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Jade💋

O som abafado dos nossos passos ecoava pelas vielas estreitas do Alemão. A escuridão parecia se moldar enquanto avançamos, sempre com os olhos atentos em cada movimento. Estava concentrada, o coração batendo forte, mas a mente fria. Meus filhos estavam ali, em algum lugar entre aquelas paredes sujas e corredores apertados, e eu não deixaria pedra sobre pedra até encontrá-los.

Janjão fez um sinal.

Janjão: Eles estão no barraco do alto, tem dois vapor na entrada.

Olhei para cima. Sabia que não podia errar. Minhas crianças estavam ali dentro. Fiz um sinal, e em silêncio, meus soldados se espalharam ao redor da casa. Com precisão letal, os dois guardas foram neutralizados sem sequer um som. Quando me aproximei da porta, respirei fundo.

O momento havia chegado.

Empurrei a porta, entrando com determinação. Miguel e Rubi estavam deitados em um colchão jogado no canto da sala e por incrível que pareça, eles estavam bem. O alívio tomou conta de mim, mas não era hora de relaxar. Tinha mais três vapores lá dentro, mas antes que pudesse reagir, os meus vapores entraram, tomando o controle da casa em segundos.

Jade: Miguel! Rubi!— corri até eles,rapidamente e os envolvendo em neus braços. Os dois começaram um choro, eles estavam bem e isso era tudo que importava.

Jade: Tá tudo bem agora. Mamãe tá aqui.

Dei ordens para que JP e Leke levassem as crianças de volta para a Maré, enquanto eu ficaria e outros vapores continuaria ali. Ainda havia um último acerto a fazer.

(...)

Quando finalmente o encontrei, ele... o Jacaré do alemão em uma casa qualquer do morro, o mesmo estava cercado por seus homens, uma expressão furiosa no rosto. Mas não recuei.

Jacaré: tu tava achando que podia entrar no meu morro e sair viva, Jade? — ele falou, logo puxando uma arma.

Não respondi com palavras. Em vez disso, saquei minha própria arma com a mesma frieza.

O confronto foi rápido. Tiros dispararam de ambos os lados, mas a minha mínima "experiência" falou mais alto. Com precisão cirúrgica, acertei Jacaré no peito. Ele cambaleou, caindo no chão, seu corpo já sem vida.

Mas antes que eu pudesse processar a minha vitória, um som suave de choro preencheu o ar. Me virei e vi, no canto da sala, uma garotinha de olhos arregalados, assistindo a tudo com lágrimas rolando pelo rosto.

Senti uma pontada no coração, algo que eu não esperava naquele momento.

Me aproximei da criança, com o coração apertado.

Jade: Como é seu nome, garotinha?

Chorando e com o olhar confuso, respondeu com uma voz baixa:

×××: Liliane...

Jade: quantos anos você tem?

Liliane: seis...

Jade: onde sua mãe tá, pequena?

Lilia, soluçando, respondeu com tristeza:

Liliane: eu não tenho mãe, minha mamãe morreu...

Agachei e, com cuidado, peguei Liliane no colo. O peso da decisão já estava claro em minha mente.

Jade: Você agora tem uma mãe, e uma família.— disse acariciando os cabelos da criança — Eu vou ser sua mãe.

Lilia, ainda confusa e chorando, me abraçou com força. E ali, no meio da guerra e do sangue, tomei uma decisão: aquela menina seria parte de minha vida, uma promessa feita no meio do caos.

Enquanto os primeiros raios de sol começavam a tocar as ruas do Alemão, saí com Liliane nos braços.

...

A Maré tinha sua rainha de volta, e agora, ela trazia consigo mais do que apenas seus filhos.

Ela trazia um novo começo, um novo destino.

O jogo estava longe de acabar, mas naquele momento, Jade havia vencido.

...

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⏰ Última atualização: Oct 21 ⏰

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