POV. HEITOR AVELAR
SICÍLIA, ITÁLIA
09:12AM
Acordo e minha primeira reação, por instinto, é passar a mão ao lado oposto da cama antes mesmo de abrir os olhos, ainda sonolento, e constato que ela não está ao meu lado.
Por um momento o desespero me bate e questiono comigo mesmo se não era apenas um sonho, se agora não vou abrir os olhos e ser jogado novamente na realidade de que Victoria não aceita que é minha, que não me ama e não quer estar comigo. Ao abrir os olhos, constato que não era um sonho, que o quarto que estou não é o meu, e o cheiro de sua pele e seu cabelo nos lençóis e na cama não são fruto da minha imaginação.
O seu lado na cama ainda está morno, indicando que não faz tempo que ela se levantou.
Me levanto preguiçosamente, procurando minha cueca e calça que visto rapidamente e quando um som chama minha atenção, olho envolta até parar no aparelho em cima do criado mudo, vibrando com um número na tela marcado como desconhecido no celular de Victoria.
- Alô? - atendo ainda com a voz rouca e mais grossa do que o comum por ter acabado de despertar.
Minha expressão se mantém vazia por todo tempo de silêncio que se instala na chamada até uma voz masculina me colocar em alerta.
- Victoria?! - pergunta com a voz como se estivesse transtornado, chamando por ela.
- Aqui é o noivo dela. Quem é você e o que quer fala com a minha mulher? - soo direto.
- Noivo? Que porra é essa? Passa para Victoria, agora! - a voz diz em tom de ordem, subindo ainda mais minha fúria que se instala no meio da garganta.
- Não, você não vai falar com a minha mulher, não vai ouvir a voz dela. O que vai fazer é me dizer agora quem é você.
- Eu sou a porra do noivo dela. - dá ênfase com o tom enfurecido. - Eu. E sei que se ela deixou você se aproximar dela e atender o celular é somente pra me provocar, eu conheço ela e seus joguinhos. Passe para ela logo.
- Noivo ? - uma risada de descredito enraivecida vibra na minha garganta acima de onde o nó se instalou. - Não minta, porque eu não sei nada sobre você, nao tem nada sobre você na casa dela. - Olho em volta. - Trote a essa hora?
- Eu passei dez anos com ela, se procurar com certeza vai achar muito mais que um objeto meu nessa casa. E não ache que tem ela, porque isso não passa de um plano dela para me provocar ciúme porque estamos afastados por uma crise no relacionamento, uma entre tantas que já houveram, não é a primeira vez que isso acontece em dez anos. Pergunte a ela!
- Eu vou perguntar. - respondo entre dentes quando as memórias me voltam atrasada a mente. - Me diga o seu nome se tiver coragem.
- Pergunte a ela quem é Augusto Martinelli e constate só pela reação que falo a verdade, que ela é minha e que não me esqueceu. - diz quase entre dentes. - Também avise que se ela transou com você, eu vou matar ela!
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MEU SENHOR: OS AVELAR LIVRO I
RomanceVictoria Barone é uma mulher determinada, bem sucedida e independente que carrega uma beleza e charme extraordinário, capaz de enlouquecer qualquer homem, embora sua vida amorosa tenha sido mais do que deplorável nos últimos anos. Após passar boa pa...