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“Então... como exatamente devemos fazer isso?”

A pergunta foi feita com a delicadeza suave de uma noite tranquila de verão e, ainda assim, meu corpo inteiro se pesou em tensão.

Estávamos juntas no quintal da residência Yu, em cima de um deck de madeira recém-revestido que se inclinava sobre a impressionantemente enorme região da piscina. Karina sentou ao meu lado, seu uniforme escolar trocado por uma combinação simples de camiseta e jeans, enquanto eu permaneci em meu uniforme amassado. A peça central decorativa com flores que geralmente adornava a mesa de vidro do pátio foi empurrada para o lado para dar lugar a uma coisa completamente diferente — uma que silenciosamente clamava por minha atenção.

Uma garrafa familiar de tom azul gravada com rótulos de ouro reinou zombeteiramente dentro do meu ponto de foco principal.

Engoli o nó feio de nervos que subitamente entalou minha garganta, meu corpo afundando progressivamente no estofamento áspero da cadeira do pátio como se eu estivesse sendo submersa em areia movediça.

Por que não consigo me mover...?

“Minjeong?"

Minha atenção mudou para Karina, que graciosamente me presenteou com uma de suas muitas expressões compassivas que eu realmente gostaria que ela guardasse para si mesma.

O nível de vulnerabilidade que aqueles olhos brilhantes lançavam sobre mim provou repetidamente ser intenso demais para eu suportar em uma única situação.

Deus, eu já era totalmente idiota por ela — ela precisa me enfraquecer ainda mais?

"Como você gostaria de fazer isso...?" Karina perguntou nervosamente, se mexendo em seu lugar enquanto seus dedos finos brincavam com os apoios de braço irregulares.

"Por mim tanto faz..." Eu resmunguei baixinho.

Eu estava temendo esse momento.

O dia inteiro foi passado comigo apodrecendo de aula em aula, uma bagunça em pânico, desejando desesperadamente que qualquer entidade que permanecesse no plano do universo desacelerasse o inevitável movimento do tempo.

Conforme as horas passavam agonizantemente, minha desgraça iminente continuava a formar uma tempestade ao meu redor.

Ela tinha mesmo que manter sua palavra, não tinha?

Eu esperava que, só dessa vez, seu lado irritantemente confiável não desse as caras para essa ocasião, mas quem diria, não é mesmo? — A Perfeita Senhorita Solucionadora de Problemas conseguiu encontrar um jeito.

Eu não tinha certeza se ainda gostava dessa característica dela.

Porra.

É isso.

Eu tenho que encarar agora.

Minhas desculpas se esgotaram, me prendi à armadilha da fuga, completamente escravizada por um olhar ardente — eu tenho que encarar isso.

Eu tenho que encarar ela.

Irene Bae.

Embora dessa vez apenas dentro do meu subconsciente, ela conseguiu destruir minha vida — me arruinar através das mais vagas memórias.

Eu precisava fazer isso.

Eu precisava recuperar aquela fração da adolescência que ela tirou de mim.

Adolescência que eu temia nunca mais ter de volta...

Isso precisa ser encarado.

Mas ainda era tão incrivelmente assustador.

Dirty [Winrina]Onde histórias criam vida. Descubra agora