A luz suave da tarde filtrava-se pela janela, criando um ambiente acolhedor na sala de Carol. Carol estava sentada e Pri, em pé diante dela, parecia uma tempestade prestes a eclodir.
“Eu não entendo,” disse Pri, murmurando, a frustração evidente em seu tom. “Como você pôde— Como— por que—…” As palavras falhavam enquanto ela tentava processar tudo. Os olhos de Pri estavam ardendo, lágrimas de raiva e confusão ameaçando transbordar.
“Ele sumiu da sua vida! Você disse que ele não era bom!” Pri berrou, a voz falhando com a intensidade das emoções. Não estava acostumada a esse gasto de energia negativa, especialmente não ali, não com Carol.
Carol balançou a cabeça desamparadamente, o olhar perdido. “É complicado. Ele me enganou,” respondeu, a voz embargada.
Pri sentiu as lágrimas escorrendo por suas bochechas e fechou os olhos, tentando conter a avalanche de sentimentos. Foi então que sentiu as palmas frias de Carol envolvendo suas bochechas, o toque suave dos polegares enxugando suas lágrimas. A pressão familiar do corpo de Carol contra o dela aliviou instantaneamente a tensão que a percorria.
“Marcelo me enganou, Pri,” sussurrou Carol desesperada. “Acredite em mim quando eu digo que não dormi com ele. Aquele beijo que você viu… ele planejou tudo. Acho que ele me deu algum calmante, pois não lembro de nada daquela noite.”
O coração de Pri disparou ao ouvir aquelas palavras. A vulnerabilidade nos olhos de Carol fez com que ela se sentisse dividida entre a raiva e a compaixão. “Mas como você pode ter deixado isso acontecer?” Pri perguntou, sua voz agora mais suave.
“Eu escolhi você, Pri,” disse Carol, olhando profundamente nos olhos dela com uma intensidade apaixonada. “Escolhi você para amar.”
Pri ficou surpresa com a declaração inesperada. Um breve sorriso surgiu em seu rosto, um raio de luz em meio à tempestade emocional que as cercava. O ambiente parecia mudar ao redor delas; o ar estava carregado de uma nova possibilidade.
Carol se inclinou para frente e selou os lábios nos de Pri em um beijo intenso e prolongado. Era como se todo o desespero e confusão se dissolvessem naquele momento; Carol tinha fome de Pri e Pri tinha fome de Carol. As preocupações do mundo exterior desapareceram enquanto elas se entregavam àquele instante íntimo.
Quando finalmente se afastaram, seus rostos ainda próximos.
O beijo ainda pairava no ar, e Carol sentiu seu coração pulsar mais rápido. A intensidade do momento as envolveu como um cobertor quente, mas a realidade não tardou a voltar. Pri afastou-se lentamente, seus olhos ainda fixos nos de Carol, buscando respostas.
“Mas e agora?” Pri perguntou, a preocupação se misturando à ternura em seu olhar. “O que você vai fazer com Marcelo? Ele não pode simplesmente sair impune dessa situação.”
Carol suspirou, a expressão de dor evidente em seu rosto. “Eu sei que preciso cortar todos os laços com ele. Não posso deixar que ele machuque mais uma vez… mas é tão difícil.” Ela passou as mãos pelo cabelo, um gesto nervoso que Pri conhecia bem.
“Você não está sozinha nessa,” Pri disse, dando um passo à frente e segurando as mãos de Carol entre as suas. “Eu estou aqui para te ajudar a enfrentar isso. Vamos juntas.”
O calor reconfortante das mãos de Pri fez Carol sentir-se um pouco mais forte. “Obrigada,” murmurou, a gratidão transparecendo em sua voz. “Eu realmente não sei o que faria sem você.”
Pri sorriu com um brilho nos olhos, mas logo sua expressão se tornou séria novamente. “E quanto ao que aconteceu? Você precisa falar sobre isso. Sobre o beijo… o que realmente aconteceu naquela noite?”
Carol hesitou, lembrando-se da sensação estranha de estar fora de si mesma. “Eu… eu estava tão confusa, Pri. Quando Marcelo se aproximou… ele me pegou desprevenida,parecia que ele sabia que você estaria lá. E depois… tudo ficou turvo.” Ela fechou os olhos por um momento, tentando recapturar as memórias fragmentadas.
“Você estava sob efeito de algo?” Pri perguntou suavemente.
“Parece que sim,” respondeu Carol, a voz trêmula. “Mas eu não consigo lembrar bem. Só sei que acordei me sentindo perdida e envergonhada… e com você na minha mente o tempo todo.”
Pri mordeu o lábio inferior, preocupada com a profundidade daquela confissão. “Você sabe que eu nunca iria te deixar por causa dele, né? Eu só estava frustrada por você não me falar sobre o encontro de vocês e por ver aquela cena.”
“Eu sei,” disse Carol, olhando nos olhos de Pri com sinceridade profunda.Carol olhou para Pri, seus olhos brilhando com um desejo incontrolável.
“Pri…” murmurou Carol, a voz baixa e carregada de emoção.
“Sim?” Pri respondeu, a respiração acelerando enquanto seu olhar se encontrava com o de Carol.
Sem pensar duas vezes, Carol se inclinou e beijou Pri. Foi um beijo suave no início, mas logo se intensificou. Os lábios de Carol exploravam cada centímetro dos de Pri, e a pressão crescente entre elas parecia derreter todas as barreiras que existiam.
Então, em um momento de ousadia, Carol parou o beijo e direcionou sua boca até o pescoço de Pri. Ela deixou um leve chupão ali, a pele macia de Pri marcando-se sob suas carícias. Ao ouvir um gemido rouco escapar dos lábios de Pri, algo dentro de Carol estalou. Era como se a realidade tivesse desaparecido; tudo que existia era aquele momento e o calor do corpo de Pri contra o seu.
“Carol…” Pri sussurrou, os olhos fechados em prazer.
Sem pensar nas consequências, Carol empurrou Pri contra a mesa do escritório. Papéis voaram e canetas rolaram pelo chão quando ela a beijou novamente com uma intensidade avassaladora. As mãos de Carol encontraram os quadris de Pri, puxando-a para mais perto enquanto os corpos se moldavam um ao outro.
Mas antes que pudessem mergulhar ainda mais fundo naquela onda de paixão, um som interrompeu o clima: batidas firmes na porta.
“Carol? Você está aí?” A voz da secretária Vitória ecoou pelo escritório.
Instantaneamente, as duas se afastaram uma da outra, corações acelerados e rostos rubros. O momento mágico foi abruptamente substituído pela realidade do trabalho. Carol rapidamente ajeitou suas roupas enquanto Pri tentava disfarçar o sorriso travesso nos lábios.
“Rápido!” disse Carol em um sussurro apressado, tentando recompor-se antes da entrada de Vitória.
Pri deu um sorrisinho malicioso e arrumou os cabelos com uma calma que fazia Carol revirar os olhos. “Você está tão nervosa!” brincou Pri, piscando para ela.
“É claro que estou! Você sabe como é essa situação!” respondeu Carol, fazendo uma careta divertida para Pri enquanto tentava esconder a mistura de emoções que sentia.
O sorriso de Pri era contagiante; mesmo em meio ao nervosismo, Carol não pôde deixar de retribuir com um sorrisinho tímido. Havia algo especial entre elas agora — algo que ia além da amizade — e mesmo com a expectativa da entrada de Vitória, o coração de Carol batia forte por causa da adrenalina daquele momento.
A porta se abriu lentamente e Vitória apareceu com uma expressão neutra. “Desculpe interromper,” disse ela sem perceber a tensão no ar. “Precisamos discutir sobre a reunião da próxima semana.”
Carol deu uma rápida olhada para Pri antes de se recompor completamente. “Claro! Vamos falar sobre isso,” disse ela com um tom profissional, embora seu coração ainda estivesse acelerado por causa do que acabara de acontecer.
Enquanto Vitória falava sobre detalhes da reunião, Carol não conseguia evitar furtivos olhares para Pri. A conexão entre elas agora era palpável, uma chama acesa que não poderia ser ignorada — mesmo em meio ao cenário corporativo mais sério.
Pri parecia alheia à conversa formal; seus olhos brilhavam com uma mistura de travessura e cumplicidade. Era como se ambas soubessem que aquele beijo havia mudado tudo entre elas e que nada seria como antes. E mesmo com as interações cotidianas à sua volta, o desejo escondido ainda pulsava sob a superfície — aguardando o momento certo para emergir novamente.
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A babá que mudou tudo
RomanceCarol é uma CEO empresária, dona da empresa mais conhecida da cidade,tem um filho chamado Ben de 4 anos,Carol tenta achar várias babás, mas nenhuma delas consegue ficar 24 horas com o pequeno Ben. Até que um dia aparece Priscila uma mulher gentil,e...