Dia dos Mortos

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 O dia dos mortos era um evento bem sério em Saint Augustine, como grande parte da cidade era católica isso incluía os próprios  colonizadores, esse evento também se tornou algo importante até os dias de hoje se tornado um feriado respeitado

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O dia dos mortos era um evento bem sério em Saint Augustine, como grande parte da cidade era católica isso incluía os próprios  colonizadores, esse evento também se tornou algo importante até os dias de hoje se tornado um feriado respeitado. Depois de passar uma noite no hospital minha tia me levou para casa ela ainda acreditava fielmente que o responsável pelo meu ataque era o Gabriel por mais que eu a garantisse que não. Graças a torção no meu pulso fiquei dois dias em casa e no terceiro dia eu já queria correr.
Gabriel não respondeu nenhuma das minhas mensagens nem mesmo as que eu agradecia por ter me ajudado e isso estava me enlouquecendo.
Minha tia estava mais super protetora ainda, e a ideia de passar mais um dia trancada no meu quarto lendo os livros que ela me passava era insuportável, então quando Sky me chamou para a festa dos mortos eu não pensei duas vezes antes de concordar.

A igreja costumava reunir um grupo e  visitar os túmulos dos mortos e entes queridos, em seguida rezar pelos falecidos tornado o cemitério um ponto histórico e famoso por aqui. Minha tia havia saído de casa para orar pelas almas que estavam condenadas, e ajudá-las a encontrar o descanso final, então devido a minha condição ela me deixou em casa trancada, não que isso fosse me parar, afinal eu pulo a janela do meu quarto desde os meus dez anos de idade.
Na escola as coisas eram bem diferentes, a turma do terceiro ano costumava vestir fantasias e queimar um boneco de judas dentro de um caixão, isso acontecia no antigo cemitério. Todo evento era acompanhado pela polícia para evitar que coisas estranhas viessem a acontecer, como aconteceu ano passado quando um dos estudantes especificamente alguém do grupinho do Gus invadiu um mausoléu e quebrou a maior parte do concreto de uma sepultura. Por um momento a parte racional do meu cérebro grita para que eu fique em casa  que ainda tinha um agressor de adolescente solto pela cidade, e o principal me manter longe dos segredos da família Salazar, mas eu era teimosa e estava disposta a ir até o fim para descobrir a verdade.

No meu guarda roupa não tinha nada de tão cativante para usar, apesar de a fantasia ser apenas para disfarçar nossas reais intenções e arranjar um álibi caso alguém percebesse o sumiço dos documentos na igreja. Escolho um vestido preto bem justo que a tempos estava perdido, ele era de alcinhas com um decote quadrado na frente, vou até as coisas da minha tia e pego um véu que ela usava para rezar, era grande e bordado com flores brancas tinha que servir. Eu não era muito de usar maquiagem mas como todos iriam estar fantasiados queria me misturar. Depois de muita luta e erros consigo fazer um delineado decente, esfumo meus olhos e aplico bastante rímel. Uso a base e o corretivo para esconder as olheiras e por fim, um batom vermelho. Olho para a garota no espelho e penso em trocar de roupa e tirar a maquiagem, eu não era ousada muito menos sexy, eu era reservada e tímida,  não tive tempo de pensar muito Sky buzinou em frente a minha casa então peguei as botas pretas e sai correndo.

— Minha nossa Grace! Uau.. você está sexy pra caralho. Diz quando eu entro dentro do carro.
— Você está certa! Isso tudo é demais, é melhor eu trocar.
— Não mesmo! Você está incrível, lembra? se misturar, seja quem foi o louco que te atacou não vai está procurando uma deusa gostosa da morte. Mesmo com o tom brincalhão de Sky eu sinto um arrepio quando lembro daquela noite, eu fiquei dias me perguntando que tipo de segredo essa família esconde para fazer com que um cara roube um anuário com fotos? É claro que eu não contei isso à polícia, eu não queria mais problemas com minha tia ou com a família do Gabriel.
Sky da partida no carro como se tivesse com medo que eu mudasse de ideia. Eu nunca frequentei festas de ensino médio, no entanto lá estava eu na minha segunda festa em apenas um mês.
O antigo cemitério conseguia ser ainda mais assustador que o novo, como o número de covas foi aumentando foi preciso transferir as covas antigas que ficavam aqui para o novo cemitério, mas o pior não foi isso, com as chuvas algumas covas rasas foram descobertas e vários ossos ficaram espalhados pelo lugar. Por isso dizem que até hoje as almas desses mortos vagam sem rumo por aí. Era possível ver várias cruzes de madeiras onde ficavam os antigos túmulos e por Deus, que não tivessem nem um corpo enterrado ali eu não queria ter que pisar em algum osso por acidente.
— Parece que os calouros superaram esse ano. Sky comentou, ela usava uma fantasia sexy da noiva cadáver então quando chegamos vários pares de olhos masculinos nos acompanharam.
— Você sabe, Justine e seu grupo escolheram um grande caixão de madeira a fogueira esse ano vai ser grande —  Sky dá de ombros.
— No mínimo deve ter ameaçado a mãe de algum calouro. Dou um puxão no seu braço e saio do caminho quando Miguel e seus amigos passam por nós.
— O que o filho do pastor faz aqui?
— Na certa veio nos vigiar, — respondo.
O objetivo era se misturar e fazer com que o maior número de pessoas nos visse, Sky sai para pegar bebidas que estavam dentro de garrafas de água e suco, mais uma tática do grupinho de Gus para evitar suspeitas.
— Grace é você ? Não mesmo! De todas as pessoas que poderiam me ver hoje porque logo Miguel, me viro para ele e dou um sorriso fraco.
— Eu não estava mais aguentando ficar em casa. Ele dá um olhar reprovador as minhas roupas antes de olhar meu rosto.
— Grace, o que está acontecendo com você? Primeiro as mentiras para não ir ao culto dos jovens, depois as festas agora essas roupas. Desvio o olhar constrangida porque em parte ele estava certo.
— Não tem nada de mais em querer mudar no último ano da escola, eu não vou ficar aqui mesmo. Esse foi um dos motivos que fizeram nosso namoro acabar, Miguel quer ficar aqui e seguir os passos do pai, eu quero viver longe de Saint Augustine.
— Isso não é motivo, você não percebe que desde que o Gabriel Salazar e o irmão chegaram na cidade tudo mudou? Eu não falo só de você Grace, mas das pessoas, a anos não tivemos qualquer caso de violência ou roubo, no entanto, quando ele chegou você foi atacada, a água da cidade foi contaminada com sangue consegue ver os sinais. Olha para o meu pulso com a munhequeira.
— O que eu vejo é que vocês estão sendo injustos, não podem culpar uma pessoa sem provas ou por algo que o pai dele fez.
— Está te usando, o que ele fez com você dormiu com ele é isso, transaram? Dou um tapa em seu rosto ofendida, ao nosso redor uma pequena multidão começa a observar ele era Miguel de Ângelo o filho do pastor queridinho da cidade.
— Como pode pensar isso de mim? —  Ele não olha nos meus olhos.
— Vou te provar que sempre estive certo, olhe para o lado Grace e vai ver que eu não minto. Do outro lado da pilha de madeira em cima de um antigo mausoléu estava Justine com um garoto, não qualquer garoto era o Gabriel, as mãos dele passeavam pelas pernas dela e pararam no cós da pequena saia de couro. Meus olhos enchem de lágrimas eu fui uma idiota por achar que tínhamos alguma coisa, como se percebesse que estava sendo observado ele abre o olho e me encara.

A Ovelha NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora