> Doarda's pov
Já era o segundo dia de teatro e a garota nova não saía da minha cabeça.
-- Ainda acho que você quer pegar ela.
-- Cala a boca, Ananda. Eu só... quero saber qual é a dela
-- Você não acha que tá muito noiada com isso de ser destaque da sala não?
-- Eu preciso da nota, véi
Dei de ombros enquanto rabiscava qualquer coisa no caderno.
-- Então, alunos, vamos começar? Preciso que formem duplas pra uma atividade.
-- Sua hora de fazer caridade.
Nanda sussurrou. O triste de ser solteira é que sua amiga faz dupla com a namorada e você sobra. Sofia era minha única aposta, então só fui.
-- Você vai fazer comigo... Sofia, né?
Me sentei em sua frente
-- Oxente, e quem disse que eu quero fazer contigo?
Ótimo começo de conversa! Acho que se eu pedisse pra ficar com um gay não levaria uma resposta dessa.
-- Eu, e já falei nossos nomes pro professor.
-- Tá, e você quer fazer sobre o quê?
Expliquei pra garota de forma básica um bom trabalho, mas ela apenas dirigia-se a mim com indiferença.
-- Você parece uma porta naturalmente, ou o problema é comigo?
-- Vai ter que descobrir.
A partir dali, desisti de tentar alguma amizade com aquela menina. Se ela queria problema, achou.
-- Que bom que eu não tô nem um pouquinho a fim.
-- Então o problema é seu.
Revirei os olhos e finalmente o sinal bateu, então anotei meu endereço em um papel.
-- Se quiser mesmo começar com alguma nota, aparece na minha casa às cinco.
E então saí.
[ ... ]
Já era 16:30 quando vesti um moletom roxo e um short pra comer algo lá em baixo. Senti alguém se aproximar e logo me virei impressionada com a minha própria rapidez.
-- ai, Gab! Que susto, o que cê quer?
-- só vim ver como minha irmãzinha está, não posso?!
-- Diz logo o que cê precisa
-- Me acoberta pra mamãe? Marquei de sair com um amigo e não quero perder a oportunidade
-- Amigo... sei! Você quer é beijar a boca dele -- ri brincalhona -- mas pode deixar mano, vou dar um jeito.
E naquele mesmo momento, a campainha tocou e garoto foi atender. Ouvi um burburinho e logo Sofia adentra minha casa.
-- Boa tarde Hippler, acho que esqueceu de mim.
Aquela formalidade me irritava tanto que por um momento até esqueci da presença de Gab.
-- Você sabe escolher. -- ele sussurrou no meu ouvido e deixou um beijo na minha bochecha. Era impossível negar que Sofia era até que bem bonita -- Vou indo!
Ele deu uma pirueta na sala e saiu de casa. O único problema é que eu havia me esquecido completamente do trabalho e não fazia ideia de onde qualquer material necessário estaria.
-- Espera aqui um pouquinho, vou pegar as coisas lá em cima.
Até que não foi tão difícil, peguei apenas algumas canetas e um caderno.
-- Demorou pra caralho.
-- Cala a boca -- retruquei -- vai dar alguma ideia ou ficar conversando fiado?
-- Grande forma de receber alguém. Não vou nem cogitar em aceitar água, vai que põe veneno. -- Disse irônica com um sorrisinho convencido.
-- Que bom que sabe -- Sorri falso e comecei a explicar o trabalho pra garota.
Ela não colocava muitos defeitos nas coisas, mas por outro lado não ajudava muito também. Pouco tempo depois, uma chuva inesperada se iniciava e parecia forte, não tinha chances de parar tão cedo.
-- Que merda -- Indagamos em uníssono, o que era engraçado. Nunca havia sincronizado uma fala com alguém, nem mesmo com meu irmão.
-- Acho que vai ter que ficar por aqui.
-- Pra minha infelicidade -- pegou o celular desinteressada -- vou só avisar minha mãe que vou chegar mais tarde.
Dei de ombros e subi pro meu quarto. Abri meu guarda roupa e procurei algo que a servisse, optando por um pijama longo preto que ficava um pouco maior em mim, então talvez cairia bem nela. Apenas dei uma ajeitada no quarto, fiz minhas higienes, coloquei a roupa que costumava usar pra dormir e desci as escadas.
-- Já tomou banho? -- ela apenas assentiu -- eu deixei um pijama lá em cima, se quiser.
-- Por que não esperamos mais um pouco? Vai que a chuva passa.
-- Tá.
E então um silêncio desconfortável de no máximo 5 minutos prevaleceu. Acho que a garota percebeu, porque deixou o celular em cima da mesa e virou a cadeira para mim.
-- Qual a primeira impressão que teve de mim?
-- Vai me interrogar agora?
-- Se for necessário.. -- Mostrei o dedo.
-- Eu te achei... interessante. Mas no mesmo momento que comecei a falar com você, perdi qualquer sentimento de antes.
-- Desculpa se eu sou a mais mais -- ela deu de ombros enquanto sorria, o que não pôde me deixar séria por muito tempo.
-- Mais chata, só se for -- pra mim aquilo era o auge do humor.
-- Haha, muito engraçado!
Revirei os olhos e me sentei no sofá.
-- O que vai fazer?
-- Assistir alguma coisa, se quiser senta aí.
E então dei play em um episódio qualquer de Cobra Kai enquanto jogava Hay Day. Não demorou muito pra que a garota caísse no sono e queria acorda-la pra ir pra casa, mas não conseguia parar de encará-la. O que caralhos me deixava tão nervosa quando estava perto dela? Por que tinha toda essa tensão?
Acho que ainda teria muito tempo pra descobrir.
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E aí , o que acharam??? Devo ter gostado mais desse que do primeiro, ele ficou mais longuinho também
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Our Place - Soarda
RomanceNo terceiro ano do ensino médio, Sofia é obrigada a começar a participar de alguma atividade extracurricular, conhecendo Eduarda e tendo uma relação um tanto... tensa? ⚠️ - o conteúdo a seguir não tem intuíto de ofender ou sexualizar ninguém.