04 - Drogas

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“Bom dia, moço. Você conhece uma mulher chamada Marlene?” — Eu pergunto, e ele entra e chama-a.

“Mãe…” — Eu falo, olhando pra ela.

“Você tá diferente!” — Ela fala sem muita emoção ao me ver.

“Eu cresci, né? Já tô com 16 anos.” — Eu falo, sorrindo.

“Você ainda tá morando no orfanato?” — Ela pergunta, entrando na casa, e eu a sigo.

“Não, eu já saí do orfanato há muito tempo. Eu fiquei esperando você ir me buscar, mas você nunca apareceu…” — Eu falo, meio cabisbaixa.

“Mas você ficou bem, não ficou?”

“É…fiquei.” — Eu enxugo uma lágrima para ela não perceber; eu jamais choraria na frente dela. — “Mas, mudando de assunto, você veio pra ficar?”

“Não, só vim pegar o resto das coisas. Eu vou me casar!”

“Que bom, mas e eu? Você vai me levar, né?”

“Óbvio que não! Você já tá grande, sabe se virar!” — Ela fala, fria.

“Eu sou sua filha! Você não pode me abandonar de novo!” — Eu me levanto, indignada com a resposta da mulher.

“Pare de drama, Cecília, você sabe se virar, não é como se fosse a primeira vez!” — Ela faz pouco caso da situação.

“Entendi, seja feliz então, ou melhor, espero que esse relacionamento seja um fracasso.” — Eu grito, e a mulher deposita um tapa em meu rosto.

“Cuidado com suas palavras! Agora vai embora, eu não quero mais te ver na minha frente!” — Ela fala, me apontando o dedo.

Eu saio e vou até o cômodo que era meu quarto. Eu pego uma mochila e coloco algumas peças de roupa.

“Sua louca! Descontrolada!” — Eu berro e saio da casa batendo a porta.

Eu saio chorando, não de tristeza, e sim de raiva. Eu murmurava alguns xingamentos enquanto caminhava sem destino.

“Cecília!” — Maria me grita, e eu me viro para ver quem era.

“Ah, oi…” — Eu falo sem muita emoção.

“Você tá sumida, faz anos que eu não te vejo. Pra onde ‘cê vai com essa bolsa?” — A garota pergunta, curiosa.

“Minha mãe me expulsou de casa de novo.” — Eu falo, fazendo pouco caso.

“Vamos lá em casa então, aí você aproveita e toma banho.” — Ela fala e me puxa antes de eu responder.

Pedro Bala's point of view

“Alguém sabe onde Cecília se meteu dessa vez? Já era pra ela ter chegado.” — Eu pergunto, irritado.

“Ela vai perder o jantar.” — O professor fala.

“Ela deve estar por aí, deixa ela.” — Boa-vida diz, sem se preocupar.

Cecília's point of view

Eu entro na casa de Maria e estava uma zona.

“Eu vou pegar uma toalha pra você.” — Ela fala e entra no quarto.

Enquanto eu esperava, fiquei observando a casa e pensando sobre a minha vida, que tinha virado de cabeça para baixo pela 9ª vez, se é que um dia ela já foi normal...

“Pensa rápido!” — Ela fala e joga a toalha.

Eu pego a toalha e vou para o banho.

[...]

Eu e Maria estávamos conversando, até alguém bater na porta; ela levanta e vai atender. Uns 3 garotos entram na casa.

“Boa noite, linda.” — Mario, um dos garotos, fala comigo.

“Boa noite.” — Eu falo um pouco distraída, pensando na minha mãe.

Gusta vai até a geladeira e pega uma garrafa de vodka pura.

“Quem quer ir primeiro?” — Ele pergunta, levantando a garrafa animado.

“Eu vou!” — Joaquim diz, pegando a garrafa e virando na boca.

“Sua vez, Cecília!” — Maria fala, após todos beberem.

“Deixa pra próxima.” — Eu falo, desconfortável.

“Não faz mal, é só um gole.” — Gusta fala.

Eu pego a garrafa e viro de uma vez, e todos começam a comemorar.

“Isso aí, garota!” — Maria fala, me balançando.

Um tempo depois, já estavam todos bêbados, inclusive eu.

Eles pegaram uma nota de 5 reais e enrolaram para deixar igual a um canudo; Mário tirou um saquinho com um pó branco do bolso e espalhou em carreiras.

Eles começaram a cheirar um de cada vez, enquanto eu observava calada.

Joaquim me passou o negócio para eu cheirar. — “Vai, sua vez.”

“Ah não, eu parei de fumar e usar cocaína.” — Eu falo, negando.

“Tá com medo?” — Gusta fala, zombando.

“Não!”

“Então vai logo, Cecília, você nunca negou quando eu te ofereci, não faça essa desfeita.” — Ela fala tentando me manipular, e conseguiu!

Eu pego o negócio e coloco no nariz; me posiciono e cheiro uma carreira inteira.

Minha cabeça começou a girar, já que eu estava desacostumada, enquanto eles gritavam e me balançavam.

Levantei tonta e fui até o banheiro enquanto eles voltavam a usar.

Minhas pupilas estavam dilatadas e minha boca, branca; eu fedia a cerveja barata.

Fui até o quarto, segurando-me pelas paredes, e peguei minha mochila, saindo da casa.

Eu tropeçava, mas não caía, e o efeito só piorava, complicando meu cérebro e me fazendo rir sozinha.

Cheguei na rua, larguei minha mochila na areia e me joguei na água.

O mar estava agitado e, a cada onda, eu ia mais para o fundo.

Até que…

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Author's notes

901 palavras

Hoje foi péssimo na escola, então aproveitei pra escrever esse capítulo no intervalo do almoço.

Desculpa se tiver algum erro de ortografia.

Não se esqueçam de votar 🤍

𝐌inha Capitã - Pedro bala Onde histórias criam vida. Descubra agora