Aparentemente inocente

capítulo 31

Às vezes me pergunto em que momento eu comecei a gostar de killian, será que foi no dia da festa de aniversário? Ou será que foi no dia que demos o primeiro beijo? A real é que tudo aconteceu tão de repente que quando me dei conta já estava com ele dominando meus pensamentos diários.
Antes eram apenas trocas de olhares e agora estou aqui terminando de me arrumar para receber ele em minha casa, e estou ansiosa pra caramba, não sei oque vai surgir nessa conversa com meus pais, só espero que não dê nada de ruim.

Hoje é quarta-feira, minha mãe pediu que o Vitalli viesse hoje a nossa casa para termos enfim a conversa sobre nosso namoro, killian está tão tranquilo enquanto eu sinto minha barriga doer de nervoso. Ele é meu primeiro namorado de verdade e estou tão feliz por tê-lo em minha vida, ele é tão bom comigo que às vezes chego a pensar que não estou retribuindo a altura.

Em todo caso, hoje é um dia importante, e quero estar tranquila mesmo que por dentro esteja quase passando mal, só quem é ansiosa sabe como é um inferno não conseguir manter a calma em momentos importantes. Descobri que sofro com problemas de ansiedade aos dez anos, eu sempre fui uma criança esperta, muito animada e sempre brincando pra lá e pra cá, mas depois de uma certa idade eu comecei a ter uns comportamentos estranhos.

Algumas vezes eu acordava durante a noite chamando pelos meus pais dizendo que tinha alguém me esperando, que tinha alguém chamando meu nome, aquilo era assustador pra caramba e eu só tinha dez anos então eu fiquei com muito medo. Sempre sonhava com alguém, eu via a pessoa, mas seu rosto sempre estava embasado como se estivesse desfocado, eu contava para os meus pais, só eles sabem dessa história.

Era tão estranho, eu sentia que conhecia aquela pessoa, mas não sabia quem era, eu tinha a sensação de que ela estava comigo o tempo todo, mesmo eu estando sozinha. E com isso me vieram os problemas de ansiedade, eu ficava nervosa diariamente, às vezes tinha crises de choro intensas, eu chorava sentindo uma angústia por dentro, chorava por um motivo desconhecido, chorava com saudade de alguém, era como se eu tivesse perdido alguém muito importante e a sensação de morte me rondava o tempo todo.

Depois de alguns anos isso passou, não voltei a sonhar com aquela pessoa, não tive mais crise de choro, voltei a ser eu mesma, alegre, sorridente e rodeada de pessoas que queriam ser meus amigos. Hoje eu vejo que aquilo tudo foi apenas um surto meu, afinal agora eu descobri coisas muito mais bizarras, como a existência daquele monstro que me odeia, isso sim é loucura de verdade. Não sei se aqueles sonhos que tive no passado tem algo haver com os que tive algum tempo atrás, mas se tiver, eu não entendi nada até hoje.

Termino de arrumar meu cabelo e fico de pé, olho no espelho e vejo minha roupa, não estou usando nada muito extravagante porque o jantar é em casa, mas ainda assim estou bem arrumada. Fiz uma maquiagem leve e calcei meus sapatos, olho para o relógio e vejo que já são oito horas da noite killian já deve estar chegando então é melhor ir para baixo.

Saio do quarto e fecho a porta, caminho pelo corredor e desço as escadas, escuto conversas vindo da cozinha e vou até lá. Entro e vejo minha mãe rindo de alguma coisa que meu pai disse, ela coloca algumas taças na mesa e eu paro para ver oque eles estão fazendo.

- Ficou linda a mesa, mãe _ falo e chego mais perto, olho para o lado e vejo Amanda preparando alguma coisa

- Sua mãe não fica tão empolgada assim para receber alguém desda última vista da sua tia Elizabeth _ meu pai diz e bebe um pouco de whisky - Ela tá feliz demais _

- Estou mesmo, vamos receber o namorado da nossa filha, não vamos passar vergonha - ela responde e caminha até meu pai - E para de beber antes do jantar, que coisa Joseph!_ ela pega o copo da mão dele e leva até a pia.