Unsaid things

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- Stiles, você precisa entrar. Está frio aqui. – Isaac falou, colocando o braço em meus ombros.

Eu ainda estava na praia, olhando para o ponto onde o barco desaparecera.

- Isaac tem razão, Stiles. Você está todo arrepiado. – Kira disse.

Apenas assenti e me virei para entrar em casa.

- Você quer que a gente durma com você hoje? – Isaac perguntou.

- Não. Só quero ficar sozinho.

- Tudo bem. Mas se você quiser conversar, pode nos chamar. Não importa o horário.

- Ok. – Falei, com a voz fraca.

Quando chegamos ao segundo andar desejei boa noite aos dois e fui para o quarto do Poseidon. Entrei e nem me importei em trocar de roupa ou escovar os dentes. Apenas tirei os sapatos e me joguei na cama, me cobrindo com o edredom e chorando até dormir.

A quarta-feira amanheceu fria e chuvosa, combinando com o meu humor. Fiquei horas deitado na cama depois que acordei, sem forças e nem vontade de levantar. Não conseguia me conformar. Não só por Derek ter saído, mas por ter saído quando a outra opção de voto era a Kate. O que isso queria dizer? O público gostava mais da Kate do que de Derek? Isso não era possível. Era? Ela tinha tentado beijar o Derek, mesmo depois de ele ter deixado claro que não queria nada com ela. Como as pessoas poderiam ter assistido isso e mesmo assim ficado do lado dela?

E Kate era a pessoa que mais me detestava naquela casa. Será que isso significava que o público também não gostava de mim? Que concordava com as falas e atitudes da Kate? Se isso fosse verdade, apesar do que Derek dissera, eu não teria chance alguma de ganhar aquele programa. E nesse momento estava sendo muito difícil lembrar porque eu queria ganhar.

Tentava lembrar das palavras de incentivo de Derek e pensar no porque tinha me inscrito no programa. Tentava pensar em como aquele dinheiro seria importante. Mesmo o prêmio de terceiro lugar já era incrível. 500 mil dólares. Isso seria mais do que o suficiente para mudar minha vida pra sempre. Eu precisava continuar, sabia disso. Mas era muito difícil.

E eu não conseguia parar de pensar no último momento que tive com Derek, na praia, quando estávamos nos despedindo. Naquele momento eu senti tanta vontade de falar uma coisa. Mas não falei. Não sei se por covardia, incerteza ou por não querer que algo tão importante acontecesse naquela situação.

Eu te amo. Estou apaixonado por você.

Era o que gostaria de ter dito para ele, antes que partisse.

Pensei muito sobre isso. Incerteza não era. Eu estava completamente certo do que sentia.

Se tivéssemos nos conhecido lá fora, dificilmente eu teria me apaixonado tanto por alguém em menos de dois meses. Mas não tínhamos nos conhecido lá fora. Nos conhecemos em uma situação singular, completamente diferente da nossa vida cotidiana.

Derek e eu passávamos todos os dias juntos desde aquela primeira semana, em que Jackson nos forçou a ficar acorrentados, presos um ao outro. Depois que as algemas foram retiradas, continuamos sempre perto, por opção. Derek estava comigo em cada momento de derrota e de vitória. Ele me ouviu falar sobre minha família e me abraçou quando chorei de saudade. Me ouviu falar sobre meus livros preferidos e fez perguntas pra mostrar que se importava. Nem piscou quando eu falei sobre minha sexualidade. Só me acolheu.

Do mesmo jeito que eu o acolhi nas vezes em que ficou ansioso por estar preso nessa casa cheia de estranhos e quando ficou triste por sentir muita falta da família. O apoiei em suas vitórias e estava ao seu lado nas derrotas.

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