1º de Novembro de 2010 | Salem, Massachussets

62 12 2
                                    

O dia 1º de novembro amanheceu nublado, uma sombra cinza pairando sobre as ruas antigas de Salem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O dia 1º de novembro amanheceu nublado, uma sombra cinza pairando sobre as ruas antigas de Salem. As últimas abóboras murchas ainda adornavam as janelas, e as folhas alaranjadas forravam as calçadas, remanescentes da noite de Halloween que havia terminado poucas horas antes.

A cidade parecia respirar o final do outono, com o ar frio e úmido que indicava o início iminente do inverno.

Steve caminhava pelas ruas de pedra com passos pesados, mas precisos, seu olhar fixo no caminho à frente. Estava cansado, mais do que se permitia admitir. Os anos de busca o haviam desgastado, embora seu corpo imortal não mostrasse sinais de envelhecimento, o peso do tempo pressionava sua alma como uma carga que ele já não sabia como carregar.

Os últimos anos haviam sido um borrão de lugares visitados e becos sem saída, cada tentativa de encontrar Natasha resultando apenas em frustração e desespero.

Ele havia deixado tudo para trás: seu clã na Irlanda, a segurança de sua posição entre os vampiros, e até mesmo a esposa com quem tinha compartilhado uma vida que, de certo modo, nunca foi realmente sua.

Aquela conexão, aquela urgência de encontrar Natasha, se tornava mais insuportável a cada dia.

A linha tênue que os unia, que o guiava silenciosamente como uma bússola, estava cada vez mais frágil. E então, de repente, simplesmente desapareceu. Ele sentiu o vazio profundo, um silêncio onde antes havia uma batida sutil que o mantinha ancorado.

E foi nesse silêncio que o medo o envolveu, gelando-o de dentro para fora.

"Se Natasha estivesse morta...". Ele não suportava completar esse pensamento.

Agora, Steve se encontrava diante da última porta que sabia que poderia abrir. O pub de Wanda, um pequeno santuário para os seres sobrenaturais da região, e um lugar que ele sabia que Wanda usava para práticas mágicas discretas.

A madeira escura e desgastada da porta parecia convidá-lo a entrar, mas também trazia consigo um peso que ele ainda não estava preparado para encarar: pedir ajuda.

Ele empurrou a porta com cuidado, o sino acima dela tilintando suavemente. O pub estava quase vazio, exceto por alguns frequentadores matinais espalhados pelas mesas, as cadeiras rangendo sob o peso dos clientes.

O ambiente era acolhedor, com um calor agradável vindo da lareira no canto. Wanda estava atrás do balcão, mexendo em uma jarra de ingredientes que brilhavam sob a luz fraca.

Quando Steve entrou, o olhar de Wanda imediatamente pousou sobre ele. Ela parou o que estava fazendo, um leve franzir de testa cruzando seu rosto.

— Steve... — sua voz era suave, mas com uma pitada de surpresa — O que está fazendo aqui? Faz anos...

Ele se aproximou lentamente, tirando o casaco pesado e jogando-o sobre uma cadeira. Seus olhos azuis estavam sombrios, sombreados pelo desespero silencioso que carregava.

TIES OF SHADOW | ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora