Vulneravel

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A igreja estava totalmente escura, era certo que todos estavam no cemitério hoje, não olho para cima estava me sentindo culpada por invadir a igreja sem permissão

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A igreja estava totalmente escura, era certo que todos estavam no cemitério hoje, não olho para cima estava me sentindo culpada por invadir a igreja sem permissão.
— Tem certeza de que sabe fazer isso? Pergunto a Sky pela segunda vez, depois de pular a cerca da igreja contornamos todo gramado até a porta dos fundos onde Sky estava tentando abrir a fechadura com seu kit de equipamentos de roubo.
— Não me pressione, estou quase lá, — e pronto! Fico mais aliviada quando ouço o estalar da fechadura abrindo. Ela abre a mochila que trouxemos e me entrega uma lanterna, os bancos estavam todos alinhados e agora que estava vazio parecia tão grande. Olha para uma imagem de Jesus na vidraçaria da janela e sinto um nó na boca do estômago, o altar estava bem iluminado pelo brilho da lua que era refletido nas janelas. Desvio o olhar da imagem de Jesus e peço perdão várias vezes.
— Fique tranquila, Jesus sabe que é por uma boa causa. Sky diz naturalmente, ela sobe no altar e vai até a porta que fica logo atrás. Com muito pesar a sigo, a porta dá lugar a um corredor longo e estreito a secretaria da igreja.
— É essa sala. Aponto para porta de mogno marrom, era o escritório do pastor Ângelo não muito sofisticado, apenas uma mesa com uma cadeira de cada lado, algumas plantas e uma estante de livros, muitos livros. Sky começa a olhar.
— Sky não toque em nada. A repreendo. É claro que não me ouviu a primeira coisa que fez foi abrir as gavetas e folhear as coisas que tinha dentro.
— Se eu não tocar, não vamos achar o que estamos procurando. Ela tira alguns livros e começa a abrir, em seguida vai até a mesa e abre o notebook que estava em cima.
— Droga tem senha, tem ideia do que seja?
— Não toque nisso! Eu não faço a mínima ideia, procure outra coisa. Ela rola os olhos e fecha o computador irritada.
— Tente deixar tudo no lugar, por favor. Observo toda sala tentando achar algo que chame minha atenção, mas tudo estava na mais perfeita ordem, me aproximo do armário de vidro e vejo um envelope marrom embaixo de alguns livros.
— Ei Grace esse cordão não é da sua tia? Sky levanta um medalhão de prata com um pingente de coração.
— Acho que não, várias pessoas têm um desse. Afirmo.
—- Pode até ser, mas só uma pessoa na cidade se chama Ada Devine, curiosa tomo o colar de suas mãos e abro, meus membros pareciam pedras de gelo.
— Eu não entendo porque tem uma foto do pastor Ângelo e da sua tia dentro dela. Diz, olhando para mim era uma foto bem pequena, mas nela era possível ver minha tia Ada mas jovem abraçada com um rapaz, mesmo que eles estivessem bem mais jovens era bem visível que se tratava do pastor Ângelo.
— Eu... eu não sei! Confesso confusa. Minha mente tentava entender qual a relação da minha tia com o pastor da igreja, e porque esse medalhão estava aqui.
— Eles parecem sabe.. íntimos. Sky comenta baixinho. Deixo o colar no mesmo lugar que encontramos e volto minha atenção para o armário.
— Olha o que eu achei Sky, me ajude aqui. Eu mostro a ela o envelope amarelo dentro do armário de vidro.
— Acha que consegue abrir essa fechadura? Ela me olha de canto.
— Assim você me ofende. Ilumino a fechadura enquanto ela tenta abrir, depois de alguns minutos se afasta orgulhosa.
— Tharam..Eu sou a melhor no que faço agradeça depois. Tiro os livros que estavam por cima e pego o velho envelope. Tinha as inicias "R.S" antes que eu possa ver com mais clareza um barulho do lado de fora nos coloca em alerta. Sinalizo para que Sky apague a lanterna e faça silêncio, ela se esconde embaixo da mesa e eu me espremo entre o armário e um jarro de planta ao lado da janela, puxo a cortina o suficiente para me cobrir. Passos apressados se aproximam da porta e em seguida alguém entra, fecho os olhos com medo de se pega, faço várias promessas a Deus de que não faria mais algo tão louco assim.
— Eu tinha quase certeza de que fechei a porta. Era a voz do pastor Ângelo, ele estava com mais alguém, mas eu não me atrevia a abrir os olhos e ver quem era.
— Talvez a irmã Telma tenha esquecido de fechar quando veio buscar mais velas, mas isso não importa, acho que devemos terminar o que começamos. A voz sussurra quase sensual.
— Claro! Ele diz calmamente, em seguida silêncio e depois um barulho como de um beijo. Eca! A mulher sorri e eu me sinto mais enojada ainda ao constatar que se tratava da minha Tia Ada. Tudo fica em silêncio por mais alguns minutos então ouço passos saindo e a fechadura da porta sendo passada. Fico estática no lugar sem acreditar no que acabei de ouvir. Não, não, mesmo! Não podia ser minha tia.
— Cara isso foi muito louco, eu não quero blasfemar ou algo do tipo Grace mas o padre e sua tia pareciam bem.. Íntimos.
— Não seja ridícula! O pastor Ângelo é um homem de Deus jamais faria isso, por favor vamos embora eu não quero mais ficar aqui. Repito essas palavras na minha mente eu não vi onde foi o beijo então poderia ser no rosto em sinal de afeto.

