𝟏𝟎

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William percebeu a risada de Catherine e, sem perder o ritmo, começou a provocá-la ainda mais, o sorriso confiante estampado no rosto.

― Ah, então minha 'namorada' sabe rir? Pensei que você só tivesse aquele ar de durona, ― ele disse, lançando um olhar de canto que a fez revirar os olhos, embora não pudesse conter um pequeno sorriso.

Catherine notou, porém, que o caminho que ele seguia não era para nenhum café ou pub. Reconhecendo o trajeto, ela franziu o cenho e perguntou, um pouco desconfiada:

― Onde exatamente você está me levando, William?

Ele lançou um olhar inocente, mas com o brilho de malícia característico.

― Um lugar muito tranquilo, cheio de conforto, onde podemos conversar sem interrupções. Tem até um sofá bem espaçoso.

Ela arqueou a sobrancelha, sem nem tentar disfarçar a incredulidade.

― William...

William a observou de soslaio, os olhos brilhando com aquela mistura de divertimento e desafio que ele parecia guardar especialmente para ela.

― É um lugar muito tranquilo, eu juro ― ele disse, fazendo uma pausa dramática. ― E claro, tem um especialista em café da manhã.

― Mesmo que não seja de manhã? ― Ela respondeu, sarcástica.

― Ah, sim. Esse especialista atende a qualquer hora. Tem suas vantagens, sabe? Café da manhã às quatro da tarde, jantar às sete da manhã... Um verdadeiro cinco estrelas.

Ela balançou a cabeça, incrédula.

― Ah William... você está me levando para sua casa? ― perguntou, um pouco hesitante, ainda tentando se manter impassível.

Ele apenas deu de ombros, com um sorriso despreocupado.

― Onde mais teria tanta paz, conforto... e o melhor café da manhã da cidade? E não se preocupe, ― ele acrescentou, notando o olhar relutante dela, ― não mordo. A menos que você queira, é claro.

Catherine fechou os olhos por um segundo, tentando se manter firme. Era claro que ele não iria desistir facilmente, e o pior de tudo é que ela não podia negar que uma parte dela estava curiosa, ansiosa até.

― Tudo bem, ― ela suspirou, tentando soar indiferente. ― Mas só a conversa. E sem truques.

William assentiu, o sorriso ainda mais provocador.

― Só conversa. Prometo.

Mas, enquanto ele voltava a focar na estrada, ela percebeu que aquele breve momento de trégua não duraria muito.

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À medida que subiam as escadas até o apartamento de William, Catherine não pôde deixar de observar o quão confortável ele parecia, caminhando com aquele ar natural de quem está sempre no controle. Ele tinha uma confiança quase despreocupada, e a simpatia que exalava era algo que ela tentava não notar — e, ainda assim, era impossível ignorar. Era fácil, até invejável, vê-lo tão seguro de si, tão cheio de um tipo de felicidade que, naquele momento, ela mesma achava difícil alcançar.

Por um instante, enquanto caminhavam lado a lado, ela se perguntou se ele era sempre assim ou se aquela despreocupação era apenas mais uma máscara. Ele parecia capaz de fazer qualquer coisa parecer fácil, até mesmo lidar com o momento delicado que estavam prestes a compartilhar. Ela, por outro lado, sentia-se dividida entre a exaustão emocional do que acabara de enfrentar com Rupert e a tensão de estar tão perto de alguém que parecia decifrá-la com tanta facilidade.

TURBULÊNCIA ; 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗂𝖺𝗆 𝖾 𝖼𝖺𝗍𝗁𝖾𝗋𝗂𝗇𝖾Onde histórias criam vida. Descubra agora