𝟎𝟕

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Catherine, com os olhos fixos nos monitores, digitava freneticamente, tentando recolher todas as informações sobre o avião que havia aparecido misteriosamente no radar de William. A tensão na sala de controle era palpável, e o tempo era essencial. Seus dedos corriam pelas teclas, buscando respostas que pudessem explicar o que estava acontecendo.

― Capitão, temos algo aqui, ― começou ela, a voz mais controlada agora, mas ainda tensa. ― O avião é russo... e não tem autorização para estar nessa rota. Isso é altamente suspeito. Não temos permissão para engajamento, mas precisamos monitorar de perto.

William, sentado na cabine, olhava para o horizonte, o avião russo agora visível à distância. Sua mente estava em um turbilhão de decisões, mas ele sabia que não podia perder o foco. Catherine estava despejando dados no rádio, mas algo dentro dele gritava que ele não podia esperar por uma decisão oficial da torre.

― Middleton, escuta, ― ele disse abruptamente, cortando as palavras dela. ― Nós não temos tempo para discussões burocráticas. Se esse avião está aqui, sem autorização, pode ser uma ameaça. Não vou correr o risco.

Rob, ao lado de William, já havia entendido o que seu capitão estava pensando. Ele olhou para William e assentiu em silêncio, pronto para agir.

― Middleton, nós vamos lidar com isso sozinhos, ― William afirmou, com uma determinação que não deixava espaço para questionamentos.

― Capitão, não faça isso! ― Catherine gritou no rádio. ― Você não pode agir sem autorização! Espere pelo aval da RAF! Não sabemos as intenções desse avião!

Mas William já havia decidido. O fato de o avião ser russo, voando em uma área onde não tinha autorização, acendeu todos os alarmes. Ele sabia que a missão era delicada demais para ser comprometida, e se esse intruso estivesse ali para espionagem ou, pior, para uma ação ofensiva, ele precisava tomar controle da situação. Falhar não era uma opção.

― Dixon, estamos prontos? ― William perguntou, ignorando completamente o protesto de Catherine.

― Prontos, Capitão ― Rob respondeu sem hesitação.

Eles ajustaram os controles, desviando a rota de forma sutil, tentando se posicionar em uma área estratégica. A missão original já estava fora de curso, mas isso não importava mais. O foco agora era garantir que o avião russo não atrapalhasse seus planos, e William estava disposto a fazer isso do jeito que achasse melhor.

― Capitão Wales, estou te dizendo, você não pode fazer isso! ― insistiu Catherine, sua voz agora uma mistura de raiva e desespero.

Mas ele já havia cortado a comunicação principal com a torre, focando completamente na nova rota. O silêncio no rádio era ensurdecedor para Catherine, que sabia que, naquele momento, qualquer decisão errada poderia comprometer a segurança de todos.

William e Rob se aproximavam rapidamente do avião russo, suas mentes afiadas, prontos para reagir a qualquer movimento suspeito. Para eles, não havia margem para erro, e William sabia que estava agindo à margem das regras. Mas, naquele momento, ele confiava apenas em sua própria intuição.

― Estamos quase lá, ― murmurou William, os olhos fixos no alvo. ― Vamos mostrar que sabemos o que estamos fazendo, e eles vão recuar.

Mesmo com o rádio silenciado, Catherine observava em tempo real o que estava acontecendo. Ela sabia que William estava ignorando completamente suas orientações e isso a deixava à beira do desespero. Mas não podia fazer nada além de torcer para que ele soubesse o que estava fazendo ― porque, se ele não soubesse, o resultado poderia ser desastroso.

TURBULÊNCIA ; 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗂𝖺𝗆 𝖾 𝖼𝖺𝗍𝗁𝖾𝗋𝗂𝗇𝖾Onde histórias criam vida. Descubra agora