O caminho para casa foi feito em silêncio eu sabia que Sky queria falar sobre o que aconteceu mas não queria pensar nisso.
— Olha eu vou ficar com o envelope hoje você parece que não está muito bem, amanhã cedo trago para você ler. Apenas concordo, minha última conversa com Gabriel me vem à mente, ele disse que essa cidade esconde muitos segredos, e eu me pergunto se estava pronta para descobrir.
-- Estou louca para sair daqui. Essa cidade é o lar das esquisitices. Bem algumas pessoas aqui não são normais. Mau termino de falar e Sky freia o carro bruscamente me fazendo quase atravessar o para choque.

— Minha nossa! Aquele ali é o louco do Gabriel? Porque ele está com uma moto assustadora no meio da estrada? Você quer que eu o atropele porque isso é coisa de psicopata. Gabriel estava sentado em uma moto preta no meio da estrada que levava a minha casa, ele estava todo de preto o que o deixava ainda mais sombrio
— Pare o carro Sky. Grito, ela reduz a velocidade e para no acostamento tirei o cinto e abri a porta.
— Espera o que está fazendo? Não sei se tem problemas de memória, mas lembre-se de que ele foi um bosta hoje.
— Sky me dê um minuto. Não espero por sua resposta e já me afasto do carro, o vento frio da noite quase me faz voltar.
— O que está fazendo? Me perseguindo de novo será se vou ter que pedir uma ordem judicial para você se afastar. Cruzo os braços, — Pode sair do meio da estrada Gabriel eu não quero está perto de você.
— No entanto, você está aqui falando comigo. Diz calmamente.
— Foda-se você! Digo irritada me virando para entrar no carro.
— Espera, preciso falar com você, por favor. Seus olhos estavam angustiados, ele parecia tão vulnerável.
— Não temos nada pra conversar, Gabriel acho que as coisas entre a gente estão bem claras. Ele pondera minhas palavras por alguns momentos e volta a dizer.
— Eu sei que fui um tremendo babaca com você, mas. Uma expressão abatida tomou conta do seu rosto antes de voltar a olhar pra mim, seus olhos azuis brilhavam sobre o luar e seu rosto estava parcialmente coberto pelas sombras da noite, mas ele parecia tão lindo e sexy. Expulso os pensamentos insanos para o fundo da minha mente.
— Grace eu te prometo que dessa vez vou ser sincero, e vou até responder algumas perguntas. Mordo o lábio inferior nervosa eu era curiosa e ele sabia disso, mas meu orgulho estava ferido não podia ceder tão fácil.
— Vai me responder tudo que eu quiser saber, essa é minha condição. Ele pondera por alguns minutos, mas concorda. Me viro para Sky dentro do carro, mas ela só balança a cabeça indiferente.
— Me liga se precisar. Diz antes de ligar o carro e quase, por centímetros não passar por cima dele.
— Ela está mesmo irritada comigo. Diz me entregando um capacete.
— O que é isso? Eu não vou subir nessa máquina assustadora. Ele sorri da minha reação.
— Não é uma máquina assustadora, é uma Harley Davidson. Diz orgulhoso.
— Não importa o que significa isso, cadê seu carro?
— Essa belezinha aqui é mais rápida, mas potente, e vamos combinar bem mais bonita. Depois de ponderar minhas opções e perceber que minha única carona já estava longe tomo o capacete de suas mãos.
— Se eu morrer vou voltar para te assombrar.  Ele não falou nada, só sentou sobre a moto e me estendeu a mão.
— Não se preocupe linda, está segura comigo. Não sei porque suas palavras me fizeram corar. Passo meus braços ao redor de sua cintura e sinto seus músculos perfeitamente esculpidos na palma das minhas mãos. Sua pele estava quente, quando ele liga a moto o barulho me faz dar um gritinho na primeira acelerada meu corpo cola no dele em um nível que eu não achei ser possível, de repente meu corpo estava todo consciente.
— É melhor segurar! Diz antes de sair, fazendo com que minha cabeça encoste em suas costas, meu grito se perde no vento.
— Abra os olhos. Ele pede, só agora percebi que estava de olhos fechados.
— Não sei se consigo.
— Consegue sim, você tem que ver isso. Abro os olhos e vejo a grande ponte do lago Saint John's a vista era de tirar o fôlego daria um ótimo quadro. Gabriel acelera mas me fazendo cravar as unhas em sua barriga. Deito a cabeça em suas costas quentes e me deixo levar por essa pequena sensação de paz.

Para finalizar a Sexta 🫶🏻

A Ovelha NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora