18º CAPÍTULO

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Encontramos a Claudia, estava perto da nossa casa, andava ali às voltas e nem tinha reparado em nós, eu fui a correr atrás dela.
- Porque é que fugiste de nós? – Margarida
- O que é que vocês estão aqui a fazer, aconteceu mais alguma coisa? Tu estás bem? E a Carolina? – Claudia
- Está tudo bem, agora explica-me porque é que vieste para Lisboa... - Margarida
- Não podia deixar que acontece alguma coisa à Carolina por minha causa, tu viste o bilhete. – Claudia
- Sim, mas porquê tu? Porque é que eu não podia estar contigo? Não queria que tivesses ido embora. – Margarida
Ela ficou com uma cara super estranha, ficou mesmo sem resposta.
- Então? – Margarida
Ela começou a chorar e eu abracei-a, perguntei-lhe imensas vezes o que se passava e ela não dizia nada. O Tiago achou melhor levarmos ela para nossa casa, ficou a brincar com a Carolina enquanto eu tentava acalmar a Claudia...
- Já me podes dizer o que se passa? – Margarida
- Não está na altura certa para saberes... - Claudia
- Mas para saber o quê? – Margarida
- Nada, já passou o que interessa é que vocês já estão bem. Desculpa ter-vos deixado sozinhos, mas mais tarde vais perceber... - Claudia
- Mas não podes falar porquê! – Margarida
- Não posso, desculpa. – Claudia
Os dias foram passando, a polícia não dizia nada, a Claudia continuava estranha, mas pelo menos não andávamos a receber aqueles bilhetes estranhos... A Carolina já estava a ficar crescida, a Patrícia não andava a dar notícias mas deve estar tudo bem. Os pais do Tiago já estiveram cá em casa, ficaram chocados com o que tinha acontecido.
2 semanas depois recebo uma chamada de um número desconhecido, era a Patrícia, ligou-me aflita, estava a chorar... Estivemos ainda algum tempo ao telemóvel mas não conseguia perceber o que ela me dizia, não parava de chorar... Acho que o Pedro lhe tinha deixado sozinha, não percebi nada, só combinamos que ia ter com ela à paragem de autocarros, porque ela estava a vir para cá.
- Tiago... - Margarida
- Aconteceu alguma coisa? – Tiago
- Não sei... A Patrícia ligou-me a chorar, acho que aconteceu qualquer coisa com ela e com o Pedro, estou mesmo preocupada com ela, vamos para a paragem busca-la? – Margarida
- Claro... Mas não te preocupes, de certeza que não aconteceu nada de grave. – Tiago
Pusemos a Carolina no carrinho e saímos de casa, no caminho encontrámos o Rafael com a Catarina, perguntei pelos meus irmãos e não houve muito mais conversa... Só queria saber o que tinha acontecido com a Patrícia. Finalmente chegamos e ela estava sentada no banco a chorar, assim que nos viu, veio abraçar-me.
- O que se passa? – Margarida
- O Pedro traiu-me, deixou-me sozinha. – Patrícia
- O quê? Como é que ele foi fazer isso... Quando é que isso aconteceu? – Margarida
- Foi ontem à noite... Encontrei-o no quarto de hotel, onde estávamos juntos... Não acredito que ele me fez isto. – Patrícia
- Tem calma, por favor... - Margarida
- Ele não merecia o que fazias por ele, acalma-te. – Tiago
Levamos a Patrícia para nossa casa, ela já estava mais calma, teve a dar miminhos à Carolina, adora. Passamos a tarde juntos... Não conseguia acreditar no que o Pedro lhe tinha feito, parecia mesmo gostar dela...
Os dias passaram-se, os meus irmãos tinham estado lá em casa, deu para matar saudades daqueles pestinhas, a Patrícia andava melhor, mas continuava muito em baixo... Até que o Tiago recebe a pior notícia... Ligaram-lhe do hospital, a dizer que os pais dele tinham tido um acidente de carro.
- Margarida.... – Tiago
- Amor o que se passa, porque é que estás assim? – Margarida
- Os meus pais estão no hospital! – Tiago
- O quê? – Margarida
- Eles tiveram um acidente de carro, eu tenho de ir. – Tiago
- Deixa-me só ir buscar as coisas da Carolina, eu vou contigo. Vai ficar tudo bem, eles vão estar bem. – Margarida
Ele abraçou-me, eu fui buscar a mochila onde estavam as coisas da Carolina e deixámos ela em casa da Patrícia, era melhor não estarmos a levar a bebé, e até mesmo para a Patrícia se animar mais. Estávamos no autocarro, o Tiago começou a implicar com toda a gente que lá estava, ia andando à porrada, mas eu consegui travar... Nunca gostei deste lado dele.
- Estás doido? As pessoas não têm culpa do que está a acontecer, acalma-te! – Margarida
- Estás do lado deles, fica com eles. – Tiago
- Não sejas parvo, eu estou do teu lado e quero ajudar-te no que precisares, amo-te. – Margarida
Beijámo-nos, fiquei a dar-lhe mimos, mesmo ele não estando a ligar nenhuma... Assim que chegamos ao hospital, o Tiago agarrou na minha mão e começou a correr. Perguntou onde estavam os pais dele, e fomos para uma sala de espera... Ainda ficamos lá um bom tempo, não nos queriam deixar entrar. Passou uma médica e o Tiago perguntou-lhe quando podia ir vê-los, a médica levou-nos até ao quarto onde estava a mãe do Tiago. Esteve bastante tempo a olhar para a mãe dele... Ela estava ligada a algumas máquinas... Tinha a do soro, e assim, não sei bem. Ele perguntou pelo pai, disseram-lhe que o pai dele, estava a ser operado naquele preciso momento.
O Tiago saiu do quarto onde estava a mãe e foi sentar-se na sala de espera, estava tão mal... Eu abracei-o, ficamos assim algum tempo, só lhe dizia que ia ficar tudo bem... Queria ajudá-lo, não podia falhar, aquela situação era mesmo má demais... Ficamos horas na sala de espera, o Tiago não queria sair de lá enquanto não soubesse como tinha corrido a operação.
Finalmente chega a médica, ele levanta-se e vai em direcção à médica.
- A operação já acabou? Como é que está o meu pai? - Tiago


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