chapter eleven

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐀 estava imersa em um silêncio inquietante naquela tarde de domingo

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐀 estava imersa em um silêncio inquietante naquela tarde de domingo. A tensão entre Maddy e seu pai era quase palpável, como se os pensamentos não ditos pairassem no ar, carregados de lembranças dolorosas. Sentados à mesa de jantar, tentavam aproveitar uma refeição tranquila após dias caóticos, mas o ambiente estava impregnado com uma sensação de angústia que nenhum dos dois parecia conseguir afastar.

O xerife Collins parecia mais abatido do que nunca, seus olhos marcados pelas olheiras que refletiam noites sem dormir. O peso dos assassinatos recentes o esmagava, mas havia algo mais perturbador. A cada nova pista, a cada novo cadáver, ele sentia uma pontada de lembrança — uma dor antiga que ele nunca havia superado totalmente.

Ele empurrou o prato para o lado, quase intocado, e olhou para Maddy, hesitante antes de quebrar o silêncio.

──── O prefeito tomou a decisão certa ao colocar a cidade em alerta, ──── começou ele, tentando soar confiante. ──── Suspender as aulas foi necessário. Precisamos garantir que ninguém mais se machuque enquanto procuramos esse desgraçado.

Maddy assentiu, mas a frustração era evidente em seu rosto. Seus olhos estavam perdidos, como se estivesse lutando para organizar os pensamentos e entender o caos que havia se tornado sua vida.

──── Eu entendo... mas parece que estamos apenas esperando a próxima tragédia acontecer, pai. Cada vez que tentamos seguir em frente, é como se algo nos puxasse de volta para esse pesadelo. ──── Sua voz estava embargada, e ela segurou o choro, tentando se manter firme.

O xerife suspirou profundamente, esfregando as têmporas, visivelmente perturbado.

──── Sei que está sendo difícil, querida. ──── Ele fez uma pausa, como se as palavras o traíssem. ──── Esse assassino é diferente. Ele não quer apenas matar... Ele quer que todos sintam medo, que vivam nesse estado de pavor constante. E é isso que o torna ainda mais perigoso.

Maddy olhou para o pai, e uma dor antiga se reacendeu dentro dela. Ela pensou em algo que vinha evitando há dias, talvez até meses, mas agora as lembranças estavam voltando à tona com uma intensidade que a deixava sem ar.

──── Pai... ──── começou ela, hesitante. ──── Eu não consigo parar de pensar na mamãe. Esses assassinatos... tudo isso... me faz lembrar dela. ──── As palavras saíram como um sussurro, mas carregavam todo o peso de sua dor.

O xerife Collins ficou em silêncio por um momento, os olhos distantes. Ele sabia que esse momento chegaria, que as tragédias recentes trariam à tona o passado que ambos tentaram esquecer.

──── Eu também tenho pensado muito nela, Maddy, ──── ele finalmente admitiu, a voz embargada. ──── Toda essa situação... me faz lembrar do que aconteceu com sua mãe. E, honestamente, me pergunto se há alguma conexão. Se há algo que eu não percebi antes.

Maddy olhou para o pai, surpresa. Ele raramente falava sobre a morte da esposa. Era um assunto doloroso, uma ferida que nunca cicatrizara.

──── Eu era tão jovem... mas lembro daquela noite. Lembro de você vindo ao meu quarto e me dizendo que mamãe não voltaria para casa. ──── Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela não conseguiu mais segurar o choro. ──── Nunca consegui entender... por que alguém faria aquilo com ela?

O xerife respirou fundo, tentando encontrar forças para responder.

──── Sua mãe... ──── Ele hesitou, buscando as palavras certas. ──── Foi encontrada em um beco, não muito longe do trabalho. Havia sido brutalmente assassinada. Na época, pensamos que fosse um assalto que deu errado, mas nunca encontramos o responsável. Não houve pistas, nenhum sinal de quem poderia ter feito aquilo. ──── Ele parou, apertando os punhos, tentando conter a raiva e a tristeza. ──── Agora, com esses assassinatos recentes, não consigo evitar pensar se... estamos lidando com o mesmo tipo de mal.

