: . Capítulo 9 - Minho
A semana estava cansativa, e ainda era segunda-feira. Minha cabeça lateja enquanto corro para entregar o café na mesa do meu chefe. O cara é um bastardo, me faz tirar cópias e organizar papeladas e buscar café e as roupas dele na lavanderia, sinceramente que porra de estágio de música é esse.
—Cara, é melhor melhorar essa cara —Escuto o outro estagiário que trabalha comigo falar e direciono meu olhar pra ele. —Calma! Estou falando pelo seu bem.
—Não, não, não, não, apenas não. —Respondo e volto meu olhar para a pila de papéis em cima da minha mesa.
Xingo baixinho e me sento. Estou mais para escravo que estagiário, até agora só aprendi a diferença do café da Etiópia para o café do Brasil, música? não faço a menor ideia do que isso é, eu nem mesmo sei porque tem tantos papéis.
—Lee! Venha a minha sala por favor —Escuto Jyp gritar, morro por dentro enquanto me levanto de novo e vou em direção a sua sala. —Preciso que me ajude em algo.
—O que precisar senhor —Falo fazendo uma reverência para cumprimenta-lo.
—Você quer ser produtor, certo? —Ele fala e apenas assinto com a cabeça. —Vou te dar uma oportunidade única, quero que produza uma música para mim, do absoluto zero, deixo usar um estúdio daqui para gravar...
Meu coração quase sai pela boca, esses dias tem sido difíceis para mim nesse lugar, mas pelo visto vou ganhar alguma coisa de verdade daqui.
—Se fizer isso e se eu gostar da música, compro os direitos dela de você e começo a te indicar para alguns projetos, caso não goste, você nunca mais vai trabalhar em alguma gravadora de sucesso. —Ele diz e eu meio que já esperava a parte ruim, mas confio no meu potencial.
—Tenho quanto tempo? —Questiono e Jyp me olha intrigado e até divertido.
—Seu estágio dura quanto tempo? Dois meses? —Ele questiona e confirmo. —Você tem até o último dia do seu estágio para fazer isso.
—Certo, muito obrigada pela oportunidade...
—Agora quero que jogue esse café fora e vá fazer outro, já está gelado —Ele diz me cortando e voltando sua atenção para as coisas em sua mesa.
Apenas pego o café, faço a reverência e saio da sala. Decido manter apenas para mim a novidade.
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Assim que chego no campus me lembro do trabalho de ética, pego meu celular e envio uma mensagem para Chan.
Como ele não me responde imediatamente, apenas sigo em direção a biblioteca para estudar. Já tenho uma certa noção do que quero fazer fazer no projeto, e como isso é mais urgente, a música para o Jyp vai ficar para segunda tarefa por enquanto.
Chego na biblioteca e me sento no mesmo lugar de sempre, uma mesinha no canto que já tem praticamente meu nome. A última da fileira de mesas, perto da parede e com a visão ampla da biblioteca, exatamente do jeito que eu gosto. Tiro meus livros e meu computador e começo a fazer o rascunho do projeto.
Algumas horas depois a fome começa a bater na porta e pego meu celular para pedir algo para comer, mas quando vejo já está quase anoitecendo, Chan ainda não me respondeu e por um momento me preocupo, mas então lembro que não sei qual a rotina dele, então ele pode estar apenas ocupado. Junto minhas coisas e decido ir para casa.
A noite está fria, meu suéter não ajuda muito contra o frio, então me abraço e saio andando em direção ao ponto de ônibus. Está tudo muito calmo, carros passam na avenida e pessoas andam pelas calçadas. Quando chego no ponto apenas me sento e fico observando, admirando o fato de que todas as pessoas que passam ali tem uma vida, um objetivo e sonhos. Fico tão absorto nesses pensamentos que não percebo meu ônibus simplesmente indo embora.
—Mas que merda Lee Minho! —Falo comigo mesmo.
Agora vou ter que levantar e ir de a pé para casa nessa chuva, inferno de vida, tenho certeza que vou pegar um resfriado.
Coloco minha mochila na parte da frente de meu corpo e me preparo para andar 5km na chuva.
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Eu já nem conseguia distinguir o que era eu e o que era água, já estava andando a algum tempo, a chuva estava tão ruim que até o fluxo de carros diminuiu. Encontro um restaurante aberto no meio do caminho e entro, não conseguindo ficar mais tempo exposto a chuva e ao vento frio que vinha com ela.
—Ah meu deus! —Escuto a voz de uma senhora falar e eu me viro para encara-la —Você está bem garoto? Filho! pega uma toalha para mim por favor.
Escuto ela gritar e antes de eu ao menos pensar ela já está me puxando e pegando minha mochila para coloca-la em cima da mesa. Como eu já estava exausto de andar, apenas aceito a ajudo em silêncio, meu corpo sentindo todas as forças indo embora e de repente estou realmente cansado.
—Você vai ficar doente, por quanto tempo andou nessa chuva? —Ela me pergunta e eu apenas levanto o olhar e balanço a cabeça, meus sentidos meio confusos. —Chan rápido meu filho!
Meus olhos se fecham e sinto mãos nos meus ombros me segurando. Meu sistema está desligando e me arrependo de ter andado nessa chuva, que inferno de dia.
—Chan, leva ele lá para os fundos e o ajude, vou terminar de atender os clientes e vou fechar o restaurante. —A senhora fala e sinto mãos me levantar.
—Não precisa mãe, eu conheço ele, vou leva-lo para casa e já volto para te ajudar —Escuto a voz parecida com um de meus amigos falar.
—Não precisa, você já trabalhou demais hoje, pode ir e fique com ele por hoje, vou embalar uma sopa para vocês —Ela diz e eu agradeço meio fraco.
E então andamos para algum lugar.
: . Bangchan
Ajudo Min a ir até a cozinha e minha mãe nos acompanha. A essa altura acho que ele está dormindo, ou desmaiado, não tenho a menor ideia mas me preocupo e fico meio desesperado.
—Chan tire a blusa dele, deixa aqui que eu seco e você devolve depois, enrola ele na toalha e o leve embora logo. —Minha mãe manda e eu apenas obedeço, não pensando muito no que eu estava fazendo.
Enquanto ela embala a sopa, me viro para Minho e aviso que vou tirar sua blusa, meus braços se arrepiam, e me sinto ainda mais confuso, mas tiro seu suéter encharcado e sua blusa encharcada na mesma medida, sua pele pálida está com alguns hematomas e fico ainda mais preocupado, mas apenas o seco e o enrolo na toalha, meu coração errando as batidas a cada toque e a cada vez que olho diretamente para seu corpo perfeito. Ele é lindo.
—Toma meu filho, e vá com cuidado, me mande uma mensagem quando chegarem lá —Ela fala e me entrega os potes.
—Obrigada mãe, amanhã volto para te ajudar de novo —Falo e dou um beijo na sua testa e a abraço.
—Não precisa vir amanhã, Sarada já me avisou que pode voltar —Ela fala e eu assinto. —Agora vai porque a chuva está só piorando.
—Vá para casa logo então, me avise quando sair daqui —Digo e me despeço.
Minho ainda consegue andar, mas acho que está meio acordado e meio dormindo, então passo seu braço por cima de meu ombro e seguro sua cintura. Ando o mais rápido que eu posso para meu carro e o coloco lá dentro o mais rápido possível também. Assim que entro, verifico se ele está bem e dirijo até sua casa.
Não demora muito para chegarmos, mas existe um grande problema, Min agora dorme no banco ao lado do meu e a chuva está terrível e eu não tenho a chave da casa dele para poder abrir e leva-lo para dentro.
—Min —Chamo e ninguém me responde, —Min, onde está a sua chave?
Questiono o balançando um pouco e ele resmunga.
—031097 —Ele murmura e eu entendo que essa deve ser a senha para abrir a porta.
Pego todas as coisas dele e saio do carro correndo, chego a sua porta e a destranco com o código que ele me deu, deixo suas coisas segurando a porta aberta e volto correndo para o carro.
—Vamos Minho, sobe! —Falo pedindo para que ele subisse em minhas costas e sem questionar ele faz.
Fecho a porta do carro e corro para a casa, antes de fechar a porta me certifico que o carro está trancado e depois entro.
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⤷ minchan au ⟡ Além da rivalidade
FanfictionChristopher bang é considerado uma pessoa muito calma e controlada, exceto quando se vê obrigado a interagir com Lee Minho, seu maior rival na faculdade. Quando os dois são obrigados pela ironia do destino a formarem dupla em um trabalho, percebem q...