____________Alice ____________
Uma visita inesperada me pegou de surpresa: era Stefania. O sol da manhã iluminava o jardim, mas sua presença fez o ar parecer mais pesado. Nunca fomos próximas; ela sempre gostou de me alfinetar, como se soubesse que Edward preferia a mim.Eu a recebi com uma cordialidade forçada e a conduzi para o jardim, um espaço mais reservado, longe dos olhares curiosos. O som das folhas ao vento contrastava com a tensão no ar. O cheiro das flores era doce, mas não conseguia me livrar da sensação de que algo amargo estava prestes a ser revelado.
—"Fiquei sabendo o que aconteceu com você no evento. Está melhor?" ela começou, com um sorriso que mal escondia a malícia.
—"Sim," respondi, tentando manter a calma.
Ela se acomodou em um dos bancos do jardim, cruzando as pernas de forma casual, mas seu olhar era tudo menos despreocupado.—"Que dá bem," ela continuou, como se a preocupação fosse genuína. "Quero todos os presentes no meu casamento."
—"Casamento?" perguntei, tentando disfarçar meu espanto.
—"Sim, eu e o Edward vamos realizar o noivado essa semana," ela disse, com um brilho de satisfação nos olhos.
—"Parabéns," eu disse, com uma entonação que não disfarçava meu sarcasmo.—"Como estava de passagem, vim te entregar logo um convite para um encontro que vou fazer com as garotas na próxima semana," ela disse, estendendo um convite com um sorriso triunfante.
—"Ah, tá adorável esse chá," comentei, forçando um sorriso. "Já vou indo."
Stefania se despediu com um aceno, e eu permaneci ali, a sensação de traição e raiva fervendo dentro de mim. Era um jogo de poder que ela adorava jogar, mas eu não ia me deixar abalar.
Me mantive firme, segurando as lágrimas. Estava cansada daquele jogo, me sentindo como um cabo de guerra prestes a se arrebentar. À tarde, meu pai me chamou no escritório de casa e foi direto ao ponto.
Meu pai me chama, e sua voz séria deixa claro que o assunto é importante.
—"Precisamos conversar sobre o seu casamento com o Ricardo."
Respiro fundo, mantendo o sorriso no rosto e fingindo ingenuidade. "Claro, pai! O que exatamente você gostaria de discutir?"Ele me observa por um instante antes de continuar. "Você sabe que essa união é muito benéfica para nossa família, certo?"
Assinto, mantendo o tom leve. "Sim, eu entendo que é importante para vocês.
Ele se inclina um pouco mais, como se estivesse tentando se certificar de que estou realmente ouvindo. "O Ricardo é um homem de respeito, Alice. Vem de uma boa família e tem um futuro promissor."
"Sim, todos falam bem dele," respondo, tentando esconder meu desinteresse. "É ótimo que ele tenha uma carreira tão estável."
Meu pai suspira, claramente frustrado. "Alice, o amor pode vir com o tempo. O que importa é a segurança que isso trará para você."
Seguro a respiração por um momento. Ele não parece entender, mas eu tento argumentar com delicadeza. "Segurança é importante, sim... Mas, e se eu não me sentir feliz?"
Ele me olha com mais intensidade agora, aumentando a pressão. "A sua felicidade, Alice, deve ser pensada dentro de um contexto maior. Não é só sobre você, mas sobre toda a nossa família, nossa reputação, nosso legado. Não quer desonrar isso, quer?"
"Desonrar?" Minha voz sai hesitante, mas forço um sorriso confuso. "Não, claro que não! Só estou preocupada com a felicidade de todos..."
Ele relaxa um pouco, sorrindo como se tivesse vencido. "Então, você entende que esse noivado é uma maneira de preservar nossa posição? Às vezes, precisamos fazer sacrifícios pelo bem maior."
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Na mira do Caçador( Livro 1- mulheres fatais na máfia)
Romance"A caça é simples: ou você é o predador ou a presa. Eu nunca sou a segunda opção."