Letícia entrou, trazendo com ela um vestido. Sendo rápida e direta, sem cumprimento. —"Papai disse que você já tinha chegado. Aqui está o seu vestido. O que acha?"
Era um daqueles vestidos totalmente reveladores que eu havia visto em uma aula no internato. Fiquei espantada com a ousadia do design: um vestido verde turquesa com um decote em V profundo nas costas e na frente acomodando de uma fenda, rodeado por diamante, o vestir era algo totalmente diferente do que usava no convento, que Deus perdoe nosso pecados.
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—":Ah, Alice, esse seu olhar já diz tudo" — (Letícia comentou, com um sorriso maldoso. )— "Vai ser divertido ver essa doce feirinha saindo do país das maravilhas e entrando no mundo real."
Antes que eu pudesse responder, Letícia continuou: —-"Fidelina vai ajudar você a se arrumar. Tchau, docinho. Vai ser uma noite divertida."
Com essas palavras, Letícia saiu do quarto, deixando-me sozinha com o vestido e a sensação crescente de que a noite de hoje não seria nada fácil.
O tão aguardado momento chegou, a tarde passou como um sopro. Brinquei um pouco com meu adorável irmãozinho e fiquei tão cansada que acabei cochilando. Acordei com Fidelina me chamando.
—"Acorde, senhorita Alice."- fala com pressa.
—"Já estou indo."- tentando me recuperar do sono.
—"É melhor a senhorita tomar banho logo, seu pai não tolera atrasos. Vou buscar o seu jantar."- fala séria.
Comecei meus preparativos com uma sensação de expectativa no ar. Primeiro, decidi arrumar o cabelo. Com a ajuda de Fidelina, escolhi um penteado elegante, com cachos suaves que caíam graciosamente sobre os meus ombros. Fidelina prendeu algumas mechas com delicados grampos decorados, dando um toque sofisticado ao visual.
Em seguida, passei para a maquiagem. Apliquei uma base leve que realçou minha pele naturalmente radiante. Com cuidado, delineei os olhos, destacando-os com um traço fino e preciso. Um toque de sombra em tons neutros e um pouco de rímel completaram o olhar. Para finalizar, escolhi um batom suave que complementava perfeitamente o meu vestido.
Depois de cuidar do cabelo e da maquiagem, vesti meu traje escolhido para a ocasião. O vestido era de um verde turquesa deslumbrante, com um decote em V e uma fenda elegante que adicionava um toque de ousadia. Coloquei um salto alto e, por sorte, no internato éramos obrigadas a andar com salto de 15 cm. Parece que valeu a pena os dedos ficarem tão machucados no passado, agora estavam dormentes, como se tivessem se acostumado. Ao me olhar no espelho, quase não me reconheci; era como se ali estivesse outra mulher.
