Jakob estava sentado em sua cadeira favorita na livraria, o diário aberto à sua frente. Ele acabara de terminar de ler "Chapeuzinho Vermelho" e agora folheava as páginas até encontrar outra história que sempre o intrigara profundamente: "Branca de Neve".
— Wilhelm, essa sempre foi uma das histórias mais fascinantes e sombrias — disse Jakob, com um brilho nos olhos. — Vou lê-la agora.
Wilhelm assentiu, sabendo que cada conto carregava segredos e lições ocultas. Jakob começou a leitura, sua voz ressoando na sala silenciosa.
"Era uma vez, em pleno inverno, quando os flocos de neve caíam como penas do céu, uma rainha que estava sentada costurando na janela. Ao picar o dedo na agulha, três gotas de sangue caíram na neve. O vermelho parecia tão bonito na branca neve que ela disse: 'Quisera eu ter uma filha branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano da janela.'"
Jakob parou por um momento, refletindo sobre a origem mágica e trágica da personagem. Então, ele continuou.
"Algum tempo depois, a rainha deu à luz uma menina que era branca como a neve, vermelha como o sangue e com cabelos negros como o ébano, e assim a chamaram de Branca de Neve. Mas, infelizmente, a rainha morreu logo após o nascimento da menina. O rei se casou novamente, e a nova rainha era bela, mas arrogante e má. Ela possuía um espelho mágico ao qual perguntava todos os dias quem era a mais bela de todas."
— Wilhelm, esse espelho... ele é apenas um símbolo ou tem algum poder real? — perguntou Jakob, interrompendo a leitura.
— Acredito que simboliza a vaidade e a insegurança, mas em nossos contos, há sempre um elemento de verdade por trás da magia — respondeu Wilhelm, pensativo.
Jakob voltou à leitura, imerso nas palavras.
"Todos os dias, a madrasta perguntava ao espelho: 'Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?' E o espelho respondia: 'Você é a mais bela de todas, minha rainha.' No entanto, um dia, quando Branca de Neve cresceu e se tornou ainda mais bela, o espelho disse: 'Rainha, você é bela, é verdade, mas Branca de Neve é mil vezes mais bela que você.'"
A expressão de Jakob endureceu enquanto lia sobre o ciúme e a crueldade da madrasta. Ele sabia que essas emoções eram poderosas e perigosas, tanto nas histórias quanto na vida real.
"Enfurecida, a rainha ordenou a um caçador que levasse Branca de Neve à floresta e a matasse. Mas o caçador, comovido pela beleza e inocência da jovem, não conseguiu cumprir a ordem. Em vez disso, ele deixou Branca de Neve fugir, e ela encontrou refúgio na casa de sete anões que trabalhavam em uma mina."
Jakob respirou fundo, preparando-se para a parte mais sombria da história.
"A rainha, ao descobrir que Branca de Neve ainda estava viva, tentou matá-la três vezes: primeiro, com um espartilho que apertou tanto que ela desmaiou; depois, com um pente envenenado; e finalmente, com uma maçã envenenada que a fez cair em um sono profundo."
Wilhelm ouviu atentamente, admirando a força de Branca de Neve e a coragem dos anões que a protegeram. Jakob continuou.
"Os anões, incapazes de reviver Branca de Neve, a colocaram em um caixão de vidro, para que pudessem sempre admirar sua beleza. Um dia, um príncipe que passava pela floresta viu o caixão e se apaixonou instantaneamente por Branca de Neve. Ele pediu aos anões que o deixassem levá-la consigo, prometendo cuidar dela. Enquanto o levavam, um dos servos tropeçou, fazendo com que o pedaço envenenado de maçã saísse da garganta de Branca de Neve. Ela despertou e, ao ver o príncipe, sentiu o mesmo amor."
Jakob fechou o diário, deixando escapar um suspiro.
— A história termina com o triunfo do amor verdadeiro e a derrota do mal, Wilhelm. Mas sempre há mais do que os olhos podem ver — disse Jakob, pensativo.
Ele olha para a capa do livro e solta um baixo suspiro e sorri levemente
— Bem irmão, é esta a historia que contam para crianças, vamos começar com "A muito tempo atras..." — Falando ele logo começa a falar.
"Era Uma Vez..."
Sem sombra de dúvidas, Branca de Neve é um dos mais conhecidos contos de fadas de todos os tempos. Que tal conhecer, a verdadeira história da Branca de Neve?
A versão que conhecemos conta a história da linda princesa, com a pele branca como a neve, que sofre com a inveja de sua rainha pela sua beleza incontestável declarado pelo espelho mágico. Sendo assim, Branca de Neve é obrigada a fugir e exila-se na floresta, na casa dos pequenos sete anões. No entanto, a princesa é enganada pela bruxa a comer uma linda maçã, porém envenenada. Sem poderem fazer muito, os anões a deixam em um caixão de cristal e certo dia um belo príncipe, de passagem pela floresta, a vê e resolve beijá-la. E como todo conto de fadas, o feitiço da bruxa é quebrado e Branca de Neve fica junto com o príncipe e vivem felizes para sempre.O primeiro fato curioso sobre esse conto é de que ele possivelmente foi inspirado em fatos reais. Na Idade Média, existiu uma princesa famosa por sua beleza, chamada Margarete von Waldeck. Ela cresceu na região de Waldeck e era detestada por sua madrasta. Felipe II, da Espanha, decidiu casar-se com a bela jovem, mas antes que isso fosse concretizada ela morreu possivelmente envenenada. Os sete anões se referiam ao trabalho infantil, as crianças pequenas trabalhavam nas minas e eram conhecidas como anões.
Muito provavelmente, a história da linda jovem que perdeu a vida cedo demais ganhou força no imaginário popular, sendo posteriormente adaptado pelos irmãos Grimm."Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu?"
Todos devem lembrar que, nos contos da Disney, a rainha pede ao caçador que mate Branca de Neve e traga como prova o coração da jovem. Na versão original, além do coração, a rainha pede o prato completo, com os pulmões, rins e outros órgãos internos para serem comidos pela rainha.
Como podemos ver, a história não é tão bonitinha e meiga quanto imaginávamos.
Continua....
ASS: Jakob Grimm
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𝓞𝓼 𝓭𝓲𝓪𝓻𝓲𝓸𝓼 𝓭𝓮 𝓾𝓶 𝓖𝓻𝓲𝓶
Kısa Hikaye𝓝𝓪𝓻𝓻𝓪𝓭𝓸 𝓪𝓽𝓻𝓪𝓿𝓮́𝓼 𝓭𝓮 𝓮𝓷𝓽𝓻𝓪𝓭𝓪𝓼 𝓭𝓮 𝓭𝓲𝓪́𝓻𝓲𝓸, 𝓦𝓲𝓵𝓱𝓮𝓵𝓶 𝓻𝓮𝓿𝓮𝓵𝓪 𝓼𝓮𝓰𝓻𝓮𝓭𝓸𝓼 𝓸𝓬𝓾𝓵𝓽𝓸𝓼 𝓹𝓸𝓻 𝓽𝓻𝓪́𝓼 𝓭𝓪𝓼 𝓱𝓲𝓼𝓽𝓸́𝓻𝓲𝓪𝓼 𝓶𝓪𝓲𝓼 𝓯𝓪𝓶𝓸𝓼𝓪𝓼, 𝓭𝓮𝓼𝓭𝓮 "𝓒𝓲𝓷𝓭𝓮𝓻𝓮𝓵𝓪" 𝓪𝓽𝓮́ "𝓑𝓻𝓪...