Capítulo 1

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Lyra prestação atenção em toda paisagem da janela do carro do xerife Swan. Primeiro porque ela lembrava bem pouco de Seattle, de Forks e principalmente de La Push. Segundo porque o xerife lhe olhava a cada cinco minutos e ela tinha certeza que ele estava se segurando para não fazer muitas perguntas.

Like Stone soou no radio, fazendo a morena virar e aumentar um pouco o som.

- Gosta de rock? - O xerife perguntou, tirando os olhos da estrada.

- Nesse estilo sim - Lyra falou com um meio sorriso no final. - Falta muito?

- Pouco - Swan passou a mao no bigode, sem muito saber o que falar - Quer parar para comer? Pelo que entendi com a policia da Califórnia, você esta em transito desde ontem.

- Estou tranquila - Lyra respondeu, segurando mais a bolsa, onde tinha diversas barrinhas de cereais.

- Sabe, tenho uma filha da sua idade. O nome dela é Bella. Ela brincava com vocês quando pequena.

- Desculpe, não tenho muitas memórias daqui - Lyra respondeu voltando a olhar pela janela.

- Imagino - O xerife virou o volante e a placa de Reserva de La Push,Tribo Quileute apareceu. Fazendo Lyra se arrumar melhor - Espera aqui.

O xerife parou o carro em frente a uma casa vermelha, bem próxima de um riacho, que não era estranho para a morena.

A chuva do lado de fora tinha dado uma trégua, mas o clima estava bem fechado. Típico de Seattle. Bem diferente da Califórnia. Estava ferrada com os diversos shorts e regatas na bolsa, pensou a morena.

Do outro lado, Lyra conseguiu ver duas pessoas se aproximando, um homem, apenas de shorts que conversava paciente com a mulher de shorts, regata e cabelo curto.

Ela soltou o cinto e saiu do carro em disparada. Era a primeira pessoa nas últimas 48 horas que ela realmente conhecia.

Leah travou quando viu a adolescente vindo em sua direção e a apertou assim que seus corpos colidiram.

- Pelos deuses - Leah falou pressionando a cabeça da morena.

- Lyra - O xerife apareceu ao lado de um caderante. - Te pedi para esperar no carro.

- Lyra? - O homem ao lado de Leah falou abismado

- Tentei ligar para o Sam, mas ele não me atendeu - O Xerife fala olhando para os dois nativos.

- Chegamos agora de uma trilha - Paul fala, coçando a cabeça.

- Ei, o que aconteceu que do nada você veio parar nessa cidade pacata? - Leah perguntou para Lyra, que tinha soltado do abraço, arrancando uma risada da mais nova.

- Sarah - Lyra falou rolando os olhos - Estão tentando contato com Sam faz uns dias e como não conseguiram, só me despacharam.

- Vou descendo com o carro - Xerife sinalizou para o grupo, que concordou, dando inicio a caminhada até a casa dos Uley.

Lyra foi observando canto por canto, enquanto os dois mais velhos lhe observavam preocupados com a situação.

Assim que chegaram na casa dos Uleys, a dupla entrou pela porta, indo Paul direto para a cozinha, onde uma mulher estava preparando algo que cheirava muito bem.

Lyra reparou que a casa estava bem diferente de quando ela morava ali. Se aproximou da estante de quadro de sua avó e viu ali algo que não esperava. A foto que estava no meio ela era e seu pai, quando novos em cima de uma prancha na praia. A morena encarou aquilo confusa, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento, Sam entrou pela porta, olhando para todos ali dentro e indo em direção a filha, lhe abraçando forte.

Lyra ficou paralisada, não tinha contato com o pai desde os dez anos e tudo que sabia era por poucas informações que Sarah lhe dava. Já que ela deixava claro que o pai pouco queria saber da menina e apenas cumpria seu papel de pensão de acordo com a lei.

- Não acredito que esta aqui - Ele soltou a mais nova, que apenas concordou, dando um passo para trás.

- Pois é, nem eu - Lyra soltou uma risada nasalada.  - O xerife já falou contigo?

- Sim, encontrei ele no caminho - Sam passou a mão na cabeça atordoado. - Que raios aconteceu Lyra?

- Nada fora do normal - A mais nova virou novamente para os quadros. Vendo uma foto de Sam com a mulher da cozinha, ela virou encarando a mesma ao lado do homem e de Leah, entendo que as coisas ali estavam bem diferentes. - Sarah teve um surto e sumiu.

- Por dois meses? - Leah soltou confusa.

- É pouco tempo ainda - Lyra deu de ombros, vendo outra foto com diversos garotos sem camisa e Leah junto, como uma foto de gangue.

- Lyra - Sam falou entre os dentes, mostrando estar meio irritado. - Por que raios você não me ligou?

- Não te liguei? - A mais nova respondeu em tom de deboche. - Qual é Sam, não tenho contato contigo a seis anos. Você deixou ela me arrastar para o outro lado do país mesmo eu te pedindo para ficar.

- Você era uma criança e ela é sua mãe - Sam respondeu rápido, ainda com a voz irritada, mas Lyra o cortou antes que pudesse prosseguir.

- Ela é uma drogada - Lyra disparou irritada - Ela se droga desde o dia 1 que pisamos na Califórnia. Minha vida tem sido essa merda de viver sozinha a muito tempo, obrigada por se preocupar.

- Não, isso é impossível - Sam falou abismado.

- Impossível? - Lyra soltou outra risada nasalada - Nunca achou estranho o fato de eu não quer falar contigo? Toda vez que ela pedia dinheiro a mais por algo de escola ou acampamento de verão? Ela usou tudo em cocaína e cristal.

O mais velho deu um passo para trás chocado e repassando as diversas conversas que teve com a ex namorada na cabeça e como tinha deixado aquilo escapar.

- Estou sem tomar banho quase 24h. Pode me mostrar onde vou ficar pelo menos? - A mais nova cruzou o braço irritada.

Sam encostou no braço da poltrona e virou para a mulher ao lado de Leah, que sinalizou para ele, indicando para Lyra a seguir.

O lobo pegou o celular do bolso e tentou ligar para Sarah. A ligação tocou até cair na caixa postal e ele desligou com raiva

- Licença - Xerife bateu na porta entrando junto com Billy. - Sam, aqui a bolsa dela. - o mais velho entregou uma mochila.

- O resto das coisas chega quando? - O Uley perguntou com a voz mansa.

- Ela só tinha isso - O xerife falou meio envergonhado.

O Uley respirou fundo, tentando segurar sua raiva e pegou a mochila da filha.

- Ela sabe que Lyra esta aqui? - Sam perguntou ao Xerife que negou.

- Não tinha sinal dela na casa, Sam. Ela devia estar sozinha a um tempo. - Swan falou encarando o mais novo, que apenas concordou. - De um pai para um pai. Ela esta passando por isso a um tempo, não foi a primeira vez que pegaram ela nessa situação, tenha paciência. Ela só precisa entender que vai ser amada aqui.

- Obrigada Xerife - Sam concordou subindo com a mochila para o segundo andar.

Ligados pela Alma - Embry CallOnde histórias criam vida. Descubra agora