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Michel.
Acordei naquela manhã com uma sensação de renovação, como se o sol estivesse brilhando mais intensamente do que o habitual. O calor da luz que entrava pela janela parecia aquecer não apenas meu corpo, mas também meu espírito. Era um novo dia, e eu estava determinado a fazê-lo valer a pena.
Levantei-me da cama e olhei ao redor do meu quarto, que por tanto tempo refletira minha solidão e desespero. Mas agora, havia uma mudança sutil no ar. A Bíblia que Kiara me deu estava ali, sobre a mesa, me chamando. Fui até ela, peguei-a nas mãos e senti seu peso, mas não como um fardo. Era mais como um presente, uma promessa de novos começos.
Decidi que meu primeiro ato do dia seria começar a leitura. Sentei-me na cama, abri o livro e busquei o Evangelho de João, como Kiara me havia orientado. O primeiro verso que li dizia: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” As palavras me tocaram profundamente. Era como se eu estivesse sendo convidado a explorar um mistério que sempre esteve diante de mim, mas que eu nunca tive coragem de investigar.
Enquanto lia, a história de Jesus e seus ensinamentos começaram a ressoar dentro de mim. Eu não apenas entendia as palavras, mas também sentia a presença de algo maior, algo que me atraía para mais perto. A mensagem de amor, compaixão e redenção se desdobrava diante dos meus olhos, e com cada página que virava, sentia que estava me aproximando mais de Deus.
Depois de um tempo, percebi que precisava sair, então me arrumei e fui para a cafeteria. A ansiedade crescia dentro de mim. Queria ver Kiara novamente, conversar com ela, e compartilhar como me sentia. A cafeteria parecia um segundo lar para mim agora, um lugar onde poderia me conectar não apenas com os outros, mas também comigo mesmo.
Ao entrar, a familiaridade do ambiente me envolveu. O aroma do café fresco e o som da máquina de espresso funcionando eram reconfortantes. E logo vi Kiara, que estava atrás do balcão, preparando um pedido. Assim que ela levantou os olhos e me viu, seu rosto iluminou-se com um sorriso caloroso.
“Oi, Michel! Que bom te ver!” ela exclamou, e seu entusiasmo fez meu coração disparar.
“Oi, Kiara! Estou tão feliz por estar aqui,” respondi, com um sorriso genuíno.
Ela se aproximou enquanto eu fazia meu pedido e logo começamos a conversar sobre como havia sido nosso final de semana. “Você estava um pouco sumido, mas eu entendo que a vida pode ficar agitada,” ela disse, me observando com um olhar que parecia querer entender mais sobre o que eu estava passando.
“Na verdade, eu… estive refletindo muito sobre o que você me disse na nossa última conversa,” eu disse, hesitando por um momento. “Li um pouco da Bíblia ontem à noite, no Evangelho de João.”
Os olhos dela brilharam. “Sério? Que incrível! O que você achou?”
“Foi… muito profundo. A forma como Jesus fala sobre amor e perdão, tudo isso me fez pensar em como eu estava vivendo,” confessei. “Eu sinto que estou começando a entender as coisas de uma maneira diferente. Acredito que Deus realmente está me chamando.”
Kiara sorriu, sua alegria era contagiante. “Isso é maravilhoso, Michel! Estou tão feliz por você. Deus realmente tem planos incríveis para todos nós.”
Ouvindo-a, algo dentro de mim se aquecia. Era como se cada palavra dela fosse um incentivo, um lembrete de que eu estava no caminho certo.
“E você, como tem se sentido?” perguntei, mudando o foco da conversa.
“Estou bem, animada para o culto de hoje à noite! Será uma ótima oportunidade para nos conectarmos e adorarmos juntos,” ela disse, a empolgação evidente em sua voz.
O que Kiara disse fez meu coração acelerar novamente. O culto era uma chance de mergulhar mais fundo, de experimentar a fé de uma maneira comunitária, e eu não queria perder essa oportunidade.
Ela parecia tão feliz com minha resposta que quase não pude evitar sorrir. Antes de sair, não pude deixar de comentar: “E quanto ao que você me disse sobre a gratidão e a oração… Eu quero realmente tentar isso.”
“Estou aqui para te apoiar, Michel. E lembre-se, não há certo ou errado em como você se aproxima de Deus. O importante é ser sincero,” Kiara disse, com uma sabedoria que só aumentava minha admiração por ela.
Conversei mais um pouco com ela antes de ir embora, e a cada momento, sentia que estava formando um laço mais profundo. Quando finalmente me despedi e saí da cafeteria, o mundo parecia mais brilhante. Estava animado para a noite que se aproximava e para a nova jornada que estava apenas começando.
Enquanto caminhava, refletia sobre o que Kiara havia me ensinado e a mudança que estava tomando forma dentro de mim. O sentimento de esperança, uma vez distante, agora se tornava uma constante em minha vida. Eu estava finalmente aprendendo a abraçar a possibilidade de um futuro diferente, um futuro onde eu poderia encontrar a paz e a conexão que tanto buscava.
E, naquele momento, soube que a jornada com Deus e com Kiara estava apenas começando.
