“Sonhe. Mesmo que seu início seja humilde, o fim será próspero”.
Capítulo 1
Olhava por uma das janelas do quarto, o vasto jardim que havia na parte de trás da minha casa.
Às vezes, muitas na verdade, me perdia por alguns longos minutos vislumbrando a paisagem à minha frente. Isso não era algo que eu faria se tivesse controle totalmente da minha mente, acontecia quando eu me desligava.Olho as flores, aquelas que minha mãe fez questão de cultivar na casa de cada filho e até na do sobrinho.
Ela vinha aqui algumas vezes, cuidava das flores, causando em mim um sentimento de nostalgia pelo seu cuidado com elas.Por ser o filho mais velho, não me lembro como era ser filho único. Lorenzo nasceu quando eu tinha 3 anos, era muito pequeno para lembrar da sua chegada, mas me lembro de quando Enrico nasceu, da minha mãe chegando em casa, indo para o quarto, parecia cansada.
Meu pai nos levou para conhecer o irmão mais novo.
Lembro-me de sentar na cama, Lorenzo era pequenininho, tinha 3 anos, enquanto eu tinha 6.
Ela parecia um pouco chorosa naquele dia. Não entendia bem o motivo, mas aos poucos se tornou rotineiro.Ela segurou na minha mão, me ajudando acariciar o rostinho pequeno do meu irmão caçula.
Sempre quando escurecia, ela parecia mais inconstante, mais assustada, principalmente quando Enrico chorava, Lorenzo ia atrás dela e eu não sabia muito o que fazer, a não ser ajudá-la.
Não foi diferente também com a tia Ruth, deve ser algo que cause esse pavor ao anoitecer nas mães.Sorri, estranhando esses pensamentos.
Depois de tudo que aconteceu, era como se fosse em outro momento, não parecia que havia acontecido algo assim conosco.
Sinto como se tivesse as lembranças de outra criança, toda vez que olhava minha mãe.Lorenzo dizia que ela cuidava das flores, como se fôssemos nós, ou o que queria ter feito.
Soava insignificante a minha falta de vontade de pensar nisso e olhar para o jardim, era um passado distante que não gostava de relembrar.Saio de frente da janela, checando o horário do relógio em meu pulso.
Estou atrasado.
Hoje aconteceria a festa que a Alessandra estava dando para alguns membros da máfia.
Infelizmente eu tinha que comparecer, mesmo sabendo que isso iria me dar uma puta dor de cabeça depois.Apesar de fazer quase 12 anos que desisti da Liderança, sempre que podiam, o Conselho e os investidores usavam a minha desistência para tirar o meu sossego, relembrando o quão irresponsável eu fui por ter largado tudo a custo de nada.
Minha vida inteira meu pai me dizia que eu seria a sua continuação. Anos difíceis e de muita responsabilidade, o que eu não queria ter.
Nunca senti desejo por liderar esse lugar, eu vi como meu pai estava, como meu tio se sobrecarregou com isso, não era algo que eu queria viver.Sempre aceitei o que me foi proposto, até eu ver que o meu irmão, Lorenzo, era bem melhor do que eu seria. Lorenzo sempre gostou de dar ordens, de pensar em todo mundo antes dele. Ele mostrava muito mais desejo sem perceber pelo cargo, do que eu em anos. Aproveitei que ele queria, apesar de que foi difícil convencê-lo aceitar de primeira, já que era a minha responsabilidade. Hoje eu vejo que fiz a escolha certa, ele realmente deu conta do recado. Por outro lado, ainda sou bastante criticado por isso. Meu pai quase me matou porque acreditou que eu estava me acovardando pelos julgamentos de que eu não seria bom para isso, mas depois aceitou, eu estava decidido a entregar o poder ao Lorenzo.
Quase fui exilado pelo Conselho por tentar fugir das minhas obrigações como herdeiro e primogênito.
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LA VITA NELLA MAFIA - Salvazione
Romance*REPOSTANDO A PARTIR DE OUTUBRO* Segundo livro - Salvazione Em meio a tantas mudanças, o destino traça a vida de duas pessoas totalmente opostas, unindo de um modo que esse laço nunca mais será desfeito. Giulia Müller é a primogênita de Vincent e A...