“Eu estou com medo, voar tão alto é assustador. Ninguém me disse o quanto era solitário aqui em cima”.
Pela manhã, depois que Pietro saiu, eu adormeci. Dona Telma passou a noite inteira comigo, acordei durante a madrugada com ela ao meu lado. Eu não estava muito falante, na verdade, não estava com vontade de conversar com ninguém.
Pensava na facilidade que aquela mulher conseguiu chegar até mim. Se ela quisesse ter me matado naquele momento, hoje eu não estaria mais aqui.
Agora eu só tinha que aprender a aceitar essa minha nova vida.
Era difícil esquecer sua primeira tentativa de morte.
Fiquei um pouco desconfiada, o que se tornava muito difícil, não conhecia ninguém nesse novo mundo, não conhecia nem as pessoas que trabalham na minha nova casa, não digo só em conhecer de conversar, mas os rostos, para mim todos eram estranhos, qualquer um no meio deles podem fazer algo comigo, porque eu acharei que são pessoas de confiança do meu marido.
Cada vez que pensava, mais assustada eu ficava.
— Oi, minha querida, está melhor? — Perguntou minha sogra, depois que eu saí do banheiro. — Ficou tanto tempo, que fiquei preocupada.
— Estava... Lavando o cabelo — minto, eles estavam até secos. — Eu estou bem, foi só um susto, não estava acostumada com isso.
— Como você dormiu antes de eu aparecer ontem, não te disse, mas você ficará aqui até Pietro retornar, acho melhor do que ficar naquela casa sozinha.
Leu meus pensamentos, estava só pensando como eu ia aceitar comida agora de pessoas que eu não conheço. Como eu iria ficar naquela casa, dividindo ela com estranhos, que qualquer um que se infiltrar, eu não vou saber discernir, porque ainda não conheço ninguém e pelo pouco que vi, havia muitos funcionários, era uma lista bem longa para decorar.
— Obrigada!
O único que ainda era simpático comigo naquela casa era Henry, que por sinal passa a maior parte do tempo fora de casa.
Leonard fica apenas sumindo e aparecendo, mas não deixando de fazer suas funções. Eu não tinha ninguém para conversar, sem amigas, irmãs, família, eu estava sozinha e já estava acostumada com isso. Agora, morando com Pietro, parece que a solidão ficou ainda maior, tinha tanto espaço naquela casa, me sentia um ser miserável e descartável.
— Venha, desça para o café da manhã — me estende a mão, quando seguro.
Leonard trouxe umas roupas minhas quando apareceu na noite passada, não o vi, minha sogra que havia informado.
Lhe acompanho, andando pela enorme casa.
Havia tantas flores, fotos da família em todo lugar, é tão claro aqui dentro. Era um ambiente mais natural, com as enormes portas e janelas de vidro, que conseguíamos ver o jardim, algumas folhas caíam dentro da casa enquanto o vento percorria o cômodo.
De alguma forma, sentia que podia respirar aliviada.
Assim que chegamos na cozinha, a filha do Capo estava aqui.
— Oi! — Falo, sorrindo para ela que logo retribuiu.
— Oi... — Respondeu, colocando a mão na boca rapidamente. — Você está mesmo grávida?
— Então já sabe?
— Não tenho segredos com o meu pai — falou, agora tirando a mão, enquanto colocava o livro na sua frente, escondendo metade do seu rosto, só conseguia ver sua testa e olhos. — Acha que será um menino?
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LA VITA NELLA MAFIA - Salvazione
Romansa* O LIVRO JÁ FOI CONCLUÍDO, MAS ESTOU REPOSTANDO NESSA CONTA* Segundo livro - Salvazione Em meio a tantas mudanças, o destino traça a vida de duas pessoas totalmente opostas, unindo de um modo que esse laço nunca mais será desfeito. Giulia Müller é...