Vésperas

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Pov Bill

Eu adorava manhãs.
Elas eram frias, claras e tinham um cheirinho fresco. Mas aquela manhã parecia tão diferente das outras. Era um frio mórbido, um clareamento tão forçado e um cheiro de... bom, de mágoa. Se é que magoa tinha cheiro.
Levantei cedo e, após me trocar, encontrei Biara na cozinha. Ela estava com a cabeça baixa e as mãos esticadas no balcão, no meio delas uma caneca com café. Eu abri a boca para falar, antes de perceber que algumas gotas caíam no café.
Eram... lágrimas!

– Ei amor. – Sorri anunciando minha chegada. – Tá tudo bem?

– Bill. – Ela deu uma risada fraca limpando rápido os olhos. – Não te vi aí.

– Você não está bem, não é? – Sentei ao seu lado e acariciei os cabelos dela.

– Estou aguentando. – Murmurou olhando fixamente para o café.

– Biara, o Tom é assim... Egoísta e não suporta não conseguir o que quer.

– Mas isso não é uma questão tão simples assim. É algo que eu quero e esperava que ele entendesse. Ele... é importante. – Tremeu a voz.

– Biara eu... eu posso não ser o Tom e posso não ter seus sentimentos como desejaria mas... eu vou estar aqui ao seu lado quando precisar. – Ela me olhou afetuosa - Para o que precisar.

– Pode... Pode me fazer um favor? – Murmurou fracamente. Seu nariz vermelho e os olhos inchados. Devia ter chorado a noite toda.

– Se estiver ao meu alcance... - Falei calmamente.

– Eu adoraria te ter lá para me ver dançar, mas... – Baixou a cabeça tristemente. – Eu também queria muito que o Tom fosse. É algo importante para mim e queria que ele estivesse lá.
Sorri e acariciei seus cabelos castanhos. Aproveitei e limpei uma lágrima que caía. – Tudo por você!

Entrei no quarto do Tom e o encontrei deitado na cama e, quando me viu, virou-se de costas e enfiou a cabeça nos travesseiros. Passou a mão no rosto quando sentei na ponta da cama, ao seu lado.

– Tom, eu sei que você está chateado comigo, mas não adianta fingir que não está acontecendo nada. – Falei encarando as costas dele.

– Não está acontecendo nada. – Ele disse rouco.

– Tom, não adianta. Eu sei que você se importa. – Murmurei.

– EU NÃO ME IMPORTO! – Gritou dando um soco no travesseiro.

– Não adianta fingir, eu te conheço melhor que ninguém.

– Eu não quero mais me importar. – Disse virando-se para mim com os olhos vermelhos e, diferente do que costumava fazer quando chorava, aconchegou-se no meu colo.

– Tommy, é normal você se importar tanto. Cara, você tá apaixonado. Isso não é maravilhoso? – Falei empolgado acariciando suas tranças.

– Não, não é Bill. – Falou desanimado. – Isso dói. Aperta o peito...

– Sabe de uma coisa, eu não vou ficar te mimando aqui. – Parei de passar a mão em seus cabelos entrançados. – Você sabe como eu penso, eu tô aqui com você, mas continuo pensando do mesmo jeito. Continuo achando que você está sendo egoísta.

– Você nunca vai me entender. Você não está apaixonado por uma garota que vai te abandonar. – Virou-se mais uma vez, me ignorando.

– Não, eu ainda não passei por isso. Mas já gostei de alguém que não gosta de mim e isso é bem pior. É muito pior, saber que você realmente gosta de alguém e ter a certeza de que essa pessoa está perdidamente apaixonada pelo seu irmão gêmeo, por mais que ela negue isso. – Ele virou-se arrependido para mim e sentou-se a minha frente.

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora