Laços de proteção

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Carol estava sentada no banco do motorista, as mãos estavam tremendo. O carro estava parado em frente à escola, e seu coração disparava. Pri, ao seu lado, segurava firme sua mão, tentando transmitir um pouco de calma.

“Você vai ficar bem, Carol. Lembre-se do que combinamos,” disse Pri, com um sorriso encorajador.

Carol respirou fundo e olhou para a entrada da escola. “Eu só não consigo acreditar que ele fez isso,” murmurou, a voz trêmula de nervosismo.

Assim que saíram do carro, avistaram a mãe de Carol em estado de desespero, gesticulando freneticamente para as professoras. “Como vocês puderam deixar meu neto ir com ele?!” ela gritava, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

“Desculpe, senhora,” uma das professoras respondeu entre soluços. “O Sr. Marcelo veio e mostrou a identidade dele... Ele é o pai de Ben.”

Nesse momento, o celular de Carol vibrou no bolso. Ela hesitou antes de atender. “Oi querida,” a voz tranquila de Marcelo soou do outro lado. “Estou com nosso filho. Estava com saudades dele.”

O estômago de Carol se revirou. “Onde está meu filho??! Não toque nele!” ela gritou, a raiva transbordando.

“Calma querida,” disse Marcelo suavemente. “Estou apenas dando um passeio com ele. Já expliquei tudo a ele; agora estou de volta e quero passar um tempo com ele.”

“Onde vocês estão?! Quero ouvir a voz dele!” Carol insistiu, frustrada.

“Oi mamãe!” a voz de Ben chegou até ela através do telefone, cheia de medo. “O Marcelo disse que era meu pai, mas eu não quero ficar aqui! Vem me buscar! Quero a tia Pri!”

O coração de Carol se partiu ao ouvir a aflição do filho. “Por favor, me diz onde estão Marcelo!” implorou ela.

“Venha até a sorveteria perto da escola dele. Estamos aqui querida,” Marcelo respondeu, rindo como se estivesse brincando.

Carol olhou para Pri e sua mãe, que estavam ao seu lado, os seguranças observando tudo em silêncio tenso. “Vamos até a sorveteria! Ben está lá!” disse ela apressada e firme.

Pri rapidamente se juntou a ela e as duas correram para o carro com a mãe de Carol relutante em seguir.

Ao chegarem à sorveteria, Ben saiu correndo em direção à mãe e à tia Pri, abraçando-as forte enquanto chorava aliviado.

Enquanto Pri conversava com Ben e sua avó tentava acalmá-lo, Carol se aproximou de Marcelo com determinação nos olhos. “O que você quer? Você me deixou no momento em que mais precisei! Agora aparece como se nada tivesse acontecido!” A raiva dela era palpável.

“Me desculpa querida!” Marcelo tentou apaziguar.

“Não me chame de querida!” Carol rosnou, o desprezo claro em sua voz.

“Continua bravinha meu amor,” Marcelo disse entre risadas.

“Eu só quero um tempo com meu filho! Passei esses quatro anos longe da vida dele e quero recuperar isso,” ele tentou se justificar enquanto dava um passo à frente.

Carol se afastou ainda mais dele. “Vai embora e não volte a nos incomodar de novo,” ela disparou antes de se virar para Ben.

Mas antes que pudesse ir embora, Marcelo gritou: “Eu vou voltar querida! Não vão escapar de mim tão facilmente!”

Carol pegou Ben nos braços e saiu da sorveteria apressada rumo ao carro. No caminho para casa, Ben adormeceu em seus braços enquanto Pri o levava para o quarto assim que chegaram.

“Ben está no banho,” Pri informou ao ver Carol procurar pelo filho na sala.

“Está bem?” Pri perguntou enquanto acariciava o rosto de Carol com delicadeza.

“Vou ficar,” Carol respondeu decidida. “Tenho que proteger Ben de Marcelo. Ele nunca foi um bom homem; minha mãe me forçou a ficar com ele. Ou eu ficava ou ela me deserdava.” As lágrimas começaram a escorregar pelo rosto dela.

Pri ficou horrorizada ao ouvir isso e abraçou Carol apertado, tentando transmitir segurança naquele momento tão difícil.

Carol sorriu ao sentir o cheiro familiar de Pri e antes que Ben saísse do banheiro, inclinou-se rapidamente para dar um beijo suave nos lábios de Pri. “Obrigada por estar ao meu lado,” sussurrou Carol apaixonada, sentindo uma mistura de gratidão e amor por Pri que sempre esteve ali para apoiá-la.

A babá que mudou tudo Onde histórias criam vida. Descubra agora