24 - Nell'amore, come nella mafia, si rischia tutto.

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24 - No amor, como na máfia, arrisca-se tudo.

VALENTINA

Depois que deixei o seu escritório, decidi continuar com as investigações por minha conta. Analisei todos os possíveis melhores lugares para se consegui uma fofoca quentinha. Com as empregadas, claro. Elas já gostam de mim, e sentem confiança. Finalmente vou começar a colher, o que venho plantando desde que cheguei na mansão. Vou até a cozinha para ver se consigo descobrir algum coisa. Ao chegar lá, encontro apenas a Sra. Rosalia reclamando da governanta, com sua filha Melissa. Tento ficar ao lado de fora para entender a conversa, mas ela rapidamente muda de assunto. Congelo por pensar que teria sido vista, mas a verdade é que na porta ao fundos está o Motorista do Sr. Giuseppe. O misterioso Sr. Paolo. Ele quase nunca aparece, eu nem havia o visto pessoalmente ainda.

- Paolo, o que posso ajudar assim tão tarde? — o tom de Rosalia parece irônico, e até um pouco incomodada.
- Vim apenas ter notícias do Capo. Sabe de algo? — interroga.
- Você será avisado assim que for conveniente. Por que acha que eu saberia de algo? — Rosalia continua em defensiva. Nunca a vi dessa forma, tão rude.
- Você é próxima da menina que está noiva de Antonio, pensei que já teria recebido...
- Sou apenas a cozinheira, e minha filha também. Não gosto que faça insinuações a meu respeito. — curta, e grossa.
- Certo. — responde áspero.

O clima parece bem tenso, e tenho receio se não deveria interromper a conversa antes que alguém reaja mal nessa troca de farpas. Melissa permanece em silêncio, enquanto sua mãe parece uma leoa desconfiada. O que está acontecendo aqui? Escuto barulhos vindo do corredor onde estou, e resolvo entrar na cozinha logo, para que ninguém me pegue aqui escondida.

- Querida Valentina, está com fome meu bem? — outra Rosalia rapidamente me recepciona, e agora fica ainda mais claro que ela não suporta o motorista. Mudou o foco na primeira oportunidade.
- Por acaso sim, queria levar algo para Antonio comer também. — invento.
- Claro, meu bem. Me dê um tempo, vou preparar tudo fresquinho para vocês. — vem até mim, e faz um carinho no meu braço. Seu olhar parece de alívio em me ver.

Nem percebo, mas o motorista já saiu da cozinha. Logo em seguida, Sra. Beth, aparece atrás de mim. Parece até ensaiado.

- Sta. Marino. — ela acena com a cabeça.
- Sra. Beth. — retribuo a educação.
- Teve notícias do Sr. Ferrara? — questiona, assim com o motorista o fez. Desconfio.
- Antonio está no escritório. — desconverso. Por que ninguém perguntou diretamente a ele?
- Sim, querida. — solta um sorriso amarelo. — Não queria incomoda-lo com minhas preocupações. — sua expressão diz outra coisa. Ou estou louca?
- Entendo, Sra. Beth. Mas infelizmente só ele poderá responder isso. — tento meu melhor sorriso, sou boa atriz. De mim, não conseguirá nada. Desista.

Mantenho o olhar firme, até que Beth desarma o olhar. Depois olho para Rosalia e aceno com a cabeça com um sorriso melhor. Preciso fazer novas anotações na minha lista de suspeitos. Isso que aconteceu agora foi bem esquisito. Invento logo uma desculpa para deixar a cozinha, e vou ao meu quarto. Preciso fazer algumas pesquisas na internet, e entender melhor quem são essas pessoas no mundo lá fora. Várias ideias passam pela minha cabeça, e começo a me sentir em uma série criminal. Onde todos podem ser suspeitos, e ninguém parece ser confiável.

Várias lacunas, e apenas uma certeza. A noite será longa.

ANTONIO

Como esperado, a noite era apenas uma criança. Não dormi nada, mas ao menos consegui fazer várias pesquisas. Não tive coragem de reabrir as pastas com as informações de Valentina, decidi que vou esperar me encontrar com Lorenzzo. Com certeza ele terá muitas conclusões, e opiniões para dar em relação a tudo isso. Claro, não paro de lembrar das fotos de Valentina grávida. De como ela estava linda, e de como eu teria curtido cada momento dela. Cada fase dessa gravidez. Me pergunto se eu teria sido um bom pai, caso fosse meu. Ou pior, fico lembrando das coisas que eu estava fazendo, enquanto ela estava lá fora sofrendo. Sozinha... longe de todos. Será que ela já conhecia aquele homem? Os pensamentos são traiçoeiros, e logo me imagino vivendo aquilo com ela. Só nós dois. No mundo. Sem máfia, sem família, sem expectativas dos outros sobre nós. Dois jovens que nunca puderam escolher sobre suas próprias vidas. Eu já nasci com o destino traçado, e Enzo temia que sua filha tivesse o mesmo rumo. Ele me implorou tanto para proteger Valentina. Como eu diria ao homem, que queria proteger sua filha, só que de outra forma. Como minha mulher. Ele teria me matado na época, certamente.

A DAMA DA MAFIA - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora