cap 7: Sou gentil com um cadáver.

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Não demorou muito para chegarmos até a sala do conselho, ou pelo menos o que eu acho que seja a sala do conselho. É uma parte mais iluminada da caverna, mesmo sem ter uma fogueira. Tem ramos descendo do teto, e algumas lamparinas na parede. Mas está longe de ser um lugar que me deixa confortável, tudo é tão denso, o ar é denso, como se não pudesse ser completamente livre aqui.

— É aqui né?— perguntei para Grover.

Ele olhou para mim assentindo.

— Bom, eu não estou vendo nenhum bode velho— cruzei os braços— Então acho que vinhemos na hora errada, é melhor irmos— me virei para ir embora— Tenho que buscar meus brin..

Minha voz morreu, quando três velhos com pernas de bodes e chifres, entraram por onde eu ia sair. Senti meu estômago começar a queimar, algo se agitando em mim.

Tentei procurar alguma coisa para falar, enquanto eles me encaravam. Mas não consegui. E ia continuar calada, se Grover não tivesse falado antes.

— Mad, esses são o conselho— Grover tocou em meu braço, me fazendo piscar— Ou parte dele, esses são Sileno, Mareu e Lineu.

Mareu se aproximou mais da gente.

— Grover Underwood— ele olhou para o sátiro ao meu lado, que se encolheu levemente a ser chamado— Quando soubemos que estava aqui para nos ver, pensei que iria implorar por uma terceira chance, após ter falhado mais uma vez. Mas em vez disso trouxe a filha de Dionísio.

— Ele não falhou— as palavras saíram da minha boca sem eu pensar muito. E serviram para eu ganhar a total atenção de Mareu— E meu nome é Madisson,  não a filha de Dionísio.

Lineu estalou a língua, me repreendendo. Ele me fitou com seus olhos antigos (muito mais antigos do que ele aparenta). E depois passou por mim, indo em direção a uma mesa de pedra que eu poderia jurar que não estava ali antes. Os outros dois também passaram por mim e Grover, e foram até a mesa. Eles se sentaram, de frente para a gente, como em um tribunal.

— Se aproxime Madisson Salvatore— assim eu fiz, ficando apenas a três passos distantes da mesa— Você também Grover.

Olhei para trás, para o sátiro, ele não pareceu ter gostado muito da ideia, mas mesmo assim fez. Olhei para os três bodes velhos.

— Olha eu não quero nenhuma mis...

— Sim, sim, já sabemos— Sileno balançou a mão, como se a minha opinião sobre ir ou não a algun lugar, fosse descartável.

Meu estômago começou a queimar mais forte. Duas ninfas se aproximaram com duas jarras. Meu nariz enrrugou ao eu sentir o cheiro inconfundível de vinho.

— Aceita?— Lineu me perguntou, enquanto era servido. Neguei com a cabeça, mas eu queria— Bom, sabe o que eu não entendo senhorita, como uma meio sangue que chegou junto com a filha mais notável de Atena, o melhor espadachim do acampamento, e viu o sacrifício da filha de Zeus, conseguiu se tornar alguém a baixo de notável.

A queimação no estômago se tornou dolorosa. O aroma do vinho dançou ao meu redor, me deixando... embriagada? Mantive meus lábios celados.

— Com licença senhor— Grover falou— Mas pensei que iria dar uma missão a ela.

Lineu o ignorou.

— Diga Madisson— insistiu— Como conseguiu ficar tão abaixo? Como conseguiu não chegar aos pés deles?

— Chega— minha voz saiu baixa.

Mas ele não parou, continuou falando, continuou me comparando. Continuou me comparando a eles, continuou me comparando a ela.

Vinho E Sangue: O Filho ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora