Revanche acidental

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O que vestir? Eis a questão. Vasculhei toda a minha mala a procura de uma roupa legal para vestir na tal seção de fotos e nada. Talvez seja uma boa hora para pensar em ter um cartão de crédito. Depois de meia hora cogitando opções de roupas, decidi por algo no meu estilo, mas que não fizesse ninguém passar vergonha.

Arrumei-me completamente, fiz a maquiagem necessária e desci. Encontrei mais uma vez dois caras estranhos sentados no sofá, mas ao invés do jovem homem que era o empresário de Bill, havia um outro baixinho de óculos, de braços muito musculosos e uma expressão calma.

- Perdi alguma coisa? – Perguntei entrando na sala.

- Perdeu. – Tom murmurou distraído com a TV. – Você perdeu a sua altura no caminho de casa, polegarzinha.

- Um cérebro tão pequeno, para um mané desse tamanho... – Murmurei sentando no sofá ao lado de Georg, um garoto que tinha cabelos lisos e castanhos.

- Oi, sou Gustav. – O loirinho fofo saudou sorrindo. – Você é a famosa Biara?

- Prefiro Bi. – Sorri apertando a mão que ele estendeu.

- Agora aceita toques físicos? – Tom debochou. – Qual o próximo passo, ensaiar lago dos cisnes?

- Ignore-o. – Georg murmurou no meu ouvido.

- Ei, Bi. – Gustav chamou minha atenção. – Você parece tão fraquinha.

- Não só parece. – Tom sorriu.

- Já ouviu falar que as aparências enganam? – Murmurei raivosa.

- A sua não engana nem uma mula. – Tom disse rindo.

- Quer aprender a dar um soco? – Gustav ignorou Tom.

- Essa quero ver de camarote! Vou até buscar pipoca. – Tom resmungou levantando-se e saindo.

- Adoraria. – Falei entusiasmada levantando-me do sofá, encarei Tom que entrava na cozinha. – Talvez eu possa precisar aqui.

- É impressão minha, ou isso tá virando uma zona de guerra? – Georg falou rindo da cena.

- É o seguinte, - Gustav levantou-se e me puxou para o centro da sala, entre os dois sofás. – Feche os punhos assim...

- Ela não consegue nem estalar os dedos, imagine dar um soco. – Ouvi a voz de Tom soar atrás de mim, muito mais perto do que pensei, e em seguida, ouvi estalos vindos da boca dele.

Olhei rapidamente para trás, e o vi sentado no braço da cadeira, bem atrás de mim. Censurei-o com o olhar, e voltei a mirar Gustav.

- Então, você movimenta assim... – Gustav disse movendo meu braço lentamente. – Agora tenta bater na minha mão.

Ele aprumou os braços perante o tórax, e fez uma cara de concentração. Cerrei o punho, e ouvi a risada de Tom ressoar a poucos centímetros de mim. Coloquei toda minha raiva na mão direita, fixei meu olhar em Georg, me distanciei um pouco para pegar o impulso e puxei com toda minha força o braço para traz.

Apenas ouvi um grito ecoar pela sala e um balde de pipoca bater no chão. Fiquei meio atordoada, e virei a tempo de ver Gustav correndo até Tom, que estava estatelado no chão, com a mão sobre o olho direito.

- O qu- O que houve? – Engasguei olhando assustada para Tom.

- Pergunta para seu cotovelo assassino, pouca sombra! – Tom gritou raivoso.

Georg ria descontroladamente e Bill quase cai das escadas, pulando qualquer objeto para chegar até Tom.

- Deixo vocês a sós por dois minutos e Tom leva um soco? – Bill misturou uma expressão de raiva com risos de deboche.

- Foi essa louca!

- Bill, juro que não foi minha intenção... – Falei segurando o riso.

- Tudo bem, Bi, - Ele sorriu – mas como vamos tirar as fotos para o novo CD com um olho roxo?

- Tem certeza que ela não sabe estalar os dedos Tom? – Georg falou dando uma curta pausa nas gargalhadas. – Porque ela lhe deu uma bela cotovelada!

- Cala a boca, idiota. – Tom resmungou levantando-se e sentando no sofá.

- Gustav, pega um pouco de gelo... – Bill falou tirando a mão de Tom que estava firme sobre o olho. – Deixa eu ver isso cara!

- Bill, já falei para não me tocar quando me machuco. – Resmungou novamente virando o rosto.

- E quando está chorando também. – Georg sorriu triunfante.

- Madona, eu juro que arranco seus cabelos fora se não ficar quieto! – Tom grunhiu.

- Ei! – Georg segurou os cabelos. – Sabe quanto custa uma hidratação para deixa-los naturais assim?

- Bem menos que uma cirurgia no olho direito. – Murmurei, me arrependendo em seguida.

- Isso é culpa sua! – Tom acusou-me.

- Tenho certeza que está bem melhor que antes... – Falei fazendo Georg soltar mais outras gargalhadas.

- Cara, sério, eu AMO essa garota! – Urrou me abraçando de lado no sofá.

- E olha que não faço nenhum esforço para ser assim. – Murmurei mais para mim que para os outros, mas já que Georg estava do meu lado, sorriu e voltou a rir.

- Grave bem isso, Biara – Tom levantou-se, veio até mim e enfiou o dedo indicador na minha cara. – Você vai me pagar! Tá entendendo?

- Sim senhor. – Sorri.

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora