Capitulo 4

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Dito isto aproximei-me dela e abracei-a com força. Ela afastou-se de mim.

- Não! Tu não o conheces! Ele pode fazer-te mal!

- Porquê? Porque dizes isso? Ele batia-te?

Os meus olhos ficaram arregalados e a minha respiração acelerou. Ela manteve-se calada o que deu logo para perceber que a resposta era sim!

- Como é que ele podia fazer isso?

Disse irritado e com vontade de o matar. Amy era tão serena e linda! Os meus lábios manterem-se cerrados. Amy abraçou-se a mim. Apoiei os meus braços no seu corpo e massajei-lhe suavemente as costas com as palmas das minhas mãos. Ninguém lhe irá fazer mal a partir de agora, e se alguém o fizer, terá de passar por cima do meu cadáver.

Saí do ginásio e fui para casa. Não há nada melhor do que passar um sábado a queimar o stress. Entrei e pousei o meu saco de ginástica na entrada da porta. Dirigi-me para o telefone e carreguei no botão para ouvir as chamadas de voz que tinham sido deixadas para mim.

Fui até à cozinha, peguei num copo e enchi-o com água. Preparava-me para a beber mas algo me despertou a atenção….

“ Olá Harry, sou eu, a Amy… Bem, podes achar estranho, mas, consegui o teu número de casa na ficha de candidatura à quinta e estou-te a ligar para saber se … ahhh… (ela fez uma pausa e percebi que respirou fundo) só queria dizer obrigada, porque, bem… nem nos conhecemos, e, sinto que tu me queres proteger… e, eu não sei como agradecer… por isso pensei que talvez, quando ouvisses isto, poderias passar cá por casa e, quem sabe, conhecermo-nos melhor… Beijinhos.”

Dirigi-me até ao telefone e coloquei de novo a chamada de voz. Fui tomar banho e vesti-me. Conduzi até sua casa, que por acaso sabia onde era por causa das vendas de garagem, que os bairros fazem todos os verões para angariar mais dinheiro para as famílias. Estava quase a chegar a sua casa quando vejo um carro estacionado à frente da sua porta, e de repente a porta de sua casa abre-se! Um homem alto e forte saiu frustrado dentro da casa de Amy e dirigiu-se até ao carro. Bateu a porta com força quando entrou, e saiu em alta velocidade!

Corri até à sua porta e bati com força. Amy gritou lá de dentro.

- VAI-TE EMBORA, NÃO TE QUERO VER MAIS!

-Amy, é o Harry!

Ela imediatamente abriu a porta. A sua cara estava devastada em lágrimas, o seu rímel borrado e ela estava a tremer por todos os lados. Tinha uma das bochechas vermelhas. Ela puxou-me para dentro e abraçou-se a mim. Caímos os dois no chão e ela mantinha a sua cabeça no meu peito.

- Amy! Amy? O que se passou? Quem era aquele homem?

Tentava levanta-la, mas ela fazia pressão contra mim. Agarrei nas pernas dela, peguei-lhe nos braços e levantei-a ao colo. Ela escondia o rosto com os seus cabelos compridos. Subi para o andar de cima e entrei no seu quarto. Pousei-a em cima da cama…

- Amy…

Deitei-me ao lado dela deixando-a continuar agarrada a mim!

- Ele bateu-me outra vez, Harry!

O meu coração despertou! Aquele homem alto e forte era o ex-namorado de Amy. Tinha-lhe batido, e daí a bochecha vermelha. Se pelo menos, eu tivesse chegado a tempo, nada disto teria acontecido! Congelei e senti um arrepio quando Amy passou os seus dedos sensíveis no meu pescoço. Agarrei-a para mais perto de mim e adormecemos ali os dois. Agora nada nem ninguém me podia tirar aquilo, e eu não ia deixar Amy outra vez.

Deixei um bilhete na secretária de Amy, dizendo que voltaria em breve… Ao sair do quarto, passei pela sua sala. Vi algumas revistas em cima da mesa central, umas velas queimadas e montes de fotografias espalhadas pela parede. Entrei e pude perceber que muitas dessas fotografias, eram dela com a família e com os animais… Outras eram de sítios na qual já tinha estado e apenas uma com o seu ex-namorado. Saí. Entrei no meu carro e fui para casa.

Já no meu quarto, peguei em toda a roupa que tinha no roupeiro e metia dentro de uma mala grande. Fui buscar mais umas quantas coisas pessoais e higiénicas e voltei a sair. Conduzi novamente para casa de Amy. Abandonei o meu carro com as minhas malas e fui tocar-lhe à campainha. Esperei que ela abrisse a porta.

Ela abriu-a passado alguns segundos e olhou para mim. Sorriu ao me ver, mas depois olhou para as minhas mãos que seguravam as minhas malas e fez um ar confuso.

- Para que são as malas?

Pousei uma mala e com uma mão agarrei-lhe na parte de trás da cabeça e trouxe a sua testa até aos meus lábios. Beijei-lhe suavemente. Ela não recusou, mantendo-se junto a mim, e tocou com a sua mão no meu peito.

- Não te vou deixar sozinha, Amy!

With youWhere stories live. Discover now