Bill, parque, celular.. Oops!!

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Subi as escadas e me postei frente à porta de Bill. Encostei a cabeça na porta, pensando no que poderia dizer para me desculpar. Toquei na maçaneta, mas antes de abrir a porta ouvi soluços.

- Bill? – Murmurei abrindo a porta.

Um perfume forte invadiu minhas narinas. O quarto parecia bagunçado, a janela estava com as cortinas arrancadas e jogadas num canto do quarto, ao qual eu ignorei. Ele estava deitado de bruços na cama e havia alguns frascos de perfume jogados no chão. Me assustei um pouco, mas arrisquei alguns passos para dentro do quarto.

- Bill? – Chamei novamente e dessa vez ele levantou a cabeça para me encarar.

Seus olhos estavam inchados. Ele estava chorando. Não estava usando a maquiagem que eu sempre via. Estava apenas com uma calça de malha, mostrando um troco nu e branco.

- Bill, o que aconteceu? Por que você está chorando? – Perguntei aflita.

Ele não respondeu. Virou de costas e se deitou novamente, com o queixo apoiado no travesseiro e olhando pela janela. Senti algumas pontadas no coração e, novamente, vacilei alguns passos para chegar mais perto dele. Ele não Fez nenhum movimento, continuou estático.

- Bill, você está me preocupando. – Me sentei na beirada da cama e fitei suas costas. - O que está acontecendo? Por que você está assim?

- É complicado. – Respondeu com a voz abafada, pressionando o rosto no travesseiro.

- Eu tenho tempo. – Deitei ao seu lado.

Ele não falou nada. Demorou alguns minutos antes de eu pousar uma mão sobre suas costas e, demoradamente, descer, acariciando-as. Ele estremeceu, então eu retirei a mão e o fitei. Torci para que ele não me odiasse.

- Bom, é que eu estou bem confuso. – Falou se sentando e eu me sentei ao seu lado.

- Se for pelo que aconteceu mais cedo, não aconteceu nada. Quer dizer, aconteceu. Mas não o que você pensou. – Me enrolei com as palavras e ele deu um riso abafado.

- Não, não é por isso. Quer dizer, é mais ou menos. – Fiz uma careta e ele riu. Ótimo, pelo menos estou fazendo ele rir. – É que eu senti algo estranho quando vi você na cama do Tom.

- Bill, eu...

- Não, não é isso que você está pensando. – Me interrompeu. – É que quando eu vi vocês lá eu me lembrei do dia em que a gente se beijou e percebi que aquilo foi coisa do momento... – Fez uma pausa - A gente estava bem perto daí aconteceu, mas depois eu percebi que não senti o que achei que fosse sentir. Percebi que eu gosto muito de você, mas não é esse tipo de amor. Desculpa. – Falou e nesse momento uma lágrima, atrasada, tracejava sua bochecha.

- Não tem problema, - Abracei-o involuntariamente, como num pedido de desculpas, e ele retribuiu o gesto. - eu vim aqui justamente pra te pedir desculpas e explicar o mal entendido. – Terminei fitando seus olhos castanhos.

- Eu me afastei pra pensar, precisava ficar sozinho.

- Nós ficamos preocupados com você. – Tentei sorri de um modo afetuoso.

- Ah, obrigado. – Sorriu acanhado – Bom, nesse tempo que eu passei sozinho eu meio que consegui me encontrar.

- Que bom. Então, por que você tava chorando? – Perguntei curiosa.

- É que as pessoas tem um certo preconceito com pessoas como eu. – Arregalei os olhos. - Tenho medo que meus amigos pensem algo errado de mim por conta das minhas atitudes. – Arregalei ainda mais os olhos.

- Bill, você também é gay? – Não me contive e ele adquiriu uma expressão de surpresa. Ótimo, agora todo cara lindo resolveu ser gay?

- Gay? Não, não. – Respondeu voltando a olhar pela janela e, sem que ele percebesse, suspirei aliviada. – É que eu não consigo ficar com uma garota sem sentir nada, isso é anormal.

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora