capítulo 13: o Escritório

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O dia nublou e meu aplicativo logo avisava que vinha uma tempestade

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O dia nublou e meu aplicativo logo avisava que vinha uma tempestade. Finalmente, chegamos ao inverno, a melhor época do ano. Consigo sentir o cheiro da terra molhada e a brisa fresca que passava pelas janelas da escola. Encosto a cabeça no vidro, encarando o clima lá fora, enquanto o professor falava ao longe de minha linha de pensamentos. 
Sem esforço, um rosto vem à minha mente: cabelos negros, olhos de esmeralda. Suas mãos em meu corpo
naquela cozinha; meu corpo inteiro ansiava por suas mãos a me tocar. 
Meus lábios queriam sentir os dele, saber qual o sabor. 
Meus olhos se fecharam com o pensamento, fazendo eu puxar minha respiração e soltar lentamente. 
Meus devaneios são interrompidos pelo som estridente do sino; era hora de ir pra casa. Arrumei minhas coisas e fui para a saída. Eu sabia que Jéssica me esperava no estacionamento, como havíamos combinado. 

Já no estacionamento, avisto o carro da minha amiga e vou até lá. Jéssica saiu ao me ver chegar.

__ Má notícia: o pneu furou. - Ela deixa os ombros caírem; eram 5 da tarde e o temporal estava só piorando. __ Mas tem uma boa notícia: Neitan veio nos buscar.

Ela solta um suspiro e eu reviro os olhos ao ouvir.

__ Qual era a boa notícia mesmo? - pergunto com deboche.

__ Ra ra, para de ser sem graça. - Ela pega minha mão e me leva para fora do estacionamento, onde um BMW preto estava à espera.

Abro a porta do banco de trás com relutância; entrando, minha amiga senta no banco da frente, cumprimentando o primo.

__ Oi, ruivinha. - Ele me encara pelo retrovisor.

__ No dia em que você me chamar pelo meu nome, vai cair um dilúvio. - Respondo calma, procurando meu livro que ganhei de alguém. Mistérios, eu havia começado a ler novamente e por marcações, há alguns desenhos colocando minha marca.

__ Dá pra vocês ficarem amigos pelo menos até a chuva acabar? - pergunta minha amiga.

__ Até a chuva acabar, ruivinha?

__ Se isso significa que não vai encher meu saco, sim, claro.

O cheiro de Neitan me invadiu enquanto eu abria o livro. A capa desbotada, com letras douradas quase apagadas, me atraiu como um ímã.

__ Edição rara? Você já não tinha lido esse livro? - a voz de Neitan ecoou pelo carro, cortando meus pensamentos. Ele me observava pelo retrovisor, o olhar fixo no livro em minhas mãos.

__ Acredita que ela ganhou de um cara misterioso? - Jessica soltou uma gargalhada, a boca larga escancarada em um sorriso.

__ Não sabe se foi um cara, não tem remetente? - respondi, sentindo um frio na barriga.

O motor do carro rugiu, um ronco gutural que me fez estremecer. Começamos a sair do lugar, a rua escura e deserta se esticando à nossa frente, e pingos de chuva começaram a cair do céu.

O começo do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora