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De todas as perguntas absolutamente absurdas, fodidas e totalmente obscenas que fervilham sem parar dentro do meu vazio distorcido de mente, havia uma pergunta em particular que eu estava morrendo de vontade de fazer.

Kim Jongin, qual é o gosto da minha porra?

Agora isso me vem à mente sempre que vejo seus lábios rachados se entrelaçando com os dela.

Da Karina.

A mulher que eu quebrei.

Mesmo enquanto eu testemunhava seu repugnante 'showzinho de pegação depois da aula' bem longe nas sombras isoladas, a pergunta idiota conseguiu se infiltrar na minha vasta rede de pensamentos.

Me diz, Kim...

Qual é o gosto...?

O garoto bonito de cabelo desgrenhado tinha sua namorada encostada intimamente em seu armário, deixando um caminho de beijos suaves ao longo de sua mandíbula e passando por seu queixo para sussurrar palavras doces em seu ouvido. Aquele sorriso idiota de comedor de merda foi estampado em seu rosto estúpido, o que provou ser ensaiado o suficiente para Karina dar um de seus sorrisos imaculados em resposta.

Então eu sorrio.

Eu sorrio porque eu sei.

Eu sei a quantidade antiética de besteira carregada forçando aquele 'sorriso' dela.

Um sorriso que não é mais genuíno.

Ela também sabe.

O engano brilhava naqueles lindos orbes de ônix.

Jongin não era muito sábio.

Ele usava as mentiras dela como um suéter confortável.

Eu honestamente senti pena do filho da puta.

Era quase de partir o coração o quão alheio ele estava ao fato de que meus fluídos estavam espalhados por aqueles lábios de pétalas de rosa que ele tanto amava beijar.

Mas, ah, sim.

Eu não tenho um coração para quebrar.

Beija minha bunda, Kim.

O tempo logo forçou o casal mais amado de Horangi a encerrar seu romance no corredor e relutantemente se separarem um do outro. Depois de uma última série de beijos nauseantes, Jongin girou com o calcanhar e se dirigiu para a saída principal da escola.

Ele não fazia falta.

Como mísseis de sensores de calor, meus olhos se fixaram intensamente na beleza de olhos negros. Ela permaneceu imóvel contra a porta do armário, olhando para o namorado que partiu em um transe atordoado.

Eu observei.

Ela então girou para encarar o compartimento de metal com um suspiro, brincando ansiosamente com a volumosa fechadura de combinação aparafusada em sua maçaneta.

E eu observei.

Uma tensão pulsante enrijeceu minha espinha ao ver seus dedos finos elegantemente passando por sua cascata sedosa de cachos escuros. Ondas de choque hipnóticas quase me paralisaram em um coma de prazer enquanto eu olhava sua figura se abaixando para pegar sua mochila escolar, descarregando e recarregando seu conteúdo em seu armário.

Deus... olha para ela.

Mesmo com as tarefas mais simples, eu me lembrava de sua maldade.

Sua agressividade.

Como ela pode continuar fingindo ser tão perfeita?

Como?

Por que é que não importa quantas rachaduras eu abra em sua superfície refinada, seu espelho de fachada sempre parece manter sua forma?

Dirty [Winrina]Onde histórias criam vida. Descubra agora