Sofia Santino
Eu já estava com 33 semanas de gestação, quase na reta final, e havia risco das meninas virem a qualquer momento. Os nomes foram algo difícil de escolher, mas eu e Duda decidimos colocar os nomes delas de Olívia e Isabel.
— Sofia: Amor, eu queria tanto um picolé de limão! — disse, olhando para Duda, que estava deitada ao meu lado, acariciando minha barriga.
— Duda: Os que tinham aí acabaram, amor?
— Sofia: Acabou, meu bem.
— Duda: Tudo bem, vou buscar mais. — disse, vindo me dar um beijo.Nosso beijo foi lento. Duda ainda estava acariciando minha barriga. As meninas eram bem tranquilas, mesmo na barriga. Uma era agitada durante o dia e a outra, durante a noite. Eu sinto que uma tem a minha personalidade e a outra, a da Duda.
— Sofia: Eu te amo, meu amor! — disse quando o nosso beijo parou.
— Duda: Eu te amo mais, lalala! — disse, roubando um selinho e saindo do sofá.Duda foi até o mercadinho do condomínio comprar os picolés. Bom, eu tomei bastante no começo da minha gestação e estava tomando sempre durante também.
Hoje era o dia da minha última ultrassom. Eu já ia entrar no nono mês de gestação, e as meninas poderiam nascer a qualquer momento. Eduarda estava ansiosa a cada segundo que passava, parecia que era ela quem ia parir.
— Sofia: Calma, meu amor, você está muito ansiosa. Desse jeito, vou fazer você parar esse carro e eu mesma vou dirigir.
— Duda: Você não está nem louca! O médico já te proibiu de dirigir. — disse, gargalhando, enquanto estava com o olhar fixo na estrada.Chegando no consultório, esperamos por alguns minutos e entramos.
— Doutora: As meninas estão no peso ideal e já estão encaixadas.
— Duda: Pera, doutora?
— Doutora: As meninas já estão encaixadas. Sofia, pode começar a sentir contrações ainda hoje.
— Sofia: Era para eu estar feliz ou com medo?
— Doutora: Calma, vamos ver com quantos dedos de dilatação você está. — disse a doutora, vindo fazer o exame em mim. — Como eu imaginava, você está com dois dedos e meio de dilatação. Pode ir para casa e esperar as contrações.Chegando em casa, Eduarda estava completamente ansiosa, não parava de jeito nenhum sentada e sempre me perguntava se eu queria algo. A noite foi chegando, eu fui jantando e comecei a sentir uma dor que parecia uma cólica. Mainha disse que era uma contração. Foi exatamente nessa hora que eu decidi que não queria mais ter filhos!
Minhas contrações começaram por volta das 19h34 e, quando foi por volta da 1h57, minha bolsa estourou. Foi aí que fomos correndo para a maternidade. Lá mesmo, já me internaram e eu entrei em trabalho de parto. Duda estava a todo momento ao meu lado. E quando a última contração chegou e ouvimos um dos chorinhos fininhos, toda a nossa história passou pela minha cabeça. Não demorou segundos e ouvimos outro chorinho fininho. Foi quando eu olhei para o lado e vi o amor da minha vida indo pegar nossas filhas.
As meninas eram uma mistura de nós duas e eram bem parecidas. Elas nasceram com os olhos claros, iguais aos da Duda, e com o cabelo bem castanho claro. Os meninos chegaram na maternidade no dia seguinte para ver as sobrinhas deles, como disseram.
— Duda: Ó, sem gritar, bando de viado! — disse Duda, quase sussurrando.
— Sofia: Essa é a Isabel e essa é a Olívia.
— Caick: Pelo menos o DNA de vocês duas serviu para fazer duas crianças lindas!
— Duda e Sofia: Cala a boca, Caick!Cuidar das crianças de Duda não é fácil, mas com a ajuda de Eduarda, tudo ficava fácil. Eu amava o quanto ela era atenciosa com nossas filhas.
Seis anos depois
Era o dia do aniversário das meninas. Iríamos gravar um episódio do programa, já que Caick era padrinho da Olívia e Lusca, o padrinho da Isabel.
As meninas estavam lindas. O tema que elas escolheram foi Barbie. A princesa e a pop star. Isabel tinha os olhos puxados para o verde água e Olívia, para o verde esmeralda; isso diferenciava um pouco as meninas. A Bel tinha a personalidade da Duda e elas viviam grudadas, para cima e para baixo. Já a Olívia sempre estava comigo e não podia faltar mencionar que ela tinha a minha personalidade.
Eduarda Hippler
Minhas filhas estavam fazendo 6 anos. Eu fico me perguntando todos os dias como eu e Sofia conseguimos criar as meninas até aqui. Era incrível a sensação de acordar com dois seres no meio da cama ou, em dias de chuva, passar o dia todo assistindo a desenhos e comendo besteira.
Estava tudo ótimo no meu casamento com Sofia. A gente sempre soube que iríamos dar certo e olha, estamos aqui há 8 anos casadas e com duas filhas maravilhosas.
— Olívia: Olha, mamãe, eu tô bonita com meu vestido rosa! — disse Olívia, me tirando de meus pensamentos.
— Duda: Você está linda, meu amor!
— Isabel: Olha eu, mamãe, olha! — disse, dando uma voltinha, usando seu vestido roxo.As meninas eram bem apegadas uma à outra. Elas usavam roupas iguais, faziam o mesmo penteado no cabelo e tinham os mesmos gostos. Eu estava tentando colocá-las para ouvir Demi Lovato desde pequenas e estava dando certo. Só quando o Caick chegava perto, essas meninas queriam escutar Taylor Swift. Elas são bem apegadas ao Caick e ele sempre fica com elas quando eu e Sofia temos que viajar ou queremos fazer algo novo no casamento.
— Sofia: Desculpa o atraso, meu amor! — disse, vindo me beijar. — Uau, que princesas são essas!
— Olívia: Você gostou, mamãe? — disse Olívia, vindo abraçar Sofia.
— Isabel: Mamãe, eu queria aquele penteado que só você sabe fazer. — Sofia me olhou e eu comecei a rir.
— Duda: Vai, Sofi, eu também quero o penteado que só você sabe fazer.
— Sofia: Fica quieta, Duda! — eu comecei a gargalhar. — Ok, meu amor, vamos lá fazer. Vai querer também, Olívia?
— Olívia: Sim, mamãe!!!Eu fiquei observando Sofia fazer o penteado nas meninas e toda a nossa história passou pela minha cabeça: ela indo atrás de mim em Santa Catarina, os surtos de ciúmes por causa da Luana. Nosso relacionamento era incrível e intenso, e eu amava isso.
Eu amo Sofia Santino, e eu amo a história que escrevemos juntas. Entender os sentimentos ao longo desses anos foi a maior certeza de que eu sempre amei ela. Sofia era a minha maior certeza e incerteza ao mesmo tempo, mas isso era porque éramos novas, quando não sabíamos o que queríamos ou o que iríamos fazer. E olha, depois de 8 anos, estamos aqui, com uma carreira incrível, um podcast no auge, porque sim, o programa virou um podcast e ele está no top 2 do Spotify.
Os nossos sentimentos nos trouxeram aqui hoje e eu sou grata por tudo o que vivemos. Eu amo essa história e vou amar contá-la para minhas filhas ao longo do tempo, para os meus netos quando eu tiver alguns. Quando o sentimento é verdadeiro, nada nem ninguém acaba com ele, e nenhuma incerteza vai acabar com isso.
— Sofia: Tá pensando no que? — disse, se aproximando e me abraçando.
— Duda: Nos nossos sentimentos. — beijei sua testa e peguei sua mão e a mão das meninas, indo em direção ao salão de festas. Agradeço todos os dias por nunca ter escondido os meus sentimentos.Fim.
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Se alguém quiser me achar eu vou estar no meu quarto chorando em posição fetal!!!!!
Obrigada pessoal por todo o apoio nas últimas semanas. Eu amo todos vocês!!!!
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Sentimentos - Doarda e Sofia
FanficSomos apenas duas bêbadas que se beijam às vezes sem sentimentos ou sentimos algo profundamente?