Aparentemente inocente

capítulo 16

" Caminho entre um lugar desconhecido, o vento sopra em meus cabelos soltos e eu sinto o ar fresco, olho em volta e não reconheço onde estou. Vejo uma floresta bem distante, continuo andando entre a vegetação comum, sinto o contato com a grama nos meus pés descalços, seguro o longo vestido que estou usando mas não me lembro onde vesti essa roupa.

Vejo uma grande árvore solitária no meio do imenso pasto, sigo a diante e paro debaixo da árvore, a sensação é de que conheço esse lugar mas não me lembro. Me viro para olhar o caminho que fiz e me assusto com a visão que tenho, vejo de longe uma grande cidade, não tem prédios nem nada moderno, é uma cidade antiga.
Vejo um grande castelo rodeado de imensos muros de pedra, a confusão se espalha pois não sei onde estou e muito menos como vim parar aqui, nada faz sentido, tudo parece tão irreal...

- Vamos senhor, precisamos impedir que eles se espalhem!_ escuto uma voz e me escondo atrás da árvore.

Vejo uma menina segurando a mão de um homem, ele está de costas para mim, mas vejo o rosto da menina, meus olhos se abrem mais, é a menina do meu sonho, mas diferente da primeira vez que a vi ela está vestindo um lindo vestido como uma princesa.
Seus cabelos estão presos em um lindo penteado e em seu pescoço está um colar com um pingente, ela para de andar e olha para o homem em sua frente, ele se mantém de costas para mim, mas eu sinto que o conheço.Ele tem grandes asas em suas costas, fico encantada pois nunca vi nada igual antes, é como um anjo, é tudo tão perfeito que fico perdida, não vejo seu rosto, só consigo ver suas costas, suas asas se abre e eu perco a visão deles.

- Deixe que eu resolva isso__ o homem diz fazendo a menina olhar para ele- Só eu posso acabar com eles, esse é o nosso futuro, tudo depende de mim agora.

- Lembre-se do que a senhora anciã nos disse, temos que fazer isso juntos- ela responde e o homem encolhe suas asas, vejo seus cabelos claros e o reconheço, a menina olha em minha direção e eu me assusto - Eu vejo você, Cyndi.. _
Ela solta a mão do homem e dá um passo à frente, me mantenho segurada na árvore e vejo o homem se virar para mim, meu corpo congela e minha boca se abre.

- Killian..._ sussurro seu nome e ele olha para mim, um pequeno sorriso se abre em seus lábios, ele se mantém parado no mesmo lugar e a menina se aproxima.

- Seu tempo está acabando, lembre-se de cada palavra quando acordar - a menina diz e para em minha frente - Em algum lugar abandonado da cidade existem muitos daqueles que tentaram te matar, lá está o esconderijo deles.

-Que esconderijo? Eu não estou entendendo! _ sinto meu corpo ficar mais leve, olho para baixo e meu corpo começa a sumir aos poucos.

- Um lugar onde crianças brincam e adultos se divertem, tudo que se usa demais um dia não funciona- ela toca em meu rosto e sorri - Conte para ele e a quem confia, não tenha medo somente aqueles que tem em seu coração irá te ajudar._
A menina se afasta e caminha em direção a killian, ele segura em sua mão e começam a caminhar para longe

- Esperem por favor..._ minha voz sai baixa quase em um sussurro, eles param de andar e olham para mim

- Eles chegam em três dias, me procure quando acordar _ killian diz e volta a caminhar de mãos dadas com a menina, sinto um vazio tomando conta de mim até que eu não sinta mais nada"

Meus olhos se abrem no exato momento em que o alarme toca, me sento na cama e desligo o som irritante, passo as mãos em meu cabelo e minha mente se turva, acabei de sonhar outra vez com ela, mas oque Killian estava fazendo ao seu lado?..

Levanto da cama e vou direto para o banheiro, tiro meu pijama e vou tomar banho, a água molha meu corpo, mas é como se eu não sentisse nada, por um momento foi como se eu não estivesse aqui, é como se eu fosse outra pessoa. Isso faz sentido? Como posso estar aqui e sentir que não estou?
Se o primeiro sonho teve um significado, esse foi muito além disso, dessa vez foi um aviso, ela me deixou um recado de que algo vai acontecer, tudo que preciso fazer agora é conversar com aqueles que podem me ajudar, aqueles em quem confio.