão. Bella estava tossido que parecia que iria vomitar um pulmão. Quando fiz menção de me levantar ela agarrou o meu braço me fazendo olhar para ela.

-Eric, nossos amigos ainda estão lá dentro.- Disse a garota.

Acho que ela espera que eu me dê o trabalho de salvar todos os humanos presos lá dentro. Que ingênua. Então Isabella se levantou com certa dificuldade e me perguntou se o meu celular estava comigo, mas infelizmente não. Sou um vampiro de dois mil anos, eu odeio a maldita tecnologia por isso tenho um humano que mexe com isso por mim. E ela não retrucou, o que não é do seu feitio. Bella ficou em silêncio e começou a chorar, ela tapou os ouvidos suponho que para não ouvir os gritos dos outros e naquele exato momento eu soube que era hora de ir embora.

P.O.V. Bella.

Senti os braços dele ao meu redor, o meu corpo sendo carregado para longe, mas ainda assim eu podia ouvir os gritos de agonia de desespero das pessoas presas lá dentro. Sentir o cheiro da carne queimada acho que este odor nunca vai sair do meu nariz. Uma vez que estávamos num lugar seguro e a salvo daquele horror a sensação de torpor começou a passar e eu me permiti chorar.

 Uma vez que estávamos num lugar seguro e a salvo daquele horror a sensação de torpor começou a passar e eu me permiti chorar

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-Porque está chorando?- Eric perguntou num tom tão monótono.

-Aquelas pessoas estão mortas! Meus pais estão mortos! Eles estão todos mortos e é minha culpa! Porque não consegui fazer nada para protegê-los! Eu mandei o meu pai para a cadeia e por isso ele morreu!- Eu gritei. De repente tudo o que eu sentia, coisas que eu guardava e nem sabia explodiu dentro de mim.

-O seu pai morreu porque era um maldito criminoso. Um fanático burro que achava que podia fazer acordos com a Yakuza, ser preso e se safar. Você não teve culpa do seu pai ter morrido na prisão.- Falei.

-Eu chamei a polícia porque eu queria te salvar de morrer queimado vivo! Contei á sua amiga agente tudo o que ela precisava para invadir o complexo. Eu dei o depoimento que o mandou para a cadeia Eric! E fiz isso porque... queria me ver livre dele.- Confessei.

E eu chorei, chorei até a minha cara inchar, até as minhas lágrimas secarem. Então me levantei e avisei que iria tomar banho. O banho me ajudou a me acalmar, sequei o meu cabelo, vesti uma camisola branca e me sentei na cama.

-Vamos ter um bebê. Tem essa noção?- Perguntei ao loiro.

-E você só descobriu isso agora?- Ele perguntou fazendo piada.

-Estou falando sério Eric. Vamos ser pais. Para esta criança seremos o mundo inteiro, seremos as pessoas que vão moldá-la para o futuro. Precisamos pensar e nos perguntar o que vamos ensinar para a nossa filha. Que tipo de exemplo vamos dar a ela. Quero dizer o que estaremos ensinando a ela se permitirmos que cresça num lugar onde trancamos nossos inimigos em masmorras e retaliamos contra ameaças dizimando cidades inteiras? Onde pessoas são usadas como objetos e deixadas para morrer queimadas vivas?!- Eu o questionei. - O que fizemos hoje foi errado! Devíamos ter prestado socorro, chamado o corpo do bombeiros. Feito alguma coisa!- Exclamei.

E ainda fiz questão de jogar na cara dele que sabia que ele não se importava com nenhum ser humano, que a dor e a morte daquelas pessoas nada significavam para ele e que aquilo estava errado. No meio do meu surto eu de repente senti uma repentina dor na barriga, uma pontada que me fez até me curvar para frente de tanto que doeu. Deus! Acho que o bebê está vindo!

A Escrava do Rei VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora