31 de Outubro de 1968 | Salem, Massachusetts

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No meio da confusão de turistas e sobrenaturais que se misturavam nas ruas iluminadas de Salem, Steve caminhava com uma determinação quase palpável

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No meio da confusão de turistas e sobrenaturais que se misturavam nas ruas iluminadas de Salem, Steve caminhava com uma determinação quase palpável.

Seus sentidos estavam em alerta, captando os detalhes mais sutis – o cheiro de abóbora no ar, o murmúrio da música ao longe, o farfalhar das capas e máscaras que se moviam ao seu redor. Mas nada disso importava.

Ele estava em busca de algo muito mais significativo.

Cada passo que ele dava o aproximava daquelas ruas estreitas mencionadas por Wanda, onde os bêbados humanos costumavam se perder nas sombras da noite.

As décadas de distância, de espera, o vazio que o consumia lentamente, tudo isso o empurrava adiante. Ele se lembrava vividamente do último encontro deles – a forma como Natasha desapareceu, tão rápida quanto um suspiro, deixando apenas o eco de sua presença e mais perguntas do que respostas. Steve sabia, no fundo, que não poderia fugir desse laço eterno.

O veneno que ela lhe deu era mais do que uma maldição; era uma conexão profunda, inquebrável.

E agora, enquanto caminhava pelas ruas escuras, ele percebeu o quanto sentia falta dela, o quanto precisava dela. Não importava quantas vampiras tentaram preencher aquele vazio. Ele sempre voltava para o mesmo ponto: seu coração morto pertencia a Natasha, assim como cada gota do veneno que fluía em suas veias.

Seu olhar percorria cada canto, cada sombra, na esperança de vislumbrar aquele rosto familiar, aquelas presas afiadas, o brilho frio em seus olhos. Ele precisava encontrá-la. Porque, no fundo, ele sabia que não havia escolha. A eternidade sem ela era uma condenação que ele não estava disposto a suportar.

O som de carne sendo rasgada ecoou pelas paredes estreitas, e Steve parou, todos os seus sentidos em alerta. Seus olhos se estreitaram enquanto seu olhar se voltava para uma rua deserta à sua direita.

Ele sabia que Salem estava repleta de vampiros naquela época do ano, mas algo o compeliu a investigar. Poderia ser ela.

Sem hesitar, ele se moveu com uma velocidade sobre-humana, esgueirando-se entre as figuras fantasiadas, o cheiro do sangue fresco invadindo seu olfato como uma onda avassaladora. Cada fibra de seu corpo reagia ao aroma, como se seu próprio instinto estivesse à beira de ceder ao desejo de sangue, mas ele se controlou. Precisava manter a mente clara.

Atravessando um portão enferrujado, Steve entrou em uma viela mal iluminada, onde o ar era pesado e o silêncio quase palpável. O contraste com a avenida principal era gritante, ali não havia música, risadas ou movimento, apenas o som abafado do vento passando pelas janelas quebradas de prédios antigos.

Ele podia sentir o frio do concreto sob seus pés enquanto avançava. O cheiro de sangue se tornava mais forte, guiando-o como um farol.

Então, ele ouviu. Um baque surdo, algo caindo contra o chão duro.

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