Between Courage and Loyalty - New Generation

Confessions and Poems.

POV: ALVO

— Alvo! Você já acordou ou vai ficar aí a manhã toda? — a voz da mamãe ecoou pela porta do meu quarto, cortando o silêncio do dia.

Levantei-me da cama, esfregando os olhos e tentando me espreguiçar ao mesmo tempo. O meu quarto era uma mistura de caos e encantamento. As paredes, pintadas de um azul suave, estavam cobertas com pôsteres de times de quadribol e fotos de momentos com a família. Ao meu redor, uma bagunça de livros de feitiçaria, cartas amareladas de amigos e algumas roupas jogadas pelo chão formavam uma paisagem bem familiar.

A cama, desfeita, exibia cobertores emaranhados e travesseiros deslocados, lembrando a noite anterior de jogos de cartas com Lily. No canto, uma varinha repousava sobre a mesinha de cabeceira, ao lado de uma xícara de chá que eu tinha esquecido. A luz da manhã filtrava-se pela janela, iluminando cada canto do quarto e destacando a poeira dançando no ar.

Após me arrumar, respirei fundo e decidi enfrentar o dia. Enquanto descia as escadas, já imaginava o que me aguardava. Tiago provavelmente estaria em alguma de suas travessuras, e eu me preparava para o inevitable — uma provocação ou um desafio.

A cozinha estava cheia de vida. Mamãe estava atrás do fogão, fazendo panquecas que exalavam um aroma delicioso, enquanto papai lia o jornal, com um olhar atento, como se estivesse buscando alguma notícia empolgante. Tiago estava na mesa, rindo de alguma piada que contara para Lílian, que parecia incrivelmente entediada.

— Olha quem finalmente resolveu sair da cama! — Tiago gritou, levantando os olhos para mim.— Quase comemorei a ideia de não precisar te suportar o ano todo na escola!

— Você sabe muito bem que não existe nenhum universo em que nós permitiríamos que Alvo não fosse para a escola, Tiago. Bom dia, Alvo. — Mamãe respondeu, lançando um olhar firme para ele, sem desviar a atenção do fogão.

Sentei-me à mesa, ao lado de Lílian, que parecia mais animada ao me ver. A atmosfera na cozinha estava repleta de cheiros deliciosos, com o aroma das panquecas misturando-se ao do café fresco.  A cozinha dos meus pais, Harry e Gina, sempre teve um ar simples, mas acolhedor, refletindo nosso estilo de vida prático. As paredes eram pintadas em um tom suave de amarelo, iluminadas pela luz natural que entrava pelas janelas amplas. O fogão à lenha ocupava uma das paredes, onde mamãe preparava suas famosas panquecas, e ao lado havia uma mesa de madeira rústica, sempre pronta para as refeições em família.

O espaço era integrado à sala de jantar e à sala de estar, criando um ambiente convidativo e fluido. A mesa de jantar era longa, com cadeiras de estilos diferentes, como se cada um de nós tivesse escolhido a sua favorita. No fundo, a sala de estar exibia um sofá confortável e algumas poltronas, todas dispostas em torno de uma lareira que aquecia o ambiente nos dias frios.

Penduradas nas paredes, fotos emolduradas de momentos familiares mostravam sorrisos e lembranças queridas, evidenciando a felicidade e a união da nossa família. Ao lado da escada que levava aos quartos, uma prateleira cheia de livros e troféus guardava as conquistas de papai e mamãe, além das aventuras de nós, os filhos.

— Bom dia, mamãe! Bom dia, papai! Bom dia, Lílian! — eu disse, me acomodando à mesa.

— Bom dia, Tiago! — Lily acrescentou, enquanto eu notava meu irmão mais velho revirar os olhos.

A relação entre Tiago e eu sempre foi uma montanha-russa. Ele adorava me provocar, e eu, por minha vez, tinha um talento especial para irritá-lo. Desde pequenos, a dinâmica entre nós era de constantes provocações e brincadeiras. Mas tudo ficou muito mais difícil depois que fui para a Sonserina. Lá, desbanquei Tiago de tudo que ele se considerava bom. Sou melhor nos estudos, e com Scorpius como o melhor apanhador da escola, Tiago nunca segurou uma taça de quadribol na vida. Ele ficava imensamente frustrado, e, em troca, me tratava mal.