TURBULÊNCIA ; 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗂𝖺𝗆 𝖾 𝖼𝖺𝗍𝗁𝖾𝗋𝗂𝗇𝖾

𝟎𝟑

Catherine dirigia pelas ruas com a raiva ainda pulsando em suas veias. A ideia de ir ao pub com as meninas, que antes parecia uma boa forma de relaxar, já não fazia sentido. Tudo o que ela queria era chegar ao seu apartamento, jogar o celular em algum canto e tentar esquecer Rupert, William, e tudo o que vinha transformando sua semana em uma sucessão de frustrações.

Ela apertou o volante com força, ainda ouvindo as palavras de William ecoando em sua cabeça. Ele definitivamente não é o tipo de homem que eu quero por perto. Sua voz ressoava em sua mente, mas algo no olhar dele, mesmo em meio à discussão, a fez sentir uma irritante pontada de... dúvida? Não, ela não queria admitir, mas aquele confronto havia mexido com ela de uma forma que não deveria.

Ao chegar ao seu apartamento, Catherine desabou no sofá, passando as mãos pelo rosto, tentando recuperar o controle. No fundo, sabia que a explosão de raiva com William não tinha a ver só com ele. Rupert, o trabalho, e a frustração crescente em sua vida pessoal estavam se acumulando. Mas, por algum motivo, William havia sido o catalisador dessa explosão, e agora tudo parecia um caos.

Enquanto isso, próximo da base , William estava no banco ao lado de Rob, mas seu humor tinha mudado drasticamente. O encontro com Catherine, que ele tinha certeza de que poderia controlar, se transformou em um desastre, e a rejeição havia mexido com ele de uma forma que ele não esperava. Rob, é claro, não perdeu a oportunidade de aproveitar a situação.

― Nossa, Wales, isso foi o que eu chamo de uma bela rejeição ― provocou Rob, rindo enquanto tomava um gole de cerveja. ― Eu nunca vi uma mulher te mandar passear tão rápido assim. Você mal teve tempo de tentar seu famoso charme.

William tentou manter a expressão despreocupada, mas a frustração estava clara em seus olhos. Ele não estava acostumado a ser rejeitado, muito menos de forma tão direta e com tanto... ódio. Mesmo que ele tentasse se convencer de que era só mais um jogo, algo dentro dele o incomodava.

― Vai se ferrar, Dixon ― William retrucou, sua voz carregada de sarcasmo, mas havia uma tensão ali que não passava despercebida. ― Isso foi só um mal-entendido. Não era para ser nada sério.

Rob deu mais uma risada, balançando a cabeça em descrença.

― Claro, claro. Foi só um "mal-entendido". Mas, sabe, eu apostei que você conseguiria pelo menos arrancar um sorriso dela, e nem isso você conseguiu. ― Rob olhou para ele com um sorriso travesso. ― Acho que você está perdendo o toque, Capitão Galanteador.

William soltou um suspiro frustrado, esfregando as mãos no rosto. Ele não estava acostumado a perder ― e muito menos a ser provocado assim por Rob. Mas, em vez de deixar a rejeição de Catherine dominá-lo, ele sentiu algo diferente brotar dentro de si: uma determinação silenciosa. Ela o havia rejeitado, sim, mas isso só fez com que ele quisesse tentar ainda mais. Não se tratava mais de uma simples aposta ― era algo que ele não conseguia explicar completamente, mas precisava vencer.

Ele olhou para Rob, a expressão de frustração suavizando-se lentamente enquanto um sorriso surgia no canto de sua boca.

― Dixon, vamos aumentar essa aposta ― disse William, sua voz voltando ao tom desafiador habitual. ― Esqueça as cervejas. Quero algo mais interessante.

Rob ergueu as sobrancelhas, intrigado.

― Mais interessante? Do que estamos falando, então?

William se inclinou para frente, os olhos azuis brilhando com uma intensidade nova. Ele já sabia que não ia deixar isso morrer tão facilmente, e, para isso, a aposta precisaria ter um prêmio que fizesse valer a pena o esforço.

― Se eu conseguir sair com Catherine até o final da próxima semana, você vai me dar a sua moto. A Harley. ― William sorriu, sabendo que isso faria Rob pensar duas vezes antes de aceitar.