Ter azar no jogo e no amor era o cúmulo do absurdo, porém Maid tinha o talento para ferrar com tudo. Não bastava ter dez dedos podres, ela simplesmente poderia ter vinte. Todas as suas últimas escolhas foram questionaveis. Acreditava que cometer err...
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Porque mesmo na escuridão, eu sinto sua resistência Você pode ver meu coração em chamas à distância
— Lana Del Rey
Maid estava se mordendo pra não sair da cama. Simplesmente não queria encarar Joe Burrow depois da noite passada. Sentia-se uma stalker bizarra. A vergonha fez com que demorasse bastante no quarto, levando um tempo maior para pentear o cabelo e lidar com o rosado excessivo no rosto.
Pelo horário, estava atrasada para a arrumação que seu pai estava orquestrando. Necessitava chegar em casa a tempo para comprar os sutiãs que queria e alguns biquínis novos. Uma mudança de guarda-roupa seria ótima, mas duvidava ganhar, mesmo que implorasse de joelhos ao pai.
Desceu as escadas de madeira na casa de Joe, encontrando-o sentado na sala, comendo no sofá.
Era inadmissível.
Havia uma mesa enorme na sala de jantar e outra na cozinha, ele poderia fazer aquilo na bancada se estivesse com preguiça.
— Bom dia. – anunciou, sendo alvo dos olhos azuis – Não me acordou.
— Era pra acordar?
— Tenho um compromisso às oito. Preciso preparar minhas malas pra viajar amanhã bem cedo.
— Não fui informado da sua agenda.
— Claro que não, Owen. – zombou emburrada. Olhou na direção da cozinha. – Você tem o que pra comer?
— Da uma olhada lá. – mandou indiferente.
Maid respirou fundo, porque não iria criar cena pela manhã, apesar de ser quase meio dia.
Felizmente conseguiu colocar o sono em dia na enorme cama de Joe, e sinceramente, era deveras melhor que a dela. Ou talvez, só tenha relaxado mais com o duplo orgasmo que tivera.
Andou calmamente até a cozinha, sabendo que ele a seguia com o olhar.
Não fazia ideia do que comeria, mas certamente precisava encontrar qualquer coisa comestível que não a matasse. Ficar tantas horas com fome era um caminho sem volta, pois quando percebesse, já teria passado dias cruciais. E ela não queria aquilo. A fome era traiçoeira, porém não significava que Maid sempre foi daquela maneira. Tão propicia a aceitar a fome.
A longa estadia em New York a fez ter hábitos prejudiciais à saúde. Não era burra para não perceber.
Seus pais achavam que o problema maior estava no consumismo desenfreado, porém não chegava perto.
