Aparentemente inocente

capítulo 40

A história de Celine e killian
parte 4

Seus pés descalços tocaram o chão assim que se sentou sobre a beira da cama, não era do seu costume dormir diariamente, muito menos sonhar com alguma coisa, mas naquele dia ele sonhou, ele havia sonhando com a pessoa que dominou seus pensamentos de um jeito sorrateiro, Kilian havia sonhando com Celine pela primeira vez.

Vampiros tinham a capacidade de não dormir durante dias, algumas horas de sono eram o suficiente para descansar o corpo e seguir acordado como se não existisse o sono, aquilo era uma das coisas que somente um sangue frio podia fazer. Ao contrário dos humanos, que diariamente precisam dormir, ou sentirão as consequências ao longo das horas que passam.

Killian estava surpreso, mas não só porque sonhou com a princesa, mas sim porque aquela foi a primeira vez em que não teve um sonho ruim, aquele foi um sonho tranquilo onde ele estava sorrindo e correndo pelo ar livre ao lado dela. Um pequeno sorriso se fez presente em seus lábios ao pensar nessa possibilidade, isso seria praticamente impossível, uma criatura que era considerada um monstro, não teria essa chance de viver momentos assim ao lado de alguém tão pura e inocente.

Aquele sorriso em seus lábios era um sorriso irônico, pois para ele Celine era como uma pedra preciosa, uma pedra que estava longe do seu domínio, uma pedra cara demais para ser tocada por qualquer um, ela era um cristal valioso e único. Mas a lembrança do beijo que recebeu da moça ficou em sua mente, como alguém tão perfeita como ela seria capaz de beijar alguém tão sujo e imperfeito como ele?

Aquela atitude tomada pela emoção do momento deixou o jovem líder confuso, pela primeira vez, alguém conseguiu confundir sua mente, e principalmente, alguém conseguiu confundir seu frio e duro coração. Um pequeno gesto, um simples toque daqueles lábios quentes e perfeitos em seu rosto, foram o suficiente para desnortear o homem frio e quase sem alma, a princesa conseguiu arrancar um sorriso verdadeiro de killian e por menor que tenha sido esse sorriso, ele realmente foi de verdade.

Como de costume, ele se levantou da cama e foi direto para a banheira de água fria, seu corpo relaxou dentro da água, suas asas encolhidas lhe deixavam mais confortável na banheira. De costas para a porta ele ouviu umas batidas e ainda sem olhar ele sabia quem era.

- Os concelheiros estão à sua espera, termine e venha _ o homem bruxo cujo era o seu concelheiro mais fiel, deixa o recado e se retira.

Killian já havia terminado seus afazeres matinais e se vestido adequadamente, ele saiu do quarto e caminhou em direção ao salão principal, alguns dos seus soldados particulares o acompanharam durante o trajeto. As portas foram abertas e ele passou seguindo até seu lugar no ponto alto do salão, ele se sentou e algumas servas lhe trouxeram comida e algumas garrafas com bebidas, das quais ele pode usufruir.

Os concelheiros se reuniram à sua frente e começaram a debater sobre um assunto importante do qual não podia mais ser evitado.

- A situação está ficando crítica, estamos começando a ficar sem água para abastecer os moradores _ o concelheiro mais velho diz olhando para seu líder

- Aquele maldito bloqueou os córregos de água e agora a única reserva que temos é a que mantemos aqui em sua posse senhor _ a mulher conselheira diz

- O que vamos fazer? Temos crianças em nossa vila, temos idosos, não podemos deixá-los à mercê de uma seca dessas_ outro homem diz

- Nesse caso eu tomarei uma atitude, não deixarei que passem por isso _ o líder diz e fica de pé - Farei oque for preciso, esperem mais um pouco até tudo ser resolvido. Até lá dividam a reserva de água que temos _