LA VITA NELLA MAFIA - Salvazione

CAPÍTULO 4

“Vamos fazer uma porta no seu coração”.

Pietro conseguia deixar tudo mais desconfortável. Não abriu a maldita boca para nada, nem para quebrar o silêncio constrangedor que estava no ambiente.

— Chegamos — avisa. — Não fale nada, a não ser que falem com você.

— Eu sei.

— Sabe, mas mesmo assim não faz — adverte. — Se perguntarem, eu estava sóbrio e você bêbada demais para ter consciência dos seus atos.

— Não terá problema por eu estar embriagada? Podem dizer que tirou proveito de mim — falo, quando ele parece pensar.

— Assumo total culpa, não se preocupe.

Era estranho, ele levava isso tão tranquilamente que dava uma aflição.
Ele não parecia se incomodar pelo que aconteceu entre nós, era como se fosse algo rotineiro, transparecia estar calmo, tendo certeza que só sabia vencer seus problemas.

Eu estava grávida dele, estavam ameaçando esse bebê e ainda mais nós dois estamos noivos de outra pessoa.
O casamento pode até ser uma alternativa, mas não tira o fato de que nós nem nos conhecemos.
Existe o casamento arranjado entre a famiglia, com tudo, você conhece o seu parceiro antes.
Literalmente estávamos sendo obrigados a casar.
Louis pode até não se importar tanto, até porque nada entre nós dois foi tão exposto, ao contrário do Pietro e sua noiva.
Ele tinha muitas explicações a prestar, de qualquer modo, eu não conseguia ainda racionar um bebê em meu ventre, quem dirá um casamento.
Como ele está conseguindo lidar com isso tão calmamente?
O meu surto está sendo desnecessário? Isso realmente é tão normal aqui? Estou totalmente despreparada para o que vai acontecer lá dentro.

Eu sei mentir, até certo ponto. Se fizerem muitas perguntas, eu me embaralho e não lembro mais da mentira que disse primeiro.

Tiro rapidamente isso da minha cabeça, enlouqueceria antes mesmo de entrar na sala.

O segui, notando alguns olhares de funcionários no corredor, olhando para o homem a minha frente.
Alguns se apoiavam nas paredes, querendo atravessar se fosse preciso, tentando não ficar no caminho do Pietro.

Ele é tão assustador assim?

Olho para ele de canto de olho, observando a reação das pessoas, retornando a olhar novamente para Pietro.

Até que ele para, quando faço o mesmo.

— Procurando algum defeito? — Ele cruza os braços, virando o rosto na minha direção. — Porque não tem — acena, voltando a andar.

Acho que alguém tem um ego bem grande.

Ele se distancia um pouco, quando o observo por trás.

Ele era alto, mesmo estando longe, ainda dava a impressão de que encostaria no teto.
O terno na medida correta, realça os músculos. Ele era bem limpo, digo, cheiroso, a maioria aqui fedia a cigarro e whisky.

Será que é isso que as pessoas tanto olham?

Ele era muito bonito, isso destacava bastante, mas ainda não entendia como todos faziam o impossível para não cruzar seu caminho.

— Por que está parada? — Pietro me encara com uma sobrancelha arqueada.

Fui pega no flagra.

— Um pouco enjoada — minto, passando por ele.

— É a direita — avisa, quando dou cinco passos para trás, seguindo o caminho que ele indicou.

Agora ele estava atrás de mim, sentia o peso do seu olhar pesar em meus ombros.