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> Sofia's Pov

Assim que acordei, percebi que não estava na minha casa. Demorei um pouco pra entender que tinha dormido na Duda. Espera, o que eu tô fazendo aqui?

Tentei forçar minha memória do porquê eu estaria no Sofá na casa a minha rival, mas como não me lembrei apenas esperei. Seu celular estava no braço do sofá marrom que estávamos deitadas, informando que eram dez da manhã.

Vi uma mensagem de Caick que perguntava se eu estava bem. Será que dei algum p.t ontem?

Fui ao banheiro dar uma ajeitada no meu rosto. Lavei a cara, passei a mão por alguns fios de cabelo desajeitados e me deitei novamente. Gostaria de ter o sono de Eduarda, ela nem se mexeu enquanto eu me remexi esse tanto de vezes. Percebi que a televisão estava ligada em um episódio pausado de Cobra Kai. Despausei e continuei assistindo até que a garota acordasse, mas ao invés disso ela só se virou para meu lado e abraçou minha cintura. Que audácia! Por outro lado, não quis acordá-la, sabia como era e não gostava da sensação.

Até que a garota era fofa durante o sono, seus cabelos desgrenhados a deixava mais real e o calor de seu braço envolvendo minha cintura me agradava. Assisti mais meia hora até vê-la esfregar seus olhos e bocejar. Estranhamente, senti falta de seu toque.

-- Quantas horas? -- perguntou.

-- Dez e meia.

-- Ah, oi. -- Acho que ela esqueceu quem era, pois fechou um pouquinho mais a cara quando me olhou.

-- Sonhou comigo, foi? -- sorri de canto, enquanto ela revirava os olhos e se levantava.

-- Deus me livre ter um pesadelo desses. -- Se espreguiçou. -- Vou fazer o café.

-- Não precisa, eu já tô precisando ir. -- Me levantei ao mesmo tempo que ela. -- Ham... obrigado?!

-- De nada, Santino -- Continha um sorriso tímido em seu rosto e me acompanhou até a porta.

Era Sábado de manhã, o que mais eu poderia fazer além de chegar em casa e dormir até as três da tarde? Foi o que fiz. Acordei às três e treze com uma mensagem de Ritinha, uma ex ficante minha.

WhatsApp On.

Contato Desconhecido.

Quer jantar cmg hj?

Suas ficantes não te responderam?

Não, é q eu vi uma bolsa numa vitrine e lembrei de ti.

WhatsApp Off.

É, ela tinha seus métodos. Combinamos de ir num bar perto daqui, já que eu odiava encontro a dois. Me vesti com um top preto, calça jeans e uma jaqueta marrom. Coloquei um colar prata que a mulher havia me dado de presente, pulseira e troquei meus brincos. Resolvi não fazer nada além de um gloss e uma sombra leve em meus olhos, já que era algo casual.

Resultado do jantar: ficamos sem assunto e foi muito ruim depois que seus amigos foram embora. Era óbvio que a coitada tentava, mas acho que eu também não dava tanta abertura pro papinho dela. A mulher foi ao banheiro enquanto tirei meu celular do bolso e entrei no instagram. A primeira coisa que vi foi um story de Duda, Lucas do terceiro dando um beijo no rosto dela com um fundo de algum restaurante chique. 

E aí meu estômago embrulhou.

Pensei em reagir de alguma forma, mas pareceria contraditório, afinal, nem éramos amigas.

-- Tá ficando com alguém?

-- Não, por quê?!

-- Da última vez me deu mais bola.

-- Ai, desculpa. Eu juro que não sei o que tem comigo hoje.

Ele assentiu e sentou ao meu lado.

Ai, foda-se. Virei o copo de cerveja que ela havia pedido e simplesmente a beijei. Eu odiava cerveja, e o gosto amargo da bebida se misturava com nossas línguas. Não foi um beijo ruim, talvez estranho.

-- Você tá bem diferente. -- Riu e dei-me de ombros.

-- Acho que não, né?! -- me referi ao beijo, negou com a cabeça e comecei a rir junto com ela. Foi o único momento em que não me pareceu desconfortável ter algum contato físico, eu estava literalmente rindo pra não chorar. Um incômodo que queimava meu estômago aumentava a cada segundo e eu não sabia porquê, era horrível.

Marquei de dormir na casa de Caick. Ele era o único garoto do primeiro ano que eu tinha muita intimidade, já que intercalava bastante seus ciclos. Ritinha se despediu com um beijo em minha bochecha e eu me desculpei mais uma vez.

-- Adivinha o que eu tenho! -- Ciclope me puxou pra dentro de sua casa. Pela primeira vez, aquela sala estava até que bem organizada.

-- Não sei, o quê?

-- Pijamas da pantera cor de rosa! -- ele parecia uma criança mostrando os pijaminhas combinando, eram três. -- Comprei pra Duda também, se ela quiser dormir aqui.

-- Que saco! Tudo tem a ver com a Eduarda? 

"Vamo pra casa da Eduarda.", "Comprei pra Eduarda.", "Lembrei da Eduarda". Eu juro que tô tentando não pensar na Eduarda, mas ninguém tá me ajudando.

-- O que?

-- Nada.

-- Xi... 

Me virei pro moreno, numa falha tentativa de esconder o que estava sentindo.

-- Amigo, eu não tô aguentando mais. Meus últimos dois dias foram horrorosos. -- Simplesmente porque tudo me lembrava ela.

O garoto me abraçou e ficamos em silêncio por algum tempo. Eu realmente estava precisando disso.

-- Calma, me conta isso direito.

Nos sentamos e então comecei a falar desde o sonho, até o estômago embrulhado com o seja lá o que aquele garoto é dela.

-- Ai Sô, se eu te falar, você promete que não me bate?! -- Assenti. -- Você tá querendo comer ela e não sabe pedir.

Realmente tive que me segurar bastante pra não dar na cara dele. Qualquer pensamento que tinha de um possível relacionamento ou contato com Eduarda me parecia estranho ou horrível. Acontece que na prática não era tão ruim assim.

-- Você acha? 

-- Tá óbvio.

Pedi alguns conselhos da parte do menino, e ele disse que eu só tinha que jogar um verde pra ver se Duda estava afim também. Acontece que ela não parecia querer me beijar e acabar com toda aquela tensão apenas me tocando toda vez que nos encarávamos.

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eita 👀








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