Depois que decidi largar os planos do meu pai de mão, fiquei afastado dos preparativos da inauguração.
Mas a minha casa estava a todo vapor com os preparativos para a festa da empresa.
E eu ainda tinha que arrumar uma acompanhante, mas não conseguia pensar em outra pessoa a não ser a amiga chata da minha prima.
Depois daquela noite no escritório, ela virou a dona dos meus pensamentos, me aprisionando a ela.
Eu não deveria ter feito o que fiz, mas agora que comecei, não consigo mais parar; tudo me levava a lembrar dela.
Só depois que me afastei dela eu pude perceber o quão desesperado eu estava pra beijá-la e sentir de novo sua pele macia em minhas mãos.
Porra!
Meu membro ficou duro na calça, se pressionando contra o zíper só de pensar nela. Passei a mão por ele, tentando ver se a ereção diminuía.
Abro o vidro do carro, pegando o cigarro no porta-luvas. Acendo-o, levando-o aos lábios, e solto a fumaça devagar, afastando os pensamentos sobre a ruiva.
Eu esperava a Camily para que pudéssemos ir ao restaurante.
A porta da minha BMW se abre e a morena passa por ela, sentando-se ao meu lado.
Ela mexia em seus cabelos enquanto olhava no retrovisor do carro.
— Em que restaurante vamos? — ela pergunta, arrumando o batom nos lábios.
— Boom Pint. — respondo. Lá era um dos melhores restaurantes da cidade.
— Aquele perto da praia? — ela me olha, então confirmo com um movimento de cabeça.
Eu precisava me distrair, e a Camily era boa nisso. Além disso, ainda tinha que convidá-la para a festa do idiota.
Coloquei uma música no rádio do carro. Ela mexia no celular até chegarmos.
Foi rápido chegar ao restaurante. Lá não era tão chique como os outros lugares onde eu costumava jantar, mas era em frente à praia. Escolhi uma mesa no terraço ao ar livre.
__ Que droga de vento! - reclama a morena, pois estava bagunçando seus cabelos.
Chamo o garçom, ignorando o comentário dela, e peço vinho tinto.
__ O que vai querer de entrada? - pergunta o garçom à nossa frente.
__ Atum com páprica. - respondo. Depois, direciono o olhar a ela, que não aparentava estar contente, mas sorria toda vez que eu a olhava.
Até porque essa droga de jantar foi ideia dela; ela ficou insistindo nisso.
__ Temaki, por favor. - ela olha para as ondas.
A vista era linda daqui; o vento dava a incrível sensação de que estávamos de férias em um lugar paradisíaco.
__ Como andam os preparativos para a festa? - ela pergunta, chamando minha atenção.
__ Sobre isso... - paro, fixando o olhar na mesa à nossa frente.
Sara e o Scott da gangue local se sentam um pouco afastados de nós. Ele se vestia de forma comportada, nada como ele realmente era, e ela sorria para ele feito boba. Senti um incômodo no estômago, a raiva tentando tomar conta de mim. Com as mãos por cima da mesa, fecho meus punhos.
__ Ei! Não sei se você esqueceu, mas eu é que sou a sua acompanhante, não a chatinha da Sara. - Camily chama minha atenção, brava com a situação.
Respiro fundo, tentando focar no jantar, mas era difícil.
Ela era minh.... como ele pode se aproximar dela? Eu vou matar esse desgraçado.
__ Que ódio! É uma pena o tiro ter sido no lugar errado. – Camily dispara novamente, mas agora conseguindo minha atenção.
__ Que tiro?
__ A sua queridinha não te contou? - Ela se inclina um pouco sobre a mesa. __ Lucas, o irmão dela, tentou matá-la depois que ela inventou que ele havia estuprado uma garota de 15 anos.
Minha sobrancelha se ergue; aquilo era curioso, mas eu sabia que aquela não era a história certa, ou pelo menos não a história toda.
__ A verdade é clara: a garota de 15 anos não deveria ter passado pela vergonha que passou, e o Lucas não deveria ter sido punido. Agora, essa vadiazinha deveria ter morrido...
Eu a interrompo; não ia deixar ela falar assim da Sara, não na minha frente.
__ Nunca mais fale dela assim. - Dou uma olhada para a ruiva e vejo ela se levantando e indo até um corredor. __ Suma da minha frente!
__ Neitan, eu...
__ Quando eu voltar, é bom não estar mais nessa mesa. - Me levanto, indo na direção de onde a Sara foi.
♡
Antes que ela entre no banheiro, pego em seu braço, colocando-a entre mim e a parede.
__ O que está fazendo com aquele cara?
Ela fica imóvel, surpresa, mas depois reage ao mesmo nível da minha fúria.
__ Não te interessa. - Ela tenta me empurrar, mas sem sucesso. __ Por que não se afasta? Me deixa em paz.
__ Vai pra casa, Sara! - Mando, mas com a consciência de que não seria obedecido.
__ Nem fodendo. - Ela me responde rápido, e seu olhar era como raios em mim. __ Você não é meu dono, eu já disse isso. O que você quer? Que eu desenhe?
__ Para de ser teimosa e me escuta, menos uma vez. - Peço, deixando meu tom vacilar para um pedido.
__ Tá com ciúmes, imbecil? - Mas ela ainda estava ríspida em suas perguntas, cruzando os braços à frente dos peitos.
__ De você? - Ergo uma sobrancelha, fingindo indiferença. __ Não!
Eu não sabia mais, aquilo soou tanto como uma mentira.
__ Ótimo, então volta pra sua modelo com cara de quem comeu e não gostou e me deixa em paz.
Um sorriso se forma em meus lábios; então, ela também me observava.
E o jeito que ela me olhava, sua linguagem corporal a denunciava, estava em seus olhos, tão visível.
Ela não estava incomodada por eu ter a seguido até aqui e tentado mandá-la, ela estava incomodada por causa da Camily.
Respiro, tentando me acalmar.
__ Não quero que ele toque você, não como eu toquei no escritório. - ela Engole em seco, a cena voltando à cabeça dela assim como na minha.
__ Um erro, a única definição para o que aconteceu no escritório. Olha, Neitan, que tal? Eu não me meto na sua vida, e nem você na minha. - ela propõe, tensa.
Um erro, mas que merda era aquela! Eu fiz o que me deu vontade e não vou me afastar dela, muito menos agora com aquele babaca por perto.
Eu fiquei imóvel, sem sair da frente dela, então ela mesma faz isso: sai sem mais nenhum dos seus comentários. Vejo-a retornando à sua mesa, sorrindo para o Scott. Aquilo me deixou totalmente mal-humorado.
Voltei ao tédio da minha mesa, mas, para minha alegria, Camily não estava lá. Peguei minhas chaves, deixando uma nota sem Dolores na mesa, e saí do local sem olhar para trás.
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O começo do Fim
Romance" Essa história conta sobre uma garota chamada Sara, que tem uma vida conturbada e enfrenta uma tragédia: a perda de sua mãe e o abandono de seu pai, resultando em um passado doloroso. No meio do caminho, o inesperado acontece: o que ela pensava ser...