Maddy fechou os olhos, deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto. Cada palavra do pai parecia uma facada em seu coração. Ela se lembrava da mãe como uma mulher forte, amorosa, que sempre colocava a família em primeiro lugar. E a ideia de que alguém tirou isso dela, de forma tão cruel, era insuportável.

──── Sempre me disseram que foi um assalto... mas nunca acreditei nisso completamente, pai. ──── Ela fungou, limpando as lágrimas. ──── Sempre achei que havia algo mais... E agora, com esses assassinatos, não consigo evitar pensar que tudo está conectado. E se... e se esse assassino estivesse envolvido de alguma forma?

O xerife a olhou com uma expressão de dor profunda, os olhos vermelhos e marejados. Ele se inclinou para frente e segurou a mão da filha, tentando encontrar as palavras certas.

──── Eu nunca deixei de procurar respostas, Maddy. Todos esses anos... eu investiguei em silêncio, procurando qualquer pista que pudesse me levar ao assassino da sua mãe. ──── Ele fez uma pausa, respirando fundo. ──── E prometo a você, eu não vou descansar até encontrar o responsável por esses crimes. Não vou permitir que o mesmo aconteça com você.

Ela olhou para o pai, os olhos brilhando de tristeza e gratidão.

──── Pai, eu... eu só tenho medo de perder você também. Já perdi a mamãe, e agora sinto que estamos à beira de algo terrível de novo. ──── Sua voz era um fio, cheia de desespero.

O xerife a puxou para um abraço apertado, sentindo o corpo dela tremer contra o dele. Ele fechou os olhos, deixando as lágrimas silenciosas caírem, algo que ele raramente se permitia fazer.

──── Eu sei, querida. Eu sei. Mas eu prometo que vamos superar isso juntos. Vou encontrar esse assassino e fazer justiça. Por você... e pela sua mãe.

Maddy se afastou um pouco, ainda nos braços do pai, e o olhou nos olhos.

──── Ela estaria tão orgulhosa de você, pai. De tudo o que você fez por nós. Eu só queria que ela estivesse aqui... que tudo isso fosse diferente.

O xerife assentiu, acariciando o rosto da filha, tentando encontrar consolo nas palavras dela, mesmo sabendo que a dor nunca iria embora completamente.

──── Eu também queria isso, Maddy. Todos os dias. Mas precisamos ser fortes, por ela. E precisamos lutar. Juntos.

Ela assentiu, enxugando as lágrimas. O clima na sala era denso, carregado com o peso das lembranças e do luto. Mas, de alguma forma, havia também um entendimento silencioso entre pai e filha — uma força compartilhada que os conectava e os ajudava a seguir em frente, mesmo diante do terror que enfrentavam.

O xerife respirou fundo e, por fim, se afastou levemente, tentando recuperar a compostura.

──── Eu vou subir para revisar alguns relatórios, ──── disse ele, olhando para a filha. ──── Você deveria descansar um pouco. Você precisa estar forte para enfrentar o que está por vir.

Maddy assentiu, sentindo-se exausta, mas aliviada por terem compartilhado aquele momento juntos.

──── Eu vou tentar descansar, pai. Obrigada por... por falar sobre isso comigo. Precisávamos disso.

O xerife sorriu para ela, com tristeza nos olhos, mas também com uma determinação renovada.

──── Precisávamos sim, querida. E vamos superar isso. ──── Ele acariciou o rosto dela uma última vez antes de subir as escadas.

Maddy ficou parada por um momento, observando o pai desaparecer pelo corredor. Sentia-se exausta, mas também aliviada, como se uma pequena parte da dor que carregava tivesse sido aliviada. Ela sabia que o caminho à frente seria difícil, mas, pelo menos, tinha o pai ao seu lado.

E, pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu uma pequena centelha de esperança de que poderiam, de alguma forma, encontrar justiça para sua mãe e acabar com o pesadelo que assolava Hollow Creek.

scream, nicholas chavezOnde histórias criam vida. Descubra agora