Draco (pov)
Estou sentado ao lado da cama de Gabrielle na enfermaria, segurando sua mão. Ela está desacordada desde que usou seus poderes contra Voldemort, dois dias atrás.
Sinto meu coração... Partido. Desmantelado. Não posso perdê-la. Mesmo 48h depois as memórias da batalha ainda estão frescas em minha mente. Lembro de sua coragem, determinação... Nunca a amei tanto quanto naquele momento. Mas agora lá estava ela. Vulnerável em uma maca.
O trio, Mattheo e Severo estavam todos aqui, esperando atualizações sobre Gabi e também para checar meu estado, por mais que não queiram admitir. Independente, não consigo me tranquilizar. Gabrielle é o amor da minha vida. Gabrielle é a minha vida.
- Elle vai ficar bem? - Mione pergunta a qualquer pessoa, com a voz embargada de choro.
- Sim. Ela é forte. - surpreendentemente é Snape quem responde, logo saindo do recinto.
Eu não consigo acreditar nas palavras dele. E se ela não acordar? E se... Esquece, não consigo pensar nisso, não posso pensar nisso.
Um a um, vão todos saindo, me deixando a sós com Elle.
Eu aperto sua mão, esperando por algum sinal, qualquer sinal.
- Gabrielle, por favor... Acorda pra mim.
Silêncio.
Eu fecho os olhos, rezando para que ela acorde. Mas nada.
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Semanas se passaram. E nada dela acordar.
A elite sonserina e o trio de ouro vinham todos os dias visitá-la. Mas eu não conseguia sair do lugar, dia após dia, noite após noite, estava na cadeira ao lado de sua cama. Meu coração está preso aqui.
- Draco, você precisa se cuidar. - Pansy diz.
- Não posso deixá-la.
- Ele está certo. - Riddle interrompe. - Ele é o único que pode estar com ela agora. Ele é quem ela gostaria de ver quando acordar. - O garoto coloca a mão em meu ombro.
- Se acordar. - escuto a voz de Weasley no fundo, junto com uma risada solitária do mesmo.
- O que está fazendo aqui, Fred? Conversamos sobre isso. - Rony se levanta e vai em direção ao irmão, e chegando perto percebe que ele estava totalmente embriagado.
- Relaxou relaxou, irmãozinho. Estou apenas vendo o estado dessa mentirosa. No final ela teve o que merece.
Me levanto às pressas e dou um soco em sua boca. E outro em seu olho. E outro em seu queixo. O garoto está rindo no chão enquanto eu bato nele, com lágrimas de raiva nos olhos.
Quem me tira de cima dele é o próprio Dumbledore, acompanhado de Snape. Deixei Weasley inconsciente.
- Vamos para a minha sala, senhor Malfoy. - o diretor fala.
- Não posso deixar Gabrielle.
- Gabrielle está acompanhada de gente que a quer bem. Vamos?
O sigo até sua sala onde ele fala a senha "Tortinha de Limão".
Não consigo deixar de pensar o quão idiota é essa senha.
Chegamos em sua sala e a lendária Fawkes me olha com interesse, mas também não se aproxima. Ele se senta em sua mesa e eu na cadeira à frente.
- Os pais de Gabrielle estão vindo vê-la agora. E não quero que esteja presente neste momento.
Os pais dela?
- É óbvio que eu quero estar presente. - digo me levantando, mas com uma mão ele me empurra de volta na cadeira.
- Mas não vai. Este, senhor, é um momento íntimo. Entendo que esteja sofrendo. Mesmo sendo diretor, escuto os boatos. Você e Elle são um casal, certo?
Me sinto ficar vermelho de vergonha.
- Não há de que se envergonhar, caro rapaz. O amor, sendo saudável, é algo maravilhoso. E Gabrielle é uma menina maravilhosa. É uma pena estar nesta situação. Quando tomei ciência de seus poderes... Imaginei que algo assim aconteceria. Não com Voldemort, obviamente. Mas algo que esgotaria seus poderes. Quando acordar, é provável que não consiga usá-los por um tempo. Quanto tempo? Não sei dizer.
- Você acha mesmo que ela vai acordar? - me pego dizendo.
- Precisamos ter paciência.
Paciência? Eu estou esgotado. Minha alma está cansada de esperar.
- Mas sim. - meus olhos se levantam para enxerga-lo. - Acredito com toda minha fé que ela acordará.
O resto do dia passa como um borrão. Não consigo acreditar que os pais de Elle estiveram aqui e eu não pude estar com eles. Será que estão me culpando pelo que aconteceu? Será que me deixarão ficar com Gabrielle depois de tudo?
Mas todas as minhas dúvidas vão embora quando chego no meu dormitório para tomar um banho, e vejo uma carta endereçada a mim, com o brasão da família Orleans e Bragança.
"Querido
Gostaríamos de saber como você está. Por mais que tenhamos insistido, Dumbledore insistiu ainda mais para que estivéssemos a sós com Elle hoje. Ele nos contou o que aconteceu, junto a Snape, e gostaríamos de agradecê-lo por ter protegido nossa princesa até o fim. Temos sorte de te ter em nossa família. Que possamos nos encontrar em melhores circunstâncias.
Com amor,
Eduardo e Mônica."
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No dia seguinte estava lá, mais uma vez, ao lado de Gabrielle, quando sinto uma mão em meu ombro. Era Harry.
- O que você quer, Potter? - digo mau humorado.
- Eu sei que é difícil. Mas você não está sozinho.
Olho para seus olhos azuis. Pareciam sinceros.
- Você está aqui pra mim?
- Estou aqui por você. Por mais que seja difícil de acreditar. E nós, todos amigos, estamos aqui por você e Gabrielle.
Me dou conta de que Hermione e Rony também fizeram amizade com a Elite. Até Mattheo, apresentando certa resistência a Harry, parecia ter se acostumado com sua presença.
Eu sinto um nó na garganta. Nunca imaginei que o trio de ouro estaria aqui por mim, que seriam meu apoio.
- Obrigado. - digo a Harry.
- Não precisa agradecer. É isso que amigos fazem.
Amigos. Eu nunca pensei que teria amigos como eles.
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A Garota dos Sonserinos
FanfictionGabrielle de Orleans e Bragança, herdeira da linhagem bruxa brasileira mais tradicional existente, é transferida para Hogwarts após se mudar com seus pais para Londres. A garota carioca logo encanta todos com seu charme, mas chama atenção especifica...