7 Capitulo: dose dupla

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             Alice
Já faz três dias que eu chorava por alguém que nunca sentirá algo por me. Um amor platônico e bobo, só queria ser saber o que é amor. Parece algo tão belo, tão lindo escritório dos livros, mais na verdade, mas ao mesmo tempo dolorido e sem lógica. A cada lágrima, eu me sentia mais patética. E é exatamente assim que Letícia me define: idiota, tola, boba. Talvez ela tenha razão.

Por sorte, papai não estava em casa para ver meus olhos inchados. Se ele visse, provavelmente pediria explicações, Mas Letícia... ela não teve piedade. Jogou água fria na minha cara e me trancou do lado de fora da varanda.

—"Não é para ninguém suspeitar que você estava chorando", foi o que ela disse. Eu passei a noite tremendo de frio e, claro, acabei ficando gripada."

—"Você parece um desastre. Sabe que papai não pode te ver assim, né?"

— "E você acha que eu escolhi ficar assim?"

—"Escolha ou não, você tem que parar de ser tão fraca. "

—"Vai lá, lava esse rosto. Se alguém perguntar, diz que foi só uma alergia. E, por favor, tenta agir como uma pessoa normal ou finge ser."

Olho para ela e, às vezes, tudo o que eu queria era ser como Letícia. Ela parece indestrutível, sempre tão composta, como se nada pudesse atingi-la. Já eu... eu sou um poço de emoções à flor da pele, sempre tentando esconder o que sinto.

—"Como você faz isso? Fingir que nada te afeta?"

—(com um sorriso de canto): "Você aprende com o tempo. E aprende rápido, ou então o mundo te engole."

Já se passaram duas semanas desde aquela noite na balada, quando eu vi Edward com outra mulher. Aquela cena ainda estava cravada na minha mente, como uma ferida que eu não conseguia deixar cicatrizar. A dor e a humilhação de vê-lo tão íntimo com alguém que não era eu só fizeram o desejo por ele crescer, o que me deixava ainda mais confusa. Como eu podia sentir tanta obsessão por alguém que claramente não se importava?

Apesar de tudo, Ricardo continuava ao meu lado. Descobri que ele é sócio do teatro, o gosto pelo musical clássica dos uniu. Ele era gentil, prestativo, e cada vez mais envolvido em conversas profundas comigo. Sempre falando dos seus poemas. Nós nos encontrávamos com frequência, mas mesmo assim, eu não conseguia tirar Edward da cabeça.

Hoje, estávamos sentados em um café, o cheiro de café recém-coado preenchendo o ambiente enquanto Ricardo me contava sobre suas últimas aulas de artes.

—"Você já pensou em como a arte pode ser uma forma de libertação? É como se cada pincelada fosse uma forma de expor o que a gente sente por dentro, mas de um jeito que as palavras nunca conseguiriam

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—"Você já pensou em como a arte pode ser uma forma de libertação? É como se cada pincelada fosse uma forma de expor o que a gente sente por dentro, mas de um jeito que as palavras nunca conseguiriam."

Eu olhei para ele, admirando a paixão em seu olhar enquanto falava.

—"Eu acho que nunca vi desse jeito... Para mim, arte sempre foi mais algo para admirar, não para me expressar."

Na mira do Caçador( Livro 1- mulheres fatais na máